*Por Karina Kuperman
Mica Condé tem três anos de carreira na música e já são cinco singles solos que tem dado o que falar. Só no ano passado, seu clipe “Beijando todo mundo”, gravado com a cantora Perlla, teve mais de 1 milhão de visualizações na internet, chegou a ser retirado do Youtube e ainda ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso de Minas Gerais. Em uma das melhores fases de sua carreira, Mica parece ter nascido cantando pop, mas a verdade é que ela migrou do… rock. Acredite.
“Comecei no rock e aprendi muito nessa experiência que tive, inclusive foi muito importante para eu conseguir chegar mais madura na carreira solo e ter mais segurança de alcançar novos horizontes. A transição começou quando minhas composições não se encaixavam mais na banda, e eu sentia que poderia doar muito mais de mim dentro das músicas. E com isso, resolvi mudar. Eu sempre gostei dessas mistura que existe no Brasil e conheci um produtor africano. Desse encontro saiu essa música maravilhosa com esse ritmo único da África e com a ginga e malemolência carioca”, lembrou. “Com essa mudança do rock para o pop, eu me vi obrigada a tomar mais a frente do meu projeto e muitas decisões que eram em grupo, com meus amigos na banda ‘Divisa’”, disse ela, que, atualmente, faz um som resultado de mistura de ritmos brasileiros e africanos. “Eu gosto de trazer outras referências para o meu trabalho e, dessa vez, foram as batidas da África do Sul misturadas com a ginga e malemolência carioca. Foi incrível! Estou super satisfeita. O rock é muito limitado, e eu gosto de criar, inventar, me reinventar e o pop me deixa livre pra viver o que eu quiser”.
O clipe “Beijando todo mundo” chegou a ser tirado do Youtube. “Eu não sei o que aconteceu com o meu clipe! Admiradores, amigos, fãs, estavam vendo o clipe um dia antes, horas antes, minutos antes e de repente quando foram procurar o clipe não estava lá. Já tinha ultrapassado mais de um milhão e meio de visualizações. Ele foi retirado do meu canal por maldade. Eu tenho certeza. Não tinha nem motivos para censurar o clipe! Estava lindo, muito bem elogiado. Muito estranho, justo o da Perlla ter sido retirado do ar sendo que eu tenho vários outros trabalhos com bons números no canal”, levantou.
“Eu tenho certeza que foi maldade. Não tinha motivos para censurar o clipe. Estava dentro de todas as políticas do YouTube. Só eu e meu editor que estávamos acessando o canal por conta do novo lançamento na época do single ‘Vem Preparada’. Porém, o detalhe importante é que eu mudei a equipe e, infelizmente, não alterei a senha e algumas pessoas que faziam parte tinham acesso logado ainda. Esse mistério ainda será desvendado e já estou tomando medidas cabíveis pra saber quem foi que fez isso. Muita falta de empatia, respeito e amor ao próximo”, analisou ela, que foi só elogios para com a colega de hit. “Já conhecia o trabalho da Perlla, ela foi um marco na adolescência da galera da minha geração. Fizemos parte da mesma assessoria e no dia que a conheci a conexão foi muito grande e por isso unimos forças, aproveitamos a volta dela do gospel para o funk para lançarmos esse trabalho”.
Seu último single, “Vem preparada”, levanta a questão da diversidade, é uma bandeira pelas diferenças, com direito até a beijo do ex-BBB Mahmoud Baydoun em outro rapaz. “Como mulher eu me sinto no dever de protestar em forma de arte aquilo que eu acho que fere o nosso país. Ainda mais no momento atual que está crítico, onde o ódio, a intolerância, a falta de empatia e respeito estão dominando. Portanto, a melhor forma de levar consciência para as pessoas é através do meu trabalho, mostrando que todos somos iguais, capazes de sermos felizes independente de cor, raça, sexo, língua, religião e etc. Na minha vida, essas causas são bem presentes – ainda mais por eu ter uma família do interior e bastante conservadora, então sempre carreguei o dever de conscientizá-los das diferenças. Apesar de não sofrer na pele, durante toda minha adolescência presenciei isso e, agora, eu sinto a necessidade de falar e colocar para fora. A conscientização sempre deve ser diária”, disse Mica, que tem mais planos para 2019. “Vai ser um ano incrível, de muitas mudanças e realizações. Já lancei um clipe e estou prestes a disponibilizar outro! Estou repaginando tudo e passando por muitas mudanças e realizações pessoais também. No próximo mês, eu vou dividir o palco com a Valeska na Sexy Fair e será a primeira apresentação da nova música de trabalho”, comemorou.
Além disso, ela também se dedica ao seu novo projeto, o Mica Sessions. “É um quadro no meu canal do YouTube onde eu fazia covers e chamava alguns convidados. Em conversa com minha equipe, decidimos mostrar também a realidade do pessoal através de um bate-papo com um toque de seriedade, transmitindo uma mensagem através da conversa e da música. Em comemoração ao mês das mulheres, no mês de março só tivemos papo calcinha e foi incrível. É legal, porque eu conheço muitos artistas amigos que tm um super talento e essa é minha forma de promover o trabalho de cada um e unir as forças”, disse ela, que costuma ser elogiada por seus covers.
“Comparam muito o meu trabalho ao da Meghan Treinor e eu acho ela incrível, me identifico demais. Imagina uma colaboração nossa? Que sonho! E a nível nacional, meu sonho é cantar com as rainhas do Brasil né? Ivete Sangalo, Anitta e Pitty! Mas mesmo assim, sou aberta a possibilidades, falei de quem sou fã, mas tem cada artista com um trabalho bacana e que a cada dia vem ganhando espaço no mercado. Eu faria parceria com tantos. Música é troca”.
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