Um conforto para a arte brasileira e para os fãs de Gilberto Gil. Na reabertura pós-reforma da Casa de Cultura Laura Alvim, que rolou ontem em Ipanema, o gênio da música tupiniquim nos acalmou sobre o seu estado de saúde. Depois de algumas complicações no quadro de insuficiência renal, Gil precisou ser internado duas vezes nos últimos dois meses. Mas, desde que saiu do Hospital Sírio Libanês em São Paulo há 15 dias, o músico contou que está se recuperando. “Eu estou bem, bem melhor”, nos acalmou emendando os planos para o futuro. “No dia 30 de outubro eu faço o último show com o Caetano (Veloso) dessa temporada de ‘Dois Amigos, Um Século de Música’ no Rio e depois ainda tenho mais uns dois ou três compromissos. Mas agora, eu vou me dedicar a ficar em casa compondo e fazendo um trabalho fora do palco, que é fundamental e muito importante”, planejou. Que boa notícia!
Em uma presença discreta, Gilberto Gil acompanhou de perto a noite que celebrava o espaço tradicional da cultura carioca na plateia do show que reunia no palco seu filho Bem Gil, Moreno Veloso, Pedro Miranda, Simone Mazzer e Ana Lomelino. No ano em que completa três décadas de criação, a Casa de Cultura Laura Alvim recebeu uma reforma milionária da Omega, marca patrocinadora dos Jogos, como legado olímpico. Sobre a volta da histórica casa artística ao cenário ativo da cidade, Gil não poupou elogios e emoção. “É maravilhoso. A Casa de Cultura Laura Alvim já teve uma presença muito importante na vida cultural do Rio de Janeiro. Fora que existe toda a história de como esse espaço foi criado pela dona Laura e de tudo o que ela planejou para esse lugar que acolhe o que forma o Rio. É um milagre que a casa tenha resistido mesmo nesse cenário de especulação imobiliária tão intensa”, comemorou.
E o momento para o retorno do templo da arte carioca não poderia ser mais oportuna. Em uma época em que a população enfrenta uma crise de valores política, social e cultural, a reabertura da Laura Alvim representa um fôlego para os dramas diários. Em relação ao atual momento de transformações no país, Gil preferiu não aprofundar a opinião política e apenas destacou o aspecto mundial das mudanças. “Eu estou acompanhando um Brasil em uma transformação muito grande, assim como o mundo inteiro. É uma ascensão das classes médias com opinião e posicionamento. Isso o que nós estamos vendo no Brasil, está ocorrendo paralelamente no resto do mundo”, argumentou o mestre da música brasileira Gilberto Gil. Evoé, Gil!
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