*Por João Ker
Um dos grandes nomes surgidos durante o final dos anos 1990 que representa a onda do trip hop que invadiu as rádios à época, o grupo Morcheeba volta a apresentar seu espetáculo psicodélico pela segunda vez no Rio de Janeiro, no palco do Citibank Hall, na noite desta terça-feira fatídica e astrológica (11/11, pessoal) . Ao contrário da primeira vez em que os músicos estiveram por aqui, durante o Tim Festival de 2005, desta vez a vocalista Skye Edwards se junta ao multi-instrumentista Ross Godfrey para transportar o público a outro estado de mente com sua voz soulful. Ironicamente, o irmão de Ross, Paul Godfrey, DJ e produtor do grupo que faz alusão à erva das 4:20 no nome, dessa vez foi quem ficou de fora da turnê.
Após alcançar sucesso e visibilidade com o segundo álbum da carreira, “Big Calm” (1998), o grupo lançou no ano passado o elétrico e upbeat “Head Up High”, carro-chefe do espetáculo apresentado em solo carioca e que traz uma energia mais condizente com a atual fase da banda – principalmente de Skye, que voltou ao posto de vocalista após um período afastada por “diferenças artísticas”. Apesar da animação presente no disco, o show seguiu uma linha mais acústica, a qual resgata as origens musicais do trio e casa perfeitamente com a voz easygoing e o timbre poderoso da cantora, acompanhados pelas guitarras viajantes de Ross.
“Rome Wasn’t Built In A Day”
Na setlist, claro, não faltaram hits como “Rome Wasn’t Built In a Day”, “Blood Like Lemonade”, “The Sea”, “Blindfold” e “Let Me See”, que encerrou a apresentação após um bis poderosíssimo. Apesar de já terem quase 20 anos de carreira e um sucesso um tanto quanto discreto por terras brasileiras, quem compareceu ao show saiu de lá jurando ser fã de carteirinha da Morcheeba, contagiado e em êxtase por aquelas batidas hipnóticas que parecem convidar para uma viagem dimensional da qual ninguém volta o mesmo. Hoje (12/11) é a vez dos paulistas embarcarem nesse mundo repleto de ecos, sussurros e melodias envolventes.
Artigos relacionados