* Por Bruno Muratori
Fim de ano e lá vem aquela sensação que não há mais nenhuma boa surpresa para acontecer. Agora é vestir o branco (ou outra cor para fazer a mandinga direito), comer doze uvas, pular as ondinhas e torcer para 2015 vir cheio de novidade bacana, sem medo de ser feliz e exorcizando um ano que foi complicado para todo mundo, não é mesmo? SQN! No HT o papo é reto e, por isso, fomos conferir in loco o Bailinho, que voltou ao Rio no Pier Mauá, na noite deste sábado (27/12). A festa é uma parceria de longa data do ator, produtor e DJ Rodrigo Penna com a produtora Daniela Arantes, que já começam o badalo celebrando o retorno em grande estilo e com todas aquelas bossas que todo mundo já sabe que vão acontecer.
Acompanhados pelo fiel amigo DJ Markinhos Mesquita – e por toda a turma de cenógrafos, iluminadores e muitos outros parceiros que participam dessa história de sucesso –, a dupla está esfuziante: “Como é bom promover esse encontro delicioso nessa época do ano tão iluminada”, solta Daniela. “São oito anos de boas histórias para contar e uma coleção de lembranças maravilhosas, com amigos que vestem a beca desde 2007, seguindo esse evento, que vai muito além de juntar uma galera numa caixa”, completa.
Afinal, a balada vai muito além e, sem área VIP, junta famosos e ilustres desconhecidos (mas não menos importantes) na mesma vibezinha paz & amor. Impossível não sentir a boa energia que compõe esse formato. A rapaziada da produção continua no caminho certo, com conceito consistente que veio para ficar, e não arreda pé. Dessa vez, uma penca de famosos comparece para tirar a barriga da miséria, aliás, o pé do chão, já que saracoteiam feito índio na dança da fogueira: Julia Lemmertz, Angelo Antônio, Leticia Birkheuer, Jorge Pontual, Teresa Cristina, Eduardo Galvão e até a bombshell Anitta.
Depois de passar esse ano por praças tão distintas quanto Porto Alegre, Florianópolis, Brasília, São Paulo, Recife, Fortaleza, Salvador, Guarapari, São Luís, Campos de Jordão, Cuiabá, Paulínia e Belo Horizonte – todas curtindo esse jeitinho carioca de ser –, o agito volta com força total à Cidade Maravilha, aqui se instala, ninguém tira ele do espaço e óbvio que as celebridades comparecem em massa.
Na “bagagem” acumulada, são 1.800 horas de música, 50 mil coroas e 70 mil camisinhas distribuídas, 1.750.000 beijos na boca, 1.340 artistas contratados e 380 mil km percorridos. A trajetória, portanto, é longa, e tudo indica que os números devem se multiplicar daqui para a frente. A receita de bolo continua a mesmíssima, mas por que mudar? Trata-se do Bailinho e, mesmo igual, tudo pode ser diferente. “É um prazer criar e fazer o Bailinho, e como serão apenas quatro lindas noites nesse verão, faremos todas valerem muito à pena, pode apostar!”, já vai logo avisando Rodrigo ao HT.
Na edição desta noite, o badalo vem como o diabo gosta, daquele jeito que o povo ama, amplificado pelo suprassumo de o Armazém 4, no Pier Mauá, já estar sem a perimetral lhe fazendo sombra, respirando os bons ventos que essa faraônica obra já começa a trazer para a região. “Tipo gênio da lâmpada, atendemos dois desejos de quem curte o baile: voltamos aos sábados e ao Píer Mauá, um dos lugares mais lindos da cidade”, brinca Rodrigo. “E ainda ganhamos o plus do local sem aquele chapeu ensebado que era o elevado cobrindo o cocoruto de tudo, rs. Muito mais lindo!”, se diverte.
Como sempre, o set do produtor é uma benção e a diversidade impera. Um encontro de ritmos e épocas, o melhor do pop através dos tempos, tudo isso misturado com poesia, samplers e todo tipo de som que mexe com o imaginário do público. A pista bomba, pés descalços, rostos molhados de alegria, braços para cima e um verdadeiro coro em quase todo refrão. Nessa noite, “Royals” (Lorde), “Lança Perfume” (Rita Lee) e “Dog Days Are Over” (Florence and The Machine) são as que arrastam a galera para a pista, todos cantando junto. Até este repórter embarca nessa, show! Que meu chefe não ouça e fique entre nós….
“O Bailinho é uma festa na qual as pessoas sabem que poderão dançar de tudo. Por isso, tantos clássicos. Mas também gosto de trazer músicas que apontam novos caminhos e estilos”, explica Markinhos Mesquita. Animado, Rodrigo Penna continua: “Adoro essa gincana criativa dos bailes. Sempre que preparamos uma volta, dá uma ansiedade gostosa e essa vontade de ver a pista cheia de gente curtindo. Para mim é isso que vale: alegria e as sensações que o público experimenta aqui”, comenta exaltado.
E o que não pode faltar no Baile? “Bom, o mestre Marvin Gaye nunca (nem por um decreto!), chuva de papel prateado, Daft Punk, correio do amor, tudo junto e misturado com Arctic Monkeys, Novos Baianos, Hot Chip, música para dançar juntinho, além de cartomante e o novo cantinho budista, que está proporcionando um momento de quietude aqui na festa”, entrega o realizador.
Nesse cenário armado aos pés da estonteante Baía de Guanabara, em uma época na qual a cidade fica ainda mais maravilhosa, 2500 pessoas lotam o espaço, tanto que a pista bomba ininterruptamente de 0h até às 5h. Muita gente se divertindo sem parar, muito casal in love, suspiros aos montes. Como sempre, a faixa etária predominante é a da moçada entre os 20 e 35 anos e, para a alegria dos marmanjos, em alguns momentos o mulherio toma conta do espaço. Tipo 60% elas e 40% eles, nesse ranking. Ou seja: dá até para trocar, se a primeira opção não cair bem. Ops! Sorry, girls… Uma noite perfeitinha, com a participação da cantora Simone Mazzer como ápice absoluto. Um acerto e sua poderosa voz destila trechos de músicas autorais. Noite memorável, com o Rio mais uma vez abraçando forte o Bailinho. Que venham muitos outros!
*Carioca da gema e produtor de eventos, Bruno Muratori é uma espécie de fênix pronta a se reinventar dia após dia. No meio da década passada, cansou da vida de ator e migrou para a Europa, onde foi estudar jornalismo. Tendo a França como ponto de partida, acabou parando na terra do fado, onde se deslumbrou com a incrível luz de Lisboa e com o paladar dos famosos toucinhos do céu, um vício. Agora, de volta ao Rio, faz a exata ponte entre o pastel de Belém e a manjubinha
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