De Petrópolis para o mundo: O ano de Choji, o rapper que viu ‘Meu Lado da História’ viralizar no Spotify internacional


Aos 19 anos, rapper da comunidade Alto Independência, na cidade Serrana do Rio, viu sua música conquistar a segunda colocação no ranking do Spotify das 50 mais virais do Brasil, e, além disso, também chegou ao topo da mesma plataforma de streaming internacional. Hoje, Choji lança música “Brotou no Morrão” para fechar o ano com chave de ouro, celebra os fãs famosos e fala das origens: “Continuo morando com minha mãe na comunidade. Tenho muito orgulho de ser de lá. Quero aproveitar para mandar um beijo pra todos os meus amigos do Alto, salve, família, beijo grande pra todo mundo! Vamos pra cima! Tenho muitas lembranças da infância de lá. Mas sem dúvida, os rolezinhos que eu dava com meus amigos que acabavam nas rodas de rima, eu adorava. A música sempre esteve presente na minha vida. E o meu contato com o Rap sempre foi muito forte e começou na comunidade”

Choji, o rapper que viu 'Meu Lado da História' viralizar no Spotify internacional

*Por Brunna Condini

É Natal! Apesar da pandemia da Covid-19, é tempo de união, fraternidade e afeto, mesmo à distância. O rapper Choji concorda e agradece por esse ano, em especial. Ele, que tem recebido presentes ao longo de 2020, em forma de oportunidades, conseguiu mostrar a que veio. “Esse ano foi atípico para todo mundo, né ? Mas pra mim, 2020 foi marcante pelo fato do meu trabalho ter sido reconhecido. Não vai ter como falar desse ano sem lembrar que foi nele que a minha vida mudou. Apesar de ainda estarmos passando por essa situação difícil de pandemia, eu agradeço muito tudo que vem acontecendo até aqui na minha trajetória profissional”.

O destaque veio com hits como ‘Fala que Me Ama’, ’Se eu Chamo Ela Vem’ e o recente ‘Meu Lado da História’, que com seu videoclipe teve mais de 17 milhões de visualizações no YouTube e 6 milhões de ouvintes no Spotify. Seu som conquistou artistas como Anitta, Xamã, Pocah e Ludmilla, que postaram vídeo com versões da coreografia. Como o coração ficou com isso? “Alguns artistas me enviaram mensagens e eu fiquei, tipo: “Mano, tá acontecendo”! É surreal quando você vê profissionais que você sempre admirou, reconhecendo teu trabalho. Espero que seja daí para cima”, torce Choji, que tem como referência artistas como Kevin O Chris, Djonga e BK e Young Thug.

“2020 foi marcante pelo fato do meu trabalho ter sido reconhecido. Não vai ter como falar desse ano sem lembrar que foi nele que a minha vida mudou” (Divulgação)

Para o petropolitano de 19 anos, que desde a infância sonhava estar em um palco, essa época do ano representa também o poder de mobilização e solidariedade das periferias. “Natal na comunidade é família, é primo distante chegando na tua casa, vizinho trazendo uma sobremesa boazona pra agradar e colaborar na tua ceia. É um clima muito gostoso. Criançada correndo, TV ligada para ninguém assistir, porque tá todo mundo conversando e comendo muito (risos). Natal na comunidade é assim, não tem jeito. Fartura de tudo, de comida, de música, de conversa. O povo da favela faz a própria felicidade”, traduz.

“Natal na comunidade é família, é primo distante chegando na tua casa, vizinho trazendo uma sobremesa boazona pra agradar e colaborar na tua ceia” (Divulgação)

“Por causa do estouro da música, eu estou mais aqui no Rio mesmo. Fico por aqui para quando surgir alguma gravação, entrevista, coisas assim. Mas continuo morando com minha mãe na comunidade. Tenho muito orgulho de ser de lá. Quero aproveitar para mandar um beijo pra todos os meus amigos do Alto, salve, família, beijo grande pra todo mundo! Vamos pra cima! Tenho muitas lembranças da infância de lá. Mas sem dúvida, os rolezinhos que eu dava com meus amigos que acabavam nas rodas de rima, eu adorava. A música sempre esteve presente na minha vida. E o meu contato com o Rap sempre foi muito forte e começou na comunidade”.

Como vai ser o Natal da sua família este ano? “Eu voltei para Petrópolis para ficar com a minha mãe. Natal tem que ser próximo de quem a gente ama, né?”.

Nascido e criado na comunidade de Alto Independência, em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. Choji, que nasceu Gabriel Bulboz, vive atualmente na casa do seu empresário em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, depois do boom neste ano na sua carreira. Em 2020, ele surgiu como a nova promessa do rap nacional, ocupando o segundo lugar na lista dos virais dos 50 Virais do Brasil na playlist oficial do Spotify com o hit ‘Meu Lado da História’ e também chegou à 17° posição das mais virais do mundo inteiro, na mesma plataforma de streaming.

“É surreal quando você vê profissionais que você sempre admirou, reconhecendo teu trabalho” (Divulgação)

No fim deste ano, para fechar com chave de ouro, o rapper também lançou ‘Brotou no Morrão’, música bem diferente do primeiro hit, bem mais intimista. Ele está cheio de planos para 2021 e conta o que já fez com o dinheiro que entrou este ano: “Ainda não deu para mudar de vida, mas desde o início de 2020 que eu me sustento da grana que eu faço na música. Olha, quando penso em dinheiro, só penso em ajudar minha mãe”.Os desejos são muitos e todos ligados à música: “Meu sonho é gravar com artistas nacionais e internacionais, quero ficar grandão! Posso falar de novo o Kevin e o Drake, mas estou curtindo muito a ideia de gravar algo com a Azzy também, mina muito braba! E para 2021, a família, quero fazer muito sucesso, viver da minha música e dar orgulho em casa”.

O nome Choji veio de uma brincadeira entre amigos, que se refere ao personagem de Naruto de mesmo nome. No anime, ele tem o poder da força, aumentando de tamanho quando necessário. “Eu precisava de um nome para as batalhas de rima também, aí, como o pessoal já me zoava com esse apelido, acabou pegando. Vem do anime sim, do Naruto. Me amarro”, detalha ele, que compartilha da potência do Choji da animação.

De Petrópolis para o mundo. É assim que ele sonhou e assim que vem acontecendo. “Foi tudo muito rápido, mas estou vivendo o que eu acredito. Eu canto minha realidade. Quero ser um artista que fala sobre tudo, sem deixar de lado o amor, o flerte, essas coisas de relacionamento que todo mundo gosta. Só quero sucesso e saúde! Pra mim e pra todo mundo”.

“Quero ser um artista que fala sobre tudo, sem deixar de lado o amor, o flerte, essas coisas de relacionamento que todo mundo gosta” (Divulgação)