De Elba Ramalho em papo exclusivo durante o Universo Spanta, no Rio: “O Brasil nunca vai passar fome de música”


Esta semana, a cantora encerrou seu próprio festival “Elba Convida”, em Trancoso, evento que acontece após as festas de fim de ano. Direto da Bahia, ela veio ao Rio para uma dobradinha com outro gigante da música nordestina brasileira, Geraldo Azevedo. Indagada sobre a nova geração de artistas brasileiros, Elba destacou a força de alguns nomes, muito por conta da Internet, e afirmou que a música nacional segue em frente: “Antigamente, eu fazia minha carreira no Fantástico, no Chacrinha… e agora é na Internet, então tem que pegar esse bonde e ir também. Eu olho e tem boas vozes… O Brasil nunca vai passar fome de música. Eventos como o Spanta são importantes ao aproximar artistas e mostrar a diversidade da nossa cultura”

Elba Ramalho faz show no Universo Spanta, no Rio

O Universo Spanta 2024, realizado na Marina da Glória, no Rio, já figura entre os grandes eventos de música brasileira do país. A proposta é celebrar os mais diversos estilos que compõe a nossa cultura, indo do rap ao samba; do forró ao axé. Se Criolo e Teresa Cristina emocionaram o público com uma versão intimista de “O mundo é um moinho”, de Cartola, Elba Ramalho subiu ao palco com Geraldo Azevedo e fez questão de cantar “Minha pequena Eva”, clássico do axé baiano. Ao site Heloísa Tolipan, a cantora, no camarim, falou sobre essa troca entre músicos, o que classificou como “melhor parte de ser artista”.

O festival é sinônimo de shows de peso. Nesta sexta, foi lá que a banda A Cor do Som se apresentou para tocar hits da MPB como “Beleza Pura”, de Caetano Veloso, e “Palco”, de Gilberto Gil, com direito à participação de Bebel Gilberto no palco. Por lá, também se apresentaram João Bosco, que convidou Xênia França, o projeto Voa Sabiá, além da banda Black Rio, que, por sua vez, contou com a participação de Luciana Mello e Negra Li.

No Palco Guanabara foi possível esbarrar com famosos, como Humberto Carrão, Babu Santana, Samuel de Assis, entre outros nomes sempre presentes na TV. Nesta sexta, foram as apresentações por lá, todas em “duplas”, começaram com o forró de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, que deram uma “palhinha” do Grande Encontro, com muita desenvoltura no palco – apesar do forte calor.

“Vim da Bahia hoje”, nos disse Elba. Esta semana, ela encerrou seu próprio festival “Elba Convida”, em Trancoso, evento que acontece após as festas de fim de ano. “Todo mundo já sabe que, quando terminam as festas de fim de ano lá (e são muitas), começa essa brincadeira cultural e musical, que leva muitos artistas de outros segmentos”, comentou.

Elba Ramalho: De Trancoso (BA) direto para o Universo Spanta, no Rio (Foto: Agnews/Webert Belício)

Indagada sobre a nova geração de artistas brasileiros, Elba destacou a força de alguns nomes, muito por conta da Internet, e afirmou que a música nacional segue em frente:

Antigamente, eu fazia minha carreira no Fantástico, no Chacrinha… e agora é na Internet, então tem que pegar esse bonde e ir também. Eu olho e tem boas vozes… O Brasil nunca vai passar fome de música. Eventos como o Spanta são importantes ao aproximar artistas e mostrar a diversidade da nossa cultura – Elba Ramalho

No palco, Elba e Geraldo já têm uma intimidade de anos, e ambos deixaram isso bem claro desde o início do show. Os dois gigantes da música nordestina e brasileira entregaram hits como “Sabiá”, “Banho de Cheiro” e “Táxi Lunar”, enquanto intercalaram momentos solo em que ele apresentou “Deus me proteja de mim” e outros títulos, e ela emplacou sucessos entre os quais “Xote das Meninas”, “Esperando na Janela” e, em um momento mais intimista, “Chão de Giz”. Elba também saiu do “protocolo do forró”, como disse, para cantar o axé “Minha pequena Eva”. O show foi encerrado com “Frevo Mulher”, que deixou o público em polvorosa e botou a galera para dançar.

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A noite no palco seguiu com o rap de Criolo, em proposta um pouco diferente do show anterior. O artista sentiu-se em casa no Universo Spanta ao lado de Cassiano Sena, o DJ DanDan. Passando por sucessos de seu állbum “Nó na Orelha”, como “Subirusdoistiozin” e “Samba Sambei”, e não deixou de tocar algumas faixas de “Convoque seu Buda”, que completa 10 anos de lançamento em 2024.

Logo em um primeiro momento, a montagem de palco chamou atenção com uma banda de três percussionistas trazendo batuque, com atabaques afiados e muita ginga. Algumas músicas tiveram versões traduzidas para esse formato, como foi o caso de “Não existe amor em SP”, por exemplo. Essa faixa, inclusive, reservou uma grande surpresa: Teresa Cristina entrou no palco e soltou a voz nesse que é um dos grandes hits de Criolo.

Criolo e Teresa Cristina no Universo Spanta, no Rio

A incrível interação entre Criolo e Teresa Cristina no Universo Spanta, no Rio (Foto: Agnews/Webert Belício)

Sempre muito engajado politicamente, o rapper chamou atenção para a tragédia causada pelas enchentes na semana passada em algumas áreas da Baixada Fluminense e pediu que o público emanasse boas energias para quem estivesse precisando. “O Rio de Janeiro não é cartão-postal. O Rio é o povo do Rio!”, afirmou o cantor.

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O show seguiu ainda intercalando momentos de rap e de samba, com direito a homenagem ao dia de São Sebastião – já após 00h, no dia 20/01 – com “Oxóssi”, “O mundo é um Moinho”, de Cartola, além de “Fermento pra massa”, do próprio Criolo. Para encerrar, o cantor foi buscar Teresa no camarim para cantar “Zé do Caroço”, o que deixou o público anestesiado e energizado para receber Olodum no último ato.