A Arena Banco Original, na noite de ontem, foi dia de celebrar o rock, bebê! No palco principal do Armazém 3, o Capital Inicial agitou o festival em um dos dias de maior bilheteria de toda a programação. Para um público que, de fato, lotou a Arena, os músicos entoaram seus grandes clássicos que marcaram os últimos 30 anos de carreira da banda. No repertório, que não deixou a desejar quando o assunto foi hit, Dinho Ouro Preto e seus companheiros cantaram músicas como “Primeiros Erros”, “Natasha” e “Depois da Meia Noite”, além de canções que são queridas pelos integrantes.
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Ao HT, o vocalista contou a difícil missão do grupo que não quer saber de viver do passado. Mesmo com uma carreira consolidada e recheada de hits, Dinho Ouro Preto afirmou que o Capital Inicial tem sempre um olhar para frente. Segundo ele, isso garante com que os roqueiros de Brasília renovem o fôlego com o passar dos anos. “Uma banda com tanto tempo de carreira como nós poderia viver do passado e de nostalgia. No entanto, isso foi algo que sempre evitamos. O Capital se preocupa a todo momento em lançar músicas novas e discos inéditos. Isso faz com que a banda, de algum modo, se rejuvenesça nesse processo. Não é que eu queria renegar o nosso passado ou jogá-lo fora. Muito pelo contrário, eu sinto orgulho do que foi feito. Mas, para mim, a atitude correta é estar sempre olhando para o futuro e pensando em novidades”, apontou.
Prova disso é que em 2017 o Capital Inicial deverá lançar mais um álbum para sua coletânea. Sem adiantar muitos detalhes, Dinho Ouro Preto se restringiu a dizer que o ano será agitado para a banda. Segundo o vocalista, em 2017, o Capital Inicial irá participar de muitos festivais, se dedicar a uma turnê internacional e lançar um novo disco até o final do ano. “Quando a gente vai perceber, já se passaram décadas. Aí, a gente olha para trás e vê que nunca desviamos desse caminho”, disse Dinho que ainda não garantiu presença em mais uma edição do Rock in Rio, em setembro deste ano. “Eu ainda não posso contar”, falou com um sorriso de canto de boca.
O fato é que, mesmo sem querer viver só com os grandes clássicos do passado, a banda consegue reinventar grandes hits que marcaram os anos. O Capital Inicial já lançou dois álbuns acústicos que todos dedicados a dar novas caras àquelas músicas que a gente ama. Em versões que dispensam a guitarra e trazem o violão rasgado no lugar, Flávio Lemos, baixista da banda, contou que gosta da ideia desses novos arranjos. “Por ser acústico, já é uma obra diferente porque não dá para tocar a mesma melodia da guitarra em um violão. É outro instrumento. Mas é muito gostoso criar novos arranjos porque a gente consegue reviver músicas que já têm décadas. É bom fazer isso de vez em quando”, analisou.
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Seja se reinventando nos hits ou lançando novas apostas, o Capital Inicial segue há mais de 30 anos no cenário da música brasileira. Os segredos são múltiplos, como apontou Dinho Ouro Preto. No entanto, o vocalista ressaltou a importância de a banda ser publicamente posicionada. Mesmo em tempos de crise, o músico acredita que não esconder seus pontos de vista, mesmo que sejam fortes e polêmicos, seja a melhor solução. “Eu acredito que parte da longevidade do Capital esteja relacionada ao fato de a gente sempre ter se posicionado na vida. Nós não somos artistas neutros e sempre verbalizamos as nossas opiniões. Para mim, isso dá consistência”, apontou.
Outra razão que garante vida longa a grandes bandas como o Capital são os parceiros de composições. Um desses nomes que marcam a trajetória do grupo é Kiko Zambianchi. Ele, que foi participação super especial no show de ontem na Arena Banco Original, é o responsável por assinar clássicos como “Primeiros Erros” e “A Mina”. Como nos contou, Kiko e o Capital já viajaram o Brasil e cantaram juntos por mais de 400 vezes. Em uma relação que mistura trabalho e amizade, o gênio das palavras, e da voz, revelou qual a sensação de ter sua música interpretada por artistas – ainda mais se forem amigos fora dos palcos. “O meu trabalho é de compositor. Eu escrevo para o Capital, como também para outros artistas. Para mim, é sempre um prazer quando gravam uma letra minha. Mas, quando é uma banda a nível do Capital, que é uma das melhores do país e na qual eu só tenho amigos, é melhor ainda”, disse Kiko.
Porém, engana-se quem pensa que a nossa programação estelar de ontem na Arena Banco Original tenha começado com o super show da banda de Brasília. Antes de o Capital Inicial agitar o Armazém 3, os meninos da Dônica esquentaram o clima no festival. No palco, os músicos apresentaram um show que passeou por músicas que foram sucesso no primeiro álbum “Continuidade dos Parques“, de 2015, com canções do próximo disco, que deverá ser lançado ainda este ano. Ao HT, o vocalista da Dônica, Zé Ibarra, contou que a sonoridade do segundo álbum será ser diferente. Segundo ele, o novo repertório é mais cancionado. Ou seja, pode ser tocado apenas com o acompanhamento de um violão. Há seis anos, os jovens fazem um som particular que já vem conquistando centenas de fãs. Mas, se você quiser entender a identidade musical da Dônica, nem os próprios integrantes conseguem definir em poucas palavras. ”Não dá para explicar. Propositalmente, nós já temos uma ideia de mistura. Só sei te dizer que é música brasileira”, analisou Zé Ibarra.
O importante é que essa salada musical da Dônica faz sucesso. Prova disso são os nomes que a banda já coleciona como fãs. No primeiro disco, os músicos tiveram a produção e a parceria em uma canção de Milton Nascimento, que se encantou pela sonoridade do grupo e quis participar do álbum. Outro seguidor da Dônica é Caetano Veloso. Mais do que um simples fã, o mestre baiano também é pai de Tom, compositor e violonista do grupo. Tímido e discreto durante toda a entrevista, Tom Veloso apareceu no final da conversa para dizer que não há qualquer tipo de interferência do pai no seu trabalho com os amigos e companheiros. Segundo ele, não há, na verdade, qualquer mudança. “Eu não acho que seja uma pressão a mais. E, se tiver, a gente não sente. A emoção de estar com esses caras é sempre maior do que qualquer ponto negativo”, resumiu Tom Veloso.
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