‘Criamos música sem escravidão do passado’, diz Bruno Gouveia, do Biquíni Cavadão, que fará live com Carlos Coelho

Bruno Gouveia e Carlos Coelho farão uma live para comemorar os 35 anos do Biquíni Cavadão

*Por Rafael Moura

“Uma fantástica jornada pelas nossas músicas que sobrevivem não somente rádios e nas plataformas digitais, mas nos corações das pessoas que nos acompanham”. A frase é do músico Carlos Coelho, integrante do Biquíni Cavadão, sobre a trajetória da banda. Ao lado de Bruno Gouveia, ele fará uma live especial, transmitida do alto de uma cobertura, em um dos cartões postais do Rio de Janeiro: a Lagoa Rodrigo de Freitas. O show  ’35 anos na estrada e influências musicas’, será transmitido neste sábado, às 16h30, pelo canal da banda pelo YouTube. “Esta live é um projeto bem diferente. Fomos convidados a fazer somente em voz e violão e aceitamos o desafio. Além de sucessos da banda, incluindo ‘Tédio’ (que parece ser o hino desta quarentena) mostraremos canções de artistas nacionais e estrangeiros que curtimos. Alguns foram gravados por nós em discos de projetos especiais e praticamente não os tocamos mais ao longo dos anos. A ideia é surpreender”, conta Gouveia.

A dupla promete arranjos intimistas para músicas dos Beatles, Queen, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Roberto Carlos, dentre outros nomes. Em um mundo em que tudo é tão efêmero, principalmente com a velocidade das redes sociais, comemorar 35 anos, com shows lotados, é um fato histórico. Qual seria a receita para esse sucesso? “Acho que o que eu mais destacaria foi a capacidade do Biquíni se reinventar ao longo desse período, se adaptando a novos modelos, e, principalmente, criando músicas novas sem ficar escravo do passado”, frisa Bruno. Já Carlos acredita que só conseguiram essa jornada com “muito trabalho e respeito pelo público, contratantes de shows e profissionais da mídia”.

Gouveia relembra que nesses 35 anos de estrada eles acompanharam toda a evolução do mercado fonográfico e como isso transformou a maneira de fazer música atualmente. “Nosso primeiro disco foi um compacto de sete polegadas com uma música em cada lado. A partir disso, vimos a queda do vinil, a ascensão do CD, do DVD, o surgimento do MP3, o compartilhamento de músicas através do Napster, o surgimento do iPod, a venda de downloads legalizados, a queda dos produtos físicos e a ascensão do streaming”. E completa. “Criar boas letras e melodias é um bom começo. Mas o fator sorte também existe. Nunca saberia dar uma receita. Surpresas também acontecem. Para se ter ideia do que estou dizendo, quase tiramos ‘Vento Ventania’, um de nossos maiores sucessos, do disco que lançaríamos em 1991. Graças a Deus, ela entrou no disco e o resto da histórias todos conhecem”.

O ano de 2020 ficou marcado pela força das plataformas digitais por conta da emergência sanitária causada pela Covid-19, então a internet ‘nos aproximou’ e nos divertiu durante cinco meses. “Fomos pioneiros em 1995. Desde aquela época sabíamos que a internet mudaria por demais as nossas vidas. Para todos nós, trata-se de um eterno aprendizado. Tudo está acontecendo muito rapidamente e é essencial que o artista saiba acompanhar estas mudanças”, conta Bruno. “Amamos tocar, então, no momento, essa é a maneira mais próxima que podemos estar perto e nos conectar com os nossos fãs”, frisa Carlos.

No fim dessa conversa, pedimos para a dupla nos contar o que tem ouvido e que artistas cada um destacaria no cenário atual. “Adorei o novo disco do Frejat. É sempre bom e inspirador ouvir um artista com anos de estrada lançando novas músicas com tamanha qualidade. Da nova geração, simpatizo muito com Melim, Ana Vitoria e Jão. São ideias interessantes, propostas que apontam para novos caminhos. Acima de tudo, são sinceras. E as pessoas, como eu já ouvi uma vez, não querem música, querem verdade”, pontua Gouveia. Já Coelho destaca O Terno, Jão e Melim.

Serviço:

Live

35 anos na estrada e influências musicas

Bruno Gouveia e Carlos Coelho do Biquíni Cavadão

Dia 19/09 (sábado)

Horário: 16:30h