Uma coisa é certa: SILVA (assim mesmo, com tudo maiúsculo, talvez para contrapor com a timidez do capixaba criado numa família protestante) está mudado. Pelo menos musicalmente. Depois de entregar ao mercado um disco mezzo erutido mezzo eletrônico, ele agora está mais livre, mais pop, e….romântico. SILVA fala de amor, de relacionamento e de sexo de uma forma mais direta nas composições de “Júpiter”, seu terceiro registro de estúdio. “Se os homens são de Marte e mulheres de Vênus, então sou de Júpiter”, costuma brincar o multi-intrumentista que acredita que, para fugir do tédio atual, só mesmo pegando o rumo da Via Láctea.
A inspiração para o novo trabalho, segundo o próprio, veio da falta de surpresas sentida em diversos lugares do mundo visitados por ele: nem Praça da Sé, nem Paris, nem Madri e nem São Francisco foram suficientes. Talvez por isso ele cante: “Júpiter pode ser começar de novo. Se por lá não houver esse mesmo povo que só quer controlar o que a gente quer, o que a gente só quer é amar”. Talvez não. É por isso. “De uns tempos pra cá fiquei mais à vontade de trazer referências do R&B para o meu trabalho. O disco é cheio dessas. Também fui ficando mais experiente como produtor e isso me levou para um lado mais minimalista também. Foi natural”, ele garante em entrevista exclusiva ao HT.
Ah, mas não é só: tem um toque de bossa nova e uma pegada de baladinha. Até porque a gente não abriu esse texto falando de mudanças da boca para fora. “A reação dos meus fãs têm sido muito boa. As pessoas que gostam do meu trabalho sabem que eu não gosto de repetir a mesma fórmula. Acho importante mudar e causar surpresa”, disse ele, que entregou 10 canções autorais, das 11 que o disco tem. Uma que ficou fora, mas HT não tira do replay é “Noite”, com participação do mestre que encanta gerações, Lulu Santos. Aliás, aqui, uma revelação: “Eu fiz ela para o ‘Vista Pro Mar’, mas na época achei que ela não se encaixava no álbum e guardei para lançá-la mais tarde. A princípio, a faixa teria apenas o Don L de participação, mas eu sempre achei o refrão a cara do Lulu”.
Resultado? “Quando mandei a música pra ele, nós ainda não nos conhecíamos pessoalmente, mas ele ouviu e topou participar. Fiquei feliz de ter o rei do pop brasileiro cantando comigo”. O novo disco já está disponível em todas as plataformas de streaming e a gente só pensa em uma coisa, SILVA: quando vamos, todos juntos, para Júpiter? Ah, porque assim como você, a gente só quer amar. Coincidências da vida, talvez.
Artigos relacionados