O fim de semana foi de rock, bebê. Ao contrário do que aconteceu no primeiro dia (e você viu aqui), o Monsters of Rock, festival de heavy metal e outras vertentes do gênero que movimentou a capital paulista neste sábado e domingo, encerrou a sua 21ª edição longe de polêmicas. Com os ícones do Kiss fechando a noite, o segundo dia trouxe repetições e clichês, mas pelo menos não teve ninguém cancelando a apresentação ou abandonando o palco.
O primeiro show na tarde de domingo foi dos brasileiros da Doctor Pheabes, única banda completamente nacional a integrar o line-up oficial – parte do Sepultura substituiu o Motörhead e Andreas Kisser se apresentou com o De La Tierra no dia anterior. Em seguida, foi a vez do “teatro” da Steel Panther (antiga Metal Skool), que animou a plateia com seu metal ao ponto de algumas fãs se empolgarem tanto que decidiram fazer topless durante a apresentação, atendendo ao pedido do vocalista Michael Starr. Além do bate-cabelo em cima do palco, o cara abusou das frases obscenas, fazendo referências aos próprios testículos, que “têm gosto de morango”, de acordo com o próprio. A banda, famosa pelas brincadeiras e discursos pornográficos, mostrou que o rock precisa de atitude acima de tudo, algo que faltou ao Black Veil Brides no sábado.
O dia continuou com o guitarrista sueco Yngwie Malmsteen, que arrancou aplausos da plateia quando tocou a música “Purple Haze”, de Jimi Hendrix. A sequência trouxe o show acelerado do Unisonic, liderado pelo vocalista Michael Kiske, ex-Halloween, que não poupou as influências de sua antiga banda durante a apresentação. Já os alemães do Accept mostraram por que são referência no gênero e, com a setlist repleta de clássicos, encerraram a performance com “Balls To The Wall”.
Os próximos a tocarem foram os bombados do Manowar, que apesar de terem despertado a antipatia dos fotógrafos do evento por permitirem apenas 10 segundos de fotos, ainda conseguiram cativar a plateia graças ao som épico e as declarações em português do baixista Joey DeMaio: “O Brasil e os brasileiros têm um lugar especial no nosso coração”, disse, ouvindo berros de resposta. O grupo ainda contou com a participação do guitarrista brasileiro Robertinho do Recife. O Judas Priest, única banda a tocar nos dois dias de festival, se mostrou mais à vontade no palco do que na noite anterior, quando teve que estender sua apresentação graças ao cancelamento de Lemmy Kilmister.
Com mais de 40 minutos de atraso, os mascarados e pintados do Kiss subiram ao palco do Monsters of Rock para encontrar uma plateia receptiva e extasiada com a presença dos metaleiros. Nota para quem tá começando: não é qualquer artista que pode passar do horário e ainda assim ser ovacionado. Com vários fogos de artifício, sangue cenográfico, vôos coreografados e clássicos como “Rock and Roll All Night”, não foi surpresa para ninguém que o público tenha saído mais do que satisfeito com o grupo de Gene Simmons, Paul Stanley, Eric Singer e Tommy Thaye.
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