“Mas o veneno e o atraso disfarçados de progresso que apodrecem a nossa fonte, a nossa foz, não nos faz tirar os olhos do horizonte nem polui a esperança que nasce dentro de nós”. E é com essa esperança que o rapper Gabriel O Pensador e Tato, vocalista do grupo de forró Falamansa, gravaram a música “Cacimba de mágoa” em parceria com os institutos Últimos Refúgios e O Canaque. Ela retrata toda a tragédia por qual passa o Rio Doce após um mar de lama dominar o rio com o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015. Cada visualização do clipe se transformará em doação para um fundo de assistência as famílias ribeirinhas, com a finalidade de promover obras sociais comunitárias. O vídeo conta com artistas com a participação de nomes como Neymar, Paolla Oliveira, Grazi Massafera, Caio Castro, Anitta, Thiaguinho, Michel Teló, Gabriel Medina, Buchecha e companhia ilimitada, além, of course, de pessoas que foram atingidas na tragédia.
O clipe é abastecido com imagens dos mais de 63 quilômetros de rio e mais de 1.4 mil hectares de terras – de acordo com laudo preliminar do IBAMA – que foram vítimas das consequências do rompimento da barragem de Fundão da Samarco. A maioria delas, registradas pelo fotógrafo capixaba Leonardo Merçon, do Instituto Últimos Refúgios e responsável pela exposição que retratou a passagem da onda de lama pelo Rio Doce. Merçon foi convidado pessoalmente para participar do projeto e procurou outros amigos para ajudar a ilustrar. O Greenpeace também cedeu algumas imagens de Mariana pós-tragédia. Muitas delas, bom dizer, são aéreas e focam nos povoados de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Camargos, além à Vila de Regência, famosa pela atração de turistas no Espírito Santo.
Em tempo: o clipe sobre o maior desastre ecológico do Brasil foi produzido por Tato Estúdio Outros Sentidos e editado em uma parceria entre Ilka Westermeyer, o Instituto Últimos Refúgios, e Diego Navarro, da All Screens Films e terá 100% de sua renda revertida para as vítimas da tragédia que deixou 17 mortos e dois desaparecidos.
Artigos relacionados