*Por João Ker
Falar que o Circo Voador é uma casa de shows eclética pode parecer redundante, mas é surpreendente ver como um fim de semana pode destoar do outro em gêneros musicais. Se na semana passada houve um triatlo sagrado do heavy metal, a primeira pausa de setembro trouxe uma dobradinha não inédita, mas sempre bem-vinda, com apresentações da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana e a queridinha dos cariocas, Orquestra Voadora. Mesmo com a fila maior que o normal na entrada (finalmente a casa decidiu checar o comprovante de meia), a noite rendeu, agradou e durou até pouco depois das 3h.
Ainda que o começo estivesse um pouco vazio, nada atrapalhou o suingue jamaicano feito pelo pessoal da OBMJ. Com seus rearranjos de clássicos brasileiros revisitados sob o ritmo do ska, como “O Guarani” – passando por outros queridinhos do público, bem menos eruditos, mas igualmente emblemáticos, como sucessos de Tim Maia, As Frenéticas e Gilberto Gil – a apresentação encerrou curta e animada com aquelas marchinhas de Carnaval que o povo ama, embaladas por roupagens caribenhas.
Na sequência, o sempre bem-vindo show da Orquestra Voadora, que se sentia mais do que em casa no Circo e, mesmo sem grandes novidades, sempre consegue fazer a plateia se movimentar. A tradicional rodada fora do palco também aconteceu, com direito a alguns integrantes suspensos em pernas-de-pau e uma dose extra do clima lúdico recorrente da banda, que chegou a distribuir cataventos e balões ao público.
E, continuando o clima eclético e disforme, o Circo recebe no próximo fim de semana show duplo de Maria Rita. Haja fôlego!
Fotos: Zeca Santos
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