*Por Karina Kuperman
Carolina Dieckmann está pronta para mostrar a verve cantora. As rodas informais de música entre amigos viraram um projeto batizado Karolkê, uma espécie de show intimista no qual Carol divide o palco com o músico Vinícius Feyjão, sob direção musical cuidadosa do instrumentista e arranjador Pretinho da Serrinha e produção de Léo Fuchs. “Dá um certo medo mostrar essa nova vertente do meu trabalho. Na verdade não é medo. É frio na barriga. Uma sensação de mostrar algo novo e tão íntimo. Como nunca quis ser cantora, nunca levei a sério. Acabei vivendo com muita intensidade a música na minha intimidade, na minha casa, com a minha família, filhos e amigos. Para mim, é mais íntimo do que qualquer coisa”, confessa ela, que já encantou o público com sua afinação em alguns trabalhos. A maioria do público, porém, acabou conhecendo mais a verve musical de Carol apenas em 2017, no “Tryo Eletryco”, quando dividiu a cena com Pretinho da Serrinha e Maria Ribeiro.
“De fato nunca quis cantar profissionalmente. O ‘Tryo Eletryco’ não foi a minha primeira incursão na música. Lá atrás teve ‘Confissões de adolescente‘ e cantei antes até, em ‘Banana Split‘, que já tinha algo musical. Depois, em todos os trabalhos que eu fiz com o Domingos Oliveira (1936-2019) eu cantei. Sempre teve música na minha vida, mas o fato de ser pouca coisa acabou que não chamava tanta atenção. Eu era apenas uma atriz afinada. Mas o “Karolkê” é diferente. É um musical. Isso se fôssemos tentar classificar, porque ele é indefinível. Mas é totalmente voltado para a música”, analisa. “Estou muito feliz, é um fato agregador. Algo a mais. Sou uma atriz com veia musical. Para mim é bem simples de entender isso”.
O repertório une alguns dos maiores clássicos da nossa MPB e outras canções famosas em releituras inéditas e novos arranjos. “É tão lindo”, de Roberto Carlos, “Vamos fugir”, de Gilberto Gil e Liminha, “É o amor”, de Zezé Di Camargo e Luciano, “Show das poderosas”, de Anitta, “Love of my life”, do Queen, e “Imagine”, de John Lennon, são só alguns dos enormes sucessos com os quais Carol encanta o público. “A escolha foi pensando em músicas muito conhecidas. Selecionamos as mais tocadas em karaokê das últimas três décadas, e queríamos pegar um pouquinho de cada gênero. Então o critério foi esse: músicas famosas e de gêneros diferentes”, explica.
Além da voz, ela também se arrisca em instrumentos como guitarra, pandeiro, tambor… “Não tocava nada antes. Arranhava um pouquinho de violão, vendo revistinhas antigas, com as cifras desenhadas, eu até conseguia tirar algo. Mas tudo que toco no ‘Karolkê‘ eu nunca tinha testado antes. Foi tudo aprendido especificamente para o show”, conta. “E isso não significa que eu saiba tocar esses instrumentos. Sei tocar aquilo ali que mostro, apenas”.
Parece que é mais do que suficiente, já que a reação do público é a melhor possível. Em breves vídeos nas redes sociais é possível ver um enorme coro da platéia com Carolina. Quase que um show em conjunto. “Nem no meu sonho mais incrível eu imaginei que fossem cantar tanto, sair cantando, cantar junto. A vibe é tão feliz. Parece que estamos fazendo exatamente o que as pessoas presentes queriam estar vendo. É uma sensação de encontro de expectativa com realidade. Todo mundo entra no clima. Quando entro para o bis é uma festa, não tem como descrever. É uma verdadeira catarse, melhor do que qualquer sonho”.
E será que o sucesso já inspira Carol a gravar um álbum musical? “Nunca pensei e continuo não pensando em gravar CD. Carreira na música não é uma realidade na minha cabeça, mas está tudo muito no começo. Não sei se em algum momento vamos querer gravar as músicas que a gente toca, quem sabe? As pessoas saem pedindo. No meu Instagram, o povo pede playlist no Spotify”, conta. “De fato é tudo muito novo e está acontecendo agora. Mas eu não digo ‘não’ para nada. Estou nesse momento de dizer um monte de ‘sim’ e viver intensamente essa nova experiência de não me criticar, julgar, ou problematizar. É pura entrega. Aberta, disposta, e muito, muito feliz”. Por isso o povo sente.
Serviço:
31 de agosto – 2o:30h – Arena Fernando Torres, em Madureira
2 de setembro – 21hs – Teatro Fashion Mall, em São Conrado
Em breve em turnê por todo Brasil
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