Black Cab Sessions leva ídolos ao banco de trás de um táxi preto que viaja por diversas cidades ao redor do mundo


O projeto de Jono Stevens, Gen Steves e Chris Pattinson valoriza artistas conhecidos e também os novos talentos da cena musical e eles pretendem vir para o Brasil! Vem ver

O Black Cab Sessions é um projeto diferente de tudo que os apaixonados por música conhecem. A proposta dos idealizadores Jono Stevens, Gen Stevens e Chris Pattinson é ousada: transformar táxis pretos em estúdios de clipes. A série de performances conta com canções de músicos e poetas gravadas no banco de trás de um táxi que viaja pelas ruas de Londres e o resultado dos vídeos faz sucesso na internet. Em entrevista exclusiva para o site HT, Chris Pattinson, responsável pela curadoria artística, contou que a ideia não é tão inusitada quanto parece. “O táxi é uma imagem icônica de Londres, as pessoas conseguem se relacionar com táxis mesmo não tendo estado na cidade, apenas vendo em séries e shows pela televisão. Foi uma ideia que veio à tona pela praticidade, pois conseguimos chamar um táxi de qualquer lugar de Londres. Além disso, eles tem ótima acústica, bem melhor que de um carro normal. Eles foram originalmente feitos para acomodar homens com cartolas, e é por isso que eles tem tetos altos. Ainda existe o bônus de ter o motorista presente em cada sessão”, explicou.

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Bonnie Prince e Billy Black participam do Black Cab Sessions (Foto: Reprodução/Facebook)

E como será que é a relação com os taxistas? “É simples vender esse projeto para os motoristas. Nós pagamos a viagem e eles assistem a um show privativo. Apenas pedimos para que não dirijam muito rápido”, contou. A relação com a outra parte envolvida – os artistas, também é tranquila. Nomes como The Roots, John Legend, Jack White, Wanda Jackson, Spank Rock, Freeway, The National, Phosphorescent, Brian Wilson, Bonnie Prince e até os brasileiros Caetano Veloso, Gilberto Gil e Rodrigo Amarante já participaram do Black Cab Sessions. “Sem querer ser arrogante, não acho que a gente fique mais tão deslumbrado com os artistas. É tranquilo, sabemos o que eles querem fazer então não ficamos tentando impressioná-los. Trata-se mais de uma colaboração entre ambas as partes”, disse ele, emendando que o segredo do sucesso é justamente levar pessoas tão diferentes ao projeto. “Lógico que é incrível passar algumas horas em companhia deles e conhecer heróis. Eles são pessoas normais que queriam realizar nosso projeto e são eles que fazem cada sessão ser tão única. Cada artista é diferente e traz um novo elemento ao BCS. Acho que por isso já dura tanto tempo”, analisou.

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GIlberto Gil e Caetano Veloso também já estiveram no banco de trás do táxi (Foto: Reprodução/Facebook)

E como será que foram as negociações com os brasileiros? Será que há o projeto de mais algum no Black Cab Sessions com cantores nacionais? “Eu sou fã de Gilberto Gil e Caetano Veloso há anos. Conheci suas músicas por DJs ingleses e sempre quisemos tê-los no projeto, tentávamos negociar mas as agendas não batiam. Até que um dia recebi um e-mail da empresária de Caetano dizendo que ele e Gil estavam indo para Londres e estavam interessados no dueto. Fiquei muito satisfeito de poder fazer isso acontecer. Já o Rodrigo veio através do Lewis Robinson, que dirige uma grande gravadora e nos mandou o som dele. Era pessoal e intimista e achei que funcionaria bem no táxi. Foi muito legal filmá-lo e depois ver que sua música foi temas de ‘Narcos’, do Netflix, e está sendo reconhecida como deve ser”, declarou.

Mais brasileiros ainda estão nos planos. “Jorge Ben Jor é um dos meus artistas preferidos e sei que ele faria algo incrível. Se ele estiver lendo isso: Jorge, venha fazer uma sessão”, pediu. Mas a ideia vai além. “Nossa vontade é levar o táxi para o Brasil para filmar uma série de televisão lá parecida como as que fizemos nos Estados Unidos”, contou ele, referindo-se ao projeto em que levaram táxis para seis cidades americanas como Nova Orleans, Memphis, Philadephia e outros e documentaram cenas musicais em cada local enquanto os artistas se apresentavam. “Vejo funcionando igualmente bem no Brasil. Adoraríamos ir para Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e outras. Há muita música boa no Brasil e queríamos explorar cada cidade, filmando heranças artísticas e descobrindo os novos sons do país. Sei que há boa música saindo das favelas do Rio que se chamam Rastaninho e nós queremos encontrar as pessoas responsáveis por isso. Queremos explorar tudo com o táxi”, adiantou.

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Jack White e Wanda Jackson participaram do Black Cab nos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Facebook)

Falando em descobrir novos talentos, isso já é algo comum para o time Black Cab Sessions. “Isso é o que amamos e o que faz o BCS ser o que é. Poderíamos pegar só os grandes artistas, mas a nossa paixão é descobrir novidades da cena musical. Não estaria mentindo se eu falasse que ajudamos artistas a crescer. Uma de nossas favoritas, Lianne La Havas era uma moça que eu vi tocando em um barzinho no norte de Londres e chamei para uma sessão conosco. As pessoas amaram e ela fez questão de colocar uma mensagem na capa do seu álbum dizendo que sem o Black Cab Sessions nada teria acontecido. Isso é o que nos move, poder dar plataformas para que artistas talentosos e desconhecidos cresçam”, disse.

O time envolvido no BCS é talentoso e, recentemente, desenvolveram uma nova tecnologia que permite filmar três táxis distintos. “Temos a companhia mãe Just So que é responsável pela produção de cada sessão e somos supervisionados por Jono Stevens, o diretor e idealizador do projeto. Além disso, Simon Bell maneja os distribuidores e afazeres do dia a dia. Desenvolvemos há pouco uma tecnologia que nos permite filmar nove Grime Mcs em três táxis distintos e o telespectador pode mudar e ver cada um deles quando quiser. Isso traz um mundo de novas possibilidades e estamos muito animados”, contou.

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Brian Wilson no Black Cab Sessions (Foto: Reprodução/Facebook)

Os planos não parecem longes de se concretizarem. “O Brasil está na nossa hot list de lugares para ir. Amamos a música e a cultura local e adoraríamos fazer algo durante as Olimpíadas. A América do Sul é uma paixão pessoal minha. A música e as pessoas são inspiradoras”, revelou ele, que também sonha em ir a outros lugares do mundo. “A costa oeste da América, Canadá, Europa e Índia seriam legais. O táxi pode ir para qualquer lugar, funciona como um tema constante e nos permite chegar em locais inesperados”, disse. A ideia é continuar descobrindo artistas e aumentar cada vez mais o público. “Queremos continuar reconhecendo talentos e fazer com que pessoas mais intimistas se tornem conhecidas. Não posso adiantar muito mais dos nossos planos, mas enquanto a música for boa e os artistas quiserem tocar para nós, iremos para qualquer lugar”, garantiu. Nós ficamos torcendo sempre.