*Por Domênica Soares
As possibilidades do mundo audiovisual estão crescendo cada vez mais e as grandes marcas estão usando essas ferramentas para inovar em suas estratégias. Exemplo disso é a faixa inédita “Chains”, que faz parte do curta-metragem “Looking For A New Place To Begin”. Esse trabalho surgiu da parceria entre a cantora e compositora Bárbara Ohana e Rafael Nascimento, diretor criativo da marca Another Place. A música foi produzida para o desfile na São Paulo Fashion Week. O clipe marca o retorno autoral de Bárbara para a música, depois de três anos produzindo e compondo para outros artistas. “Chains” é uma das quatro faixas inéditas do novo EP da cantora. “A música conta a história de um rockstar, vivido pelo Johnny Massaro perturbado e solitário, que luta com uma paixão e seus próprios medos”, dispara Bárbara. Ela já possui milhões de plays nas plataformas digitais com suas composições, que já foram endereçadas para grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa e Marília Mendonça.
As novas produções abrem o caminho para as próximas empreitadas da artista que adianta: em fevereiro de 2020 sairá em turnê nos Estados Unidos junto à Another Place, divulgando o EP em uma pegada que une música e moda. Os shows serão realizados em Nova York, Nova Orleans e Los Angeles, entre outras. Além disso, a compositora diz também que em 2020 pretende lançar seu novo álbum. Segundo Bárbara, é importante que as marcas sejam cada vez mais inovadoras e implementem em suas estratégias, desafios promissores como esses. “Acho lindo quando a moda encontra outras linguagens. Moda é arte e quanto mais esses conceitos se visitarem mais rica será a experiência, tanto criativamente nas roupas, quanto nas expressões pessoais”. Ela conta que esses encontros com outras formas de fazer arte sempre a renderam novas produções e trocas de conhecimento. “O Rafa me conheceu no nosso primeiro projeto de trilha juntos há três anos e, desde então, somos parceiros. Resolvemos nos dar as mãos e visitar nossas plataformas e nos encontrar no cinema”, comenta.
No clipe, Johnny Massaro vive na pele o alter-ego de um rockstar que dubla a voz intensa de Bárbara no palco. Além disso, o vídeo mostra a modernidade das relações e a visão dramática que a solidão moderna possui. Com direção de Henrique Sauer, as imagens retratam a rotina do personagem que tenta se desprender de suas amarras e viaja por momentos íntimos de revolta, reflexões, desejos e aflições. A artista relata que este EP é exclusivo desta trilha sonora, marcando um novo momento, de lançamentos futuros, produção autoral com muitas músicas que prometem conquistar ainda mais o público. “Sempre vou compor e estrelar produções minhas. Amo cantar, comecei aos oito anos e precisei parar para desenvolver minha construção como produtora. Esses anos possibilitaram que eu me sentisse segura para produzir meus arranjos e encontrar meus parceiros, além de me levarem a conhecer novos artistas e abrir meu próprio selo, o Oheart’s”.
Bárbara frisa que descobriu que queria viver de música quando tinha apenas 15 anos e morava em New Orleans e estudava jazz. “Meu coração batia mais forte, no palco, no bar, cantando em qualquer situação. Mas, foi começando a compor que decidi que isso era uma vocação e que me levaria para perto do cinema, que é minha outra paixão”, conta.
Sempre antenada às novidades do mercado, ela diz que as oportunidades virtuais são cada vez maiores e melhores. Mesmo encantada pela liberdade que a música proporciona, ela comenta que as oportunidades presenciais para o underground e o mindstream são as que mais sofrem com esse atual momento. “As casas de shows estão cada vez mais raras, acho que isso é uma fase e que ao fim, tudo são ciclos. Acredito no poder dos festivais para manter essa cultura, as festas e celebrações. Precisamos nos encontrar, seja na rua, seja para fazer música”, completa.
Para seguir sua trajetória, Bárbara se inspira em grandes mulheres compositoras, instrumentistas, cantoras e produtoras musicais, como Kate Bush, Nina Simone, Grimes, Stevie Nicks, Lauryn Hill, Gal Costa, Lady Gaga, Linda Perry, Tracy Chapman, Carole King. Contudo, não hesita em dizer que seus parceiros musicais são grandes fontes de inspiração. Sobre seus maiores sonhos ela dispara: “De um jeito meio torto, acho que meu maior sonho é continuar me desafiando artisticamente, e sempre ter a sorte de criar laços que me possibilitem novas experiências. Na música, no cinema, na escrita. Só quero continuar criando e viajando, aprendendo a ser uma profissional melhor. Se for para pensar em algo muito grande, diria que é conseguir criar e estar vivendo num meio que apoia o ensino, o intelecto e o aprendizado. Nosso país não está neste lugar e isso é uma luta que não se pode abandonar”, afirma.
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