*Por Domênica Soares
Com leveza e positividade, Júlia Smith lança a segunda parte do seu novo EP “Vai Lembrar de Mim”. A produção musical conta com sons que mostram de forma clara o atual momento no qual a artista está vivendo. “As músicas falam de uma mulher que sabe do seu valor, que tem controle dos seus sentimentos e vontades. Dizem bastante de como me sinto hoje. Mas, na verdade, dão voz a todos por serem sem gênero e atemporais”.
Em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan, Júlia conta que a música sempre esteve presente em sua vida desde a infância: “A música proporcionou à minha família muita alegria, felicidade e bons encontros. Apesar do meu avô e da família da minha mãe serem bem envolvidos com samba, quando criança comecei a estudar violino e depois passei para o violão e guitarra. Me formei em psicologia, mas decidi seguir meu sonho de trabalhar com música”.
Sempre integrada com o universo musical, ela divide que atualmente a música é bem democrática e o principal fator para que isso ocorra é a disseminação constante que as redes sociais proporcionam. Ela comenta, no entanto, que as redes sociais mostram o melhor e o pior do ser humano. O melhor, pois dão a oportunidade das pessoas se conectarem com aqueles que estão distantes. Contudo, desconectam-nos quando estão próximos, como por exemplo através do uso excessivo do celular. “Nos dão voz, mas essa voz pode tanto elogiar quanto agredir. Tendo isso em mente é só uma questão de balanço”
A artista destaca ainda que a força feminina tem feito muita diferença na cena musical e vem levando as mulheres a alcançarem espaços cada vez maiores. “As mulheres têm tido papel relevante e se destacado no mercado, o que é muito importante para nós. Também temos acesso a coisas que custavam uma fortuna antes. Por exemplo, com exceção da voz principal, os instrumentos do meu EP foram todos gravados no meu home estúdio. Por outro lado, mesmo com todo esse acesso que temos hoje, sinto algumas vezes que a imagem e popularidade do artista tem sido mais forte que a música em si”.
Sobre viver de música no Brasil a artista dispara: “Para ser bem sincera, como todos já sabem, a música autoral é bem difícil. Tem que se esforçar muito e segurar as pontas, mas uma hora vai dar certo. Eu faço projetos paralelos para outros artistas também por conta disso e amo produzir, gravar, tocar. É como qualquer trabalho, e se é seu sonho, corre atrás que uma hora vem”.
Mas não é só no mundo da música que a cantora está presente, ela conta que constantemente participa de projetos sociais ajudando quem precisa e contribuindo para o crescimento constante da sociedade. “Já estive mais ativamente em projetos de resgate de animais, mas, hoje em dia não consigo dar a devida atenção. Ainda sonho em ajudar artistas que não têm acesso a estúdio e nem condições de gravar seu material, como eu tive. Sabemos que esta carreira requer muito esforço e dedicação e também um pouquinho de sorte”.
Ainda sobre evolução, Júlia explica que a parte mais difícil de passar de fase no jogo da vida é o ato de não julgar, perdoar os outros e também saber reconhecer os próprios erros. “Busco me aproximar do que me faz bem, e cada vez mais fazer o que acredito. Meu maior desejo para esse ano de 2020 é de que as pessoas consigam se respeitar mais, sem polemizar tanto nas diversas situações da vida. E eu quero viver inteiramente de música no sentido de levar minha mensagem e dar voz àquelas que se conectem com essa mensagem de uma certa forma. Que minha música possa estar perto daqueles que precisam dela. Que as pessoas se divirtam também e que isso proporcione a mim a possibilidade de viver disso. Tenho muita vontade de produzir outros artistas e conhecer meu maior ídolo, o John Mayer”.
Artigos relacionados