Em show intimista na Lapa, Arnaldo Antunes lança o álbum ‘Disco’ no Rio

‘A casa é sua!’ Com este sucesso, Arnaldo Antunes parecia realmente convidar o público para ficar bem à vontade no Circo Voador. Foi uma ótima maneira de abrir seu show na noite passada para, em seguida, tocar algumas músicas na companhia de velhos amigos. E foi nesse clima totalmente intimista que o cantor apresentou, na Lapa carioca, ontem (26), o terceiro show da turnê de lançamento do álbum ‘Disco’, depois de passar por Salvador e Porto Alegre.

Após excursionar por um ano e meio com o ‘Acústico MTV’, o ex-Titãs interrompeu as merecidas férias para adiantar o processo do novo disco que, inicialmente, havia sido programado para 2014. Mais vez, o cantor se mostra atencioso a todas as novidades musicais, seguindo um caminho comum a artistas independentes, pois, entre junho e setembro deste ano, já havia disponibilizado na internet (somente para audição) algumas faixas desse novo trabalho, como ‘Muito muito pouco’ e ‘Vá trabalhar‘. A ideia de revelar em doses homeopáticas o repertório se completa com o nome do novo álbum.

Depois da animada abertura com o parceiro de composições, Felipe Cordeiro, foi a vez do ex-Tribalistas subir ao palco para a grande noite. Por volta de 00h48, a banda que o acompanha há alguns anos – Curumin (bateria), Edgard Scandurra (guitarra), Betão Aguiar (baixo), Chico Salem (guitarra e violão) e André Lima (teclados e sanfona) -, preencheu o palco com figurinos uniformizados por roupões brancos criados pelo estilista Marcelo Sommer. Em seguida, envergando um pijama preto e a irreverência que lhe é peculiar, entrou a estrela da noite, piscando uma lanterna de luz fluorescente no rosto, enquanto ao fundo, uma gravação de sua voz soletrava palavras confusas ao léu.

Para o show, Arnaldo Antunes usou um tipo de pijama desenhado pelo estilista Marcelo Sommer. (Foto: Vinícius Pereira)

Em uma hora e meia de show, um verdadeiro caldeirão de ritmos agitou a plateia um pouco menos alternativa daquela  que Circo Voador tem costumado ambientar ultimamente, porém não menos animada. No democrático setlist havia de tudo um pouco: o pop apareceu em canções como ‘Ela é tarja preta’ e ‘Muito muito pouco’, enquanto o rock mais pesado caracterizava ‘Vá trabalhar’ e ‘Sentido’. Mas não faltaram baladinhas românticas como ‘Dizem’, ‘Azul vazio’ e ‘Querem mandar’.

Com muito carisma, também não faltaram dancinhas robóticas, os tradicionais pulinhos e novidades como a releitura de ‘Grávida’, na parceria com Marina Lima, que nunca havia cantado em seus shows, além de uma releitura de ‘Medo’, de sua época nos Titãs.

Fotos: Vinícius Pereira