Diretamente das areias da praia de Atalaia, em Sergipe, para a grande São Paulo, os irmãos Bruno Mattos (voz e violão) e Leo Mattos (bateria e vocais) encerravam em 2009, o sonho adolescente da primeira banda, Rockassetes, para recomeçar a vida no meio paulistano – onde acreditavam ter mais oportunidade no mercado musical. E acertaram em cheio. A banda não sou mudou de nome para Bicicletas de Atalaia, mix de homenagem à terrinha natal e ao desenho que costumavam assistir (‘Bicicletas de Belleville’), como ainda arrematou outros componentes para seu cast: os paulistanos Augusto Passos (baixo e vocais) e Kaneo Ramos (guitarra).
Neste ano, o grupo conseguiu finalmente lançar o primeiro álbum com o novo nome da banda, influenciados por uma mescla de rock independente e bossa nova: “Temos muita influência das décadas de 60 e 70, então nosso trabalho é o casamento de João Gilberto, Tom Jobim e Beatles“, definiu o vocalista, Bruno, sobre este primeiro trabalho. Produzido por ninguém mais, ninguém menos que Vinicius Junqueira, baixista da atual formação de Os Mutantes, o produtor ainda assumiu a responsa de ser uma espécie de padrinho informal para os rapazes mezzo sergipanos, mezzo paulistanos. “Foi muita coincidência! Estávamos à procura de um estúdio para gravar o álbum e acabamos conhecendo o Vinicius, que já tinha vontade de produzir uma banda há algum tempo. Então tudo se encaixou!”, contou.
Além de conquistar a atenção dos sites de música independente por suas letras originais e arranjos sofisticados, o Bicicletas de Atalaia ainda ganhou destaque na MTV com o videoclipe de ‘Diga-lhe que mando a meia’, do EP de formação. Agora, lançam ‘O verão e os absurdos’, primeiro clipe do disco finalizado.
A forte influência da tropicália na vida dos meninos reflete também em um projeto paralelo, chamado ‘Caetanagem‘. “Montamos esse show ano passado despretensiosamente, porque somos realmente muito fãs do Caetano Veloso. Mas, depois, vimos que algumas casas de show prezam mais por covers do que um som autoral de banda independente, então tudo acabou sendo uma maneira para a gente crescer no meio”, contou o frontman sobre as versões de muita personalidade e sotaque regional para as canções do líder tropicalista.
Na ativa desde 2012 em casas noturnas relevantes na capital paulista, a banda traz um repertório que abrange toda a trajetória musical do cantor, do final dos anos 60 aos 2000, com destaque para a fase tropicalista de 67 a 75, período que exerce grande influência na formação musical do grupo. E, embora tenham muito orgulho daquilo que apresentam no palco, ainda não conseguiram mostrar o resultado para Caetano tête-a-tête. Este talvez seja, atualmente, um dos maiores sonhos dos rapazes: “Seria nossa realização!”, idealizou o vocalista. Estamos na torcida!
Assista ao novo clipe:
Artigos relacionados