Depois de seis anos de ausência no Rio de Janeiro, o Aerosmith retorna à Cidade Maravilha em grande forma, em uma noite chuvosa, mas regada ao bom e eterno rock’n’roll. A banda americana fez da noite dessa sexta-feira (18) uma celebração memorável para os cariocas, que puderam conferir o show da turnê ‘The global warming world tour’, iniciada em 2012 com o lançamento do disco ‘Music from another dimension’ – álbum que brindou o retorno do grupo após um hiato de quase 10 anos. A abertura ficou por conta de outra patota de veteranos dos metais: o Whitesnake. Pontualmente às 21h, David Coverdale subiu ao palco de camisa branca meio aberta, peito à mostra, e comandou o sexteto arrebatador com sucessos como ‘Is this love’, ‘Love ain’t no stranger’ e ‘still of the night’.
Duas horas depois, o chuvisco incômodo ainda não havia dado trégua, mas nada impediu que a rapaziada do Aerosmith irrompesse no comprido palco em formato ‘L’ com a mesma energia contagiante que tornou o grupo conhecido nos anos 70. Steven Tyler – aquela figuraça espalhafatosa de sempre, de calça estampada com flores, sobretudo em tecido brilhoso, óculos escuros e bocão capaz de fazer o sorriso do gato de Alice parecer um beicinho -, deu início ao espetáculo com o clássicão ‘Back in the saddle’, do álbum ‘Rocks’, de 1970, acompanhado do fiel escudeiro de todas as horas, Joe Perry – outra peça, em sugestivo modelito de marujo de filme de pirata, com direito à bandana vermelha na cabeça.
Sem dar a menor bola para a chuva, a dupla se dirigiu para passarela do palco em total frenesi e prosseguiu com mais faixas simbólicas do seu repertório, como ‘Love in a elevator’ e ‘Toys in the attic’, incentivando o público, com o figurino uniformizado por capas, a também relaxar. Enquanto isso, os músicos instrumentistas (Brad Whitford na guitarra, David Hull no baixo, substituindo o titular Tom Hamilton (nocauteado por uma virose), Joey Kramer na bateria e ainda o tecladista-cantor Russ Irwin) protegiam suas cabeleiras frondosas debaixo da parte coberta. Tyler, com a mesma personalidade gaiata de sempre, não perdeu a oportunidade de brincar com a platéia; para refrescar a noite abafada, embora chuvosa, abençoou, com a água de uma garrafa plástica, a cabeça dos fãs que se concentravam na fila do gargarejo.
E não parou por aí: na metade do show, o vocalista puxou uma fã apaixonada da multidão e tascou um caloroso beijo na menina que, extasiada pela emoção, não queria descer do palco, recebendo mais uma sequência de selinhos do cantor e um recadinho particular no ouvido. Tipo “Ah, se te pego!”. Se para a jovem este foi possivelmente o momento mais marcante da noite, para o aglomerado de calorosos admiradores foi a chegada de ‘I don’t want to miss a thing’, o hit que em 40 anos de carreira mais causou comoção em seus shows. E mais: convidando o público a celebrar a amizade, os ‘Gêmeos Tóxicos’ (como eram chamados Tyler e Perry na década de 70) cantaram ‘Come together’, grande sucesso do álbum ‘Something’, dos Beatles.
Perto de finalizar a grandiosa noite, o frontman do grupo exibiu muito talento no piano e levou a massa ao delírio total com ‘Dream on’. Na sequência, ‘Sweet Emotion’ e a conhecida ‘Crazy’, que conta a história de um homem enlouquecido de amor, apontavam o final do espetáculo, que a pedidos do público, ainda se estendeu um pouco mais com ‘Train kept a-rollin’, fechando um repertório de 22 músicas e duas horas de show. Já aguardamos o próximo!
Fotos: Vinícius Pereira
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