*Por Brunna Condini
Para Ana Carolina, 2020 é igual a 20. Ou melhor, neste ano de números redondos, ela completa duas décadas inteiras dedicadas à música. E para celebrar em grande estilo, a cantora vai presentear seu público carioca com um show cheio de surpresas, neste sábado, 18 de janeiro, na Fundição Progresso, na Lapa.
A apresentação é parte da turnê “Fogueira em Alto Mar”, álbum de canções inéditas, lançado ano passado, depois de um hiato de seis anos. “O set list tem as seis canções recém-lançadas do EP. E, claro, os maiores sucessos dos meus 20 anos de carreira não ficam de fora!”, garante Ana, que fala com exclusividade ao site sobre o show e outras coisitas mais. E também comenta sobre a escolha que chama de “precisa”, do repertório para ocasião: “Achei que era necessário trazer músicas que nunca fiz ao vivo, por exemplo. Acho que os fãs vão gostar, teremos sambas, baladas e sets intimistas. Posso adiantar que apresento releituras minhas para canções de artistas que admiro, como Roberto Carlos e Lulu Santos. E claro, uma bela pandeirada que o público ama”.
Olhando sua trajetória, qual é o balanço, Ana? “Costumo dizer que nesses 20 anos de carreira o mais importante foi o caminho e não apenas um ponto ou outro. Os acertos e os erros foram importantes para formar quem eu sou hoje, e tenho muito orgulho dessa trajetória”, diz. “Chegar numa data como esta é um ótimo momento para olhar para trás, avaliar essa trajetória, e desenhar para onde irei”.
Faria algo diferente? “Não posso dizer que tenho arrependimentos. Acredito que tudo o que aconteceu, positiva ou negativamente, me trouxe algum aprendizado e me formaram exatamente como sou hoje. Não desprezo nenhum momento que tive ao longo desse caminho”, analisa, a artista, que lançou seu primeiro disco em 1999. De lá para cá, foram 12 álbuns seis DVDs e mais de cinco milhões de discos vendidos.
Sabendo da inquietude artística de Ana Carolina, que além de cantora é compositora, arranjadora, produtora, instrumentista, musicista e artista plástica, vem a questão: por que esse intervalo de seis anos para criar novas músicas? “Como já comentei em algumas situações, acredito que os hiatos e o silêncio são necessários para um artista criar novos projetos. Essa pausa foi importante para que eu conseguisse chegar em um projeto maduro de inéditas”, esclarece. “São anos sem lançar um álbum com novas canções, mas não houve descanso. Produzi bastante nesse período. Em 2015, fiz uma turnê chamada “Solo”, com o DJ Mikael Mutti. Foi nesse show que cantei pela primeira vez a música “O Que é Que Há”, que está no disco atual. A música foi indicada pelo Rodrigo Faour, um grande amigo, pesquisador e autor de diversos livros sobre música brasileira”.
E completa sobre o período: “Em 2016, lancei o livro “Ruído Branco”, pela Editora Record, no Brasil e em Portugal e, em seguida fiz uma turnê de mesmo nome com o músico Thiago Anthony. Em 2017 e uma parte de 2018, viajei com a turnê “Grandes Sucessos”. E foi justamente em 2018 que comecei e conclui a composição, produção e gravação desse álbum que saiu em 2019”.
Ela revela ainda que o novo trabalho a remete ao estilo musical do início da carreira. “Coincidência ou não, esse álbum, que sai quando comemoro meus 20 anos de carreira, conecta muito com o “Ana Carolina“, meu primeiro disco que foi lançado em 1999. Ambos têm a presença do violão em músicas românticas”, conta. “O “Fogueira em Alto Mar” traz também o samba, esse gênero que amo e aos poucos foi ficando mais e mais presente na minha discografia. Enfim, é um trabalho de muitas parcerias com uma nova safra de canções com Zé Manoel, Edu Krieger, Antonio Villeroy e minha parceria inédita com Bruno Caliman”.
Será que a cantora é tão romântica e passional quanto suas músicas? “Ah! Acredito que sim! Na verdade, isso é até bastante orgânico para mim, acontece naturalmente. Ao lado da música, considero o amor a coisa mais importante na minha vida. Então acho natural que um seja o reflexo do outro. E principalmente, a junção dos dois é o que me inspira e cria a minha maneira de ver o mundo”
Mas quando o assunto é amor e a vida particular, como o namoro já noticiado com a cantora italiana Chiara Civello, Ana Carolina prefere a descrição. “Agradeço a pergunta, mas prefiro não entrar em temas pessoais”, desconversa, e retoma o entusiasmo, quando o tema é a carreira. “Este ano, estou focadíssima em viajar o país com a turnê “Fogueira em Alto Mar” para várias cidades. A turnê continua esse ano não só no Brasil, como também nos Estados Unidos e Portugal”.
Um dos ganhos de uma carreira intensa, são os aprendizados. E queremos saber da ganhadora sete vezes do Prêmio Multishow de Música Brasileira, três vezes do Troféu Imprensa e uma vez do Prêmio TIM de Música: O que aprendeu no seu caminho, que é inestimável? Quem é a Ana Carolina hoje? “Nossa, que difícil essa pergunta! ”, diz, aos risos. “Vamos lá: Sou uma pessoa que continua fazendo aquilo que gosta e acredita. Me considero imensamente realizada e bastante vitoriosa, mas com muita coisa ainda para aprender e desafios para conquistar. Aprendi que, por mais que apareçam obstáculos, tenho que continuar fazendo o que gosto e acredito, fazendo músicas e cantando com muito carinho para o meu público”.
E se tem uma coisa que a cantora recebe do seu público é esse carinho dobrado, triplicado, em montes de afeto. Atualmente, Ana Carolina contabiliza mais de cinco milhões de seguidores em suas redes sociais. Como é essa relação com os seguidores, e como lida com haters, isso rola? “A relação com fãs é a melhor possível! Sempre fico de olho nas mensagens que eles deixam e tento retribuir de alguma forma. Mas ao mesmo tempo que as redes sociais fazem essa aproximação, também abrem espaço para os haters, infelizmente. E muitas vezes para as fake news. Isso é um pouco desagradável, mas temos que conviver, certo?”.
Ana confessa que seu combustível, hoje e nestes anos todos, é a possibilidade de cantar o amor. O público agradece e retribui. Basta estar na plateia de um dos shows da cantora ou assistir um de seus registros: é impressionante como os fãs cantam junto. E muitas vezes, num coro de arrepiar. Já se acostumou com isso? Por que acha que suas músicas agradam tanto? “Muita coisa se aprende e se acostuma ao longo de duas décadas, mas ouvir o público cantar com toda força é algo que jamais irei me acostumar e nunca deixará de me emocionar. Seguem sendo os momentos que mais me marcam em qualquer show. Vê-los cantando minha música, muitas do início da minha carreira, é algo indescritível”, admite. “Fico honrada com isso, que as canções agradem assim. É imprevisível saber se uma música fará sucesso ou não, mas creio que eles gostem das músicas pelo que falei anteriormente. Amor e música, para mim, andam juntos. E arrisco dizer que para esse público apaixonado, isso também seja verdade…”
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