“Não podemos mais correr. Já apanhamos a vida inteira”, dispara rapper Delacruz


Conversamos com o artista de 21 anos, nascido em Vigário Geral, Zona Norte do Rio de Janeiro, que apresenta cinco faixas do álbum ‘Nonsense’, ganhou dois discos de ouro no palco do Espaço Favela do Rock In Rio e ainda teve música em trilha de novela da Globo

Aos 21 anos e  quatro de carreira, o rapper Delacruz é um fenômeno (Foto: I Hate Flash)

*Por Rafael Moura

Um dos grande nomes da nova geração do rap nacional tem 21 anos, se chama Daniel Azevedo da Cruz, mais conhecido como Delacruz, é pai, tem 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify, ganhou dois discos de ouro (29 milhões de vezes tocadas) pelas faixas ‘Andressa’ e ‘Me Leva’, foi um dos grandes nomes do Espaço Favela, no Rock In Rio, esteve na trilha sonora de ‘O Sétimo Guardião’, 2018, com a música ‘Sobre Nós’, tema de Luz (Marina Ruy Barbosa) e Gabriel (Bruno Gagliasso) e acaba de liberar cinco faixas do álbum ‘Nonsense’.

Para descobrir tudo sobre esse fenômeno, o site Heloisa Tolipan conversou com compositor que, com somente quatro anos de carreira, já tem dado muito o que falar. “É uma satisfação ter conquistado tudo isso em pouco tempo de carreira. É uma vida muito turbulenta, a gente está trabalhando bastante e tudo isso é uma recompensa. São sinais de que estamos caminhando na direção certa com muita dedicação e amor sempre. A nossa missão é difícil, mas precisa ser realizada e a gente não pode mais correr, já apanhamos a vida inteira, agora é partir pra cima”, dispara Delacruz.

A capa do EP ‘Nonsense vol 1’, o novo trabalho do rapper Delacruz com cinco faixas (Foto: divulgação)

O álbum ‘Nonsense vol 1’ traz as faixas ‘Onde estará’ que já ganha um clipe, onde o rapper encarna a figura do típico malandro carioca. O samba soul ‘Favela’, ‘Sunshine’, ‘Anestesia’, que traz a sensualidade com um perfume latino com os beats do rap, e ‘Vício de Amor’, uma composição em parceria com outro fenômeno avançado, Luccas Carlos, em que investem na melodia romântica. “A nossa intenção é mostrar diferentes lados do meu trabalho, e como o nome do disco significa conduta contrária ao padrão, ao bom senso, aproveitamos essa ideia para mostrar o nosso diferencial e criar minha identidade sonora. Acredito que estamos caminhando na direção certa, queremos remar contra a maré, botar um pouco do meu coração para criar um estilo próprio”, explica.

Delacruz começou a compor ainda criança, aos 11 anos, quando fundou um grupo de funk. Com 14 anos, montou banda de pop e reggae ao lado do DJ Gu$t. Mas sua carreira só começou a dar sinais de que iria decolar a partir de 2015, quando postou no YouTube a música ‘Flor de lis’, composta com o rapper e amigo de escola Bernard. “Eu não cheguei na música, ela chegou até a mim, na minha família tem músicos, então ela foi parte da minha vida inteira. Eu sempre me diverti muito fazendo música e chegou um ponto que eu quis levar ela como profissão. Por mais que seja difícil, a agente se dedica e um bom sinal é quando a nossa mensagem começa a alcançar mais pessoas. Sempre pensando um dia de cada vez”, agradece.

Em 2017 veio o grande reconhecimento, com o lançamento da música ‘Sobre Nós’ do grupo Poesia acústica, um coletivo que traz nomes como Maria, Ducon, Luiz Lins, Diomedes Chinaski, Bk’, Kayuá, uma influência do samba, por seu o avô, Elias Índio, compositor de sambas-enredo da escola Unidos de Lucas, quanto pelos ritmos da música negra norte-americana ouvidos por sua mãe, Bianca Azevedo. “A gente se escuta o nosso coração e caminha nessa direção. A galera que nos acompanha fortalece sempre e acaba ajudando a mim, minha família, e as famílias de toda a produção que trabalha conosco. Todos são muito importantes na nossa vida, devo muito a vocês”, agradece.

Delacruz foi um dos grandes nomes no Espaço Favela, no Rock In Rio (Foto: I Hate Flash)

Os números desse fenômeno nas plataformas digitais são impressionantes: 1,5 milhão de seguidores Instagram, 505 mil inscritos YouTube, mais de 2.125 milhões ouvintes mensais no Spotify e mais de 53. 300 mil fãs no Deezer. Não é por acaso que no palco do Espaço Favela, no Rock In Rio, Delacruz ganhou dois discos de ouro, pelas faixas ‘Me Leva’ e ‘Andressa’, homenagem a sua mulher, que já foram ouvidas mais de 29 milhões de vezes. “Eu sou muito ruim de rede social, juro por tudo o que é mais sagrado, mas a galera da nossa equipe está sempre dando atenção para os fãs, interagindo e apoiando o nosso trabalho, alcançamos um número expressivo de seguidores, de maneira orgânica e pretendemos seguir assim para que essa mensagem seja a mais verdadeira possível.

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