Zero Grau: a chancela da maior edição da feira calçadista e as prospecções do setor são otimistas para 2023

Zero Grau: Todos os holofotes para a geração de negócios e internacionalização da indústria calçadista brasileira

É gol do Brasil! Se tudo der certo, em campo, na Copa do Mundo, e também na certeza da retomada das vendas do setor calçadista! Nosso país é o quarto principal produtor mundial de calçados e 2022 deve ser o marco de 851 milhões de pares produzidos. Além disso, o segmento segue em tendência de crescimento nas exportações, que, entre janeiro e setembro, somaram 107,9 bilhões de pares embarcados, gerando US$ 990,35 bilhões em receita, resultado superior ao mesmo período do ano passado. E tem mais: neste mesmo período, a indústria gerou 44,4 mil novos empregos. O cenário é próspero para o crescimento, já que a indústria eleva projeção com a retomada do mercado interno e das exportações. E os últimos meses têm sido de recuperação para o varejo. No momento, também podemos dizer que, para o setor, o golaço vêm do Sul do Brasil! O aquecimento da economia vem fazendo a temperatura subir em Gramado! A cidade está lotada de turistas e o seu Natal Luz a pleno vapor.

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Mas nós do site HT estamos de olho mesmo é na já histórica edição da Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios, palco de grandes negociações de empresários, players da indústria, varejistas de Norte a Sul do país e compradores internacionais. Ao andar pelos 30 mil metros quadrados de estandes montados no Serra Park, é possível sentir que a demanda de dois anos reprimida vem se soltando…e o resultado? Vendas a todo vapor! “Esta feira é o termômetro da economia setorial do próximo ano. Com ela já podemos desenhar como será o primeiro trimestre de 2023, tanto para a indústria como para o comércio. Os pedidos e os encaminhamentos aqui dentro mobilizam índices importantes desde a criação de empregos, investimentos nos parques industriais, remodelação e adaptações do varejo em tecnologias digitais, enfim faz a roda girar. Essa Zero foi mil!”, diz Frederico Plestch, diretor da Merkator Feiras e Eventos. A feira tem 300 expositores, mais de 1.500 marcas e espera receber 12 mil visitantes até esta quarta-feira (23) e mais de 70% das compras para o inverno 2023 em calçados estão sendo comercializadas na Zero Grau.

A feira de Calçados e Acessórios Zero Grau destaca a pujança da exportação do calçado brasileiro e, especialmente, a vocação do Rio Grande do Sul para o mercado calçadista. O evento recebeu importadores de cerca 30 países e de três continentes. Seles Bahrein, Kuwait, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Chile, Costa Rica, Paraguai, Panamá, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, República Dominicana, Porto Rico, EUA, Portugal, Alemanha e Polônia.

Roberta Pletsch, diretora de Relacionamento da Merkator, sempre ressalta que os calçados made in Brasil são muito apreciados pelo design, conforto e tecnologia. Segundo ela, “o importador consome os produtos especialmente para o verão em todos os continentes. Fazem encomendas exclusivas para marcas internacionais, pois é enorme o mercado private label. Temos sofisticação e leveza. A vinda dos lojistas e representantes de tantos países é fundamental. As empresas sabem do poder de a moda se reinventar, então é necessário que todos estejam alinhados com o que o consumidor deseja”.

Frederico Pletsch e Roberta Pletsch à frente da Merkator, promotora da feira Zero Grau (Divulgação)

Nos corredores da feira vemos lojistas de todo o país e importadores de cerca de 30 países de três continentes trocando experiências entre o varejo e a indústria e informações sobre moda, tecnologia, conforto e assuntos sobre o comportamento do consumidor. A parceria entre moda e vendas está mais on do que nunca! “Esta 12ª edição está acima de qualquer expectativa otimista. Nas primeiras horas já batemos recordes de público. Uma feira de inverno, em um país tropical como o nosso, sempre tem um volume menor de vendas se comparado com as ofertas para o verão, mas este ano parece que estamos vivenciando um novo tempo,” diz Frederico. Ele assegura que as vendas que estavam represadas no mercado interno estão bem encaminhadas: “Além disto dá para sentir muito forte a presença dos importadores comprando as coleções brasileiras. O nosso calçado está retomando seu protagonismo no mundo”.

As negociações com os importadores na edição histórica da Feira Zero Grau, em Gramado (Divulgação)

Quando a história e a informação sobre moda, glamour e calçados se unem à experiência, o resultado acaba sendo de primeira. Foi o que conferimos nesta edição da Zero Grau. “A maior feira sempre foi o Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC), até porque as temporadas são diferentes. A Zero sempre foi menor, mas essa foi recorde de expositores e compradores. As pessoas vieram muito bem preparadas, os estands estão lindos. Os lojistas investiram muito, nos próprio produtos, na feira, isso dá uma qualidade boa para todos. Acredito que 2023 será o melhor ano dos últimos cinco para o setor coureiro e calçadista. O que vejo é que todo mundo vai mais freado, mas será um bom ano. Estamos muito contentes com a realização desta edição, mesmo depois de tudo o que aconteceu, das turbulências de mercado. Desejo que tenhamos um ótimo Natal e Ano Novo! A perspectiva para 2023 é de uma excelente arrancada!”, pontua Frederico Pletsch.

Edição histórica desta ano da Feira Zero Grau em Gramado (Divulgação)

Apesar da cautela em relação às expectativas da retomada, as perspectivas são altamente positivas. “Vivemos dificuldades nos últimos dois anos que eu jamais pensei que passaríamos. Desde faltar material humano para montar a feira, para a recepção do evento. Foi duro, mas também gratificante, dentro de tudo que conseguimos fazer. Nesta edição vimos a carência que estamos de poder falar com o fabricante, o lojista, isso é muito importante em uma feira, não só o movimento de compras. E o lojista sai daqui sabendo o que vai ser a moda, tanto as pequenas, médias, quanto as grandes linhas. Retomamos! Coisa que eu não imaginei que voltaria tão fácil. O movimento está surpreendente”, pontua o diretor, e anuncia: “A grande surpresa dos próximos três anos será a Índia, onde vamos entrar com força total. Nosso conceito de sapatos no mundo está muito bom, com nossa criatividade estamos fazendo excelentes modelos. Estamos muito sólidos, com uma indústria de fornecedores boa”.

Roberta Plestch, diretora de relacionamento da Merkator Feiras e Eventos, faz o exercício de projetar os próximos 10 anos. “A Merkator vai continuar com a feiras do setor coureiro e calçadista, que é o nosso forte. Vamos entrar em outro segmento, mas ainda não posso contar muito”, disse, em entrevista. “Continuamos acreditando muito neste tripé de negócios, turismo e lazer. Tempo é tudo, não é? Então, o lojista vem para Gramado, essa cidade linda, e também está na feira trocando experiências, conteúdo, comprando. Ele se atualiza e implementa as novidades em seu negócio”.

Edição com apostas Outono-Inverno da Zero Grau já pode ser considerada uma das maiores já realizadas (Divulgação)

Ela aproveita também para falar da próspera relação profissional com o pai, Frederico, fundador da Merkator. “Sou a fã número um do meu pai. É um idealizador visionário, todos os dias aprendo com ele, que ainda vai ficar muito tempo à frente da Merkator. Fazemos tudo com muito amor. Quando realizamos as coisas desta forma, não tem como dar errado. A Merkator é uma promotora que mostra a cara e faz um trabalho com todo o coração, por isso o êxito nos resultados. Sou neta de fabricante, meu pai foi por anos representante, somos apaixonados pelo setor”. E observa: “A pandemia foi um momento delicado para todos nós, para todos os setores. Aprendi com esse período, que planejamento por mais de uma semana, não rola. É viver um dia após o outro e dá tudo certo”.

Made in Brazil

Um dos mais importantes fatores que contribuíram para o Sul do Brasil ser um expoente da indústria calçadista brasileira é a imigração italiana e alemã. No Século XIX, com a chegada dos europeus no território sulista, em especial no Vale dos Sinos, foi iniciado o investimento na área. Os estrangeiros eram hábeis no artesanato de couro e confeccionavam tanto este produto como de montarias para o exército. A história relata que a indústria calçadista brasileira vigorou de forma definitiva após a Guerra do Paraguai. A maior concentração de curtumes ocorreu entretanto naquela região, que possuía grande oferta de matéria-prima, o couro cru. Razão pela qual a feira ocorre em Gramado, cidade da Serra Gaúcha. Um município vizinho, Novo Hamburgo, ainda hoje é classificado como a “capital do calçado” – em razão da quantidade de indústrias voltadas a esse segmento.

Apostas Outono-Inverno 2023

Na esperança de novos tempos com a retomada do girar a roda da economia e antecipando as novidades das principais marcas de calçados e acessórios para o Outono-Inverno 2023, o evento deu o tom apresentando produtos que agregam estilo, qualidade, beleza e conforto. Nessa edição também surgiram novos shapes e construções, como boots em modelos repaginados e para lá de criativos, como o modelo Western. Além de tendências do Verão que continuam no Inverno, como a tendência barbiecore e furry fashion. E mais os metalizados, solados tratorados, releituras de animal print e muito brilho. Além dos modelos clássicos, como escolha certeira. Uma coisa é certa: ser comfy hoje é obrigatório! Combinando construções contemporâneas a designs minimalistas, como os loafers.

Além da tendência-queridinha do momento, a barbiecore, temos glittercore, dourado, metalizado, brilhos e pedrarias, em sapatos, boots e bolsas. Com espaço também para o handmade e retrô. Olho nas botas! Em diferentes alturas do cano, como o retorno da over the knee, os coturnos e botas montaria. No cardápio de bolsas, o modelo shopper, shoulder bag, opções também crossbody, versões metalizadas em matelassê, com pelo, em cores neutras e ainda em nuances vibrantes como o pink e o violeta, seguindo a moda das dopamine colors e do solado tratorado.