SENAI CETIQT viabilizando oportunidades: aluno de Design de Moda Gabriel Gil integra a nova geração de estilistas que conquista o país


“Eu trabalhei na produção do SENAI Brasil Fashion 2018. E também pude participar do desfile de abertura do Vitória Moda, o maior evento de moda do Espírito Santo, com as coleções do projeto na edição que eu participei. Além disso, também tive a oportunidade de vestir a Julia Konrad para o editorial do site Heloisa Tolipan, o que foi uma honra muito grande. Todas essas oportunidades nasceram pelo SENAI CETIQT e pelo SENAI Brasil Fashion, então sou muito grato pela oportunidade de estar nesses espaços sendo tão novo e apenas começando nesse ramo”, afirmou

Colorido, ousado e resistente. Gabriel Gil é um dos símbolos da moda que vem avançando na indústria: mais inclusiva e diversificada. Nascido e criado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o jovem estilista é estudante de Design de Moda no SENAI CETIQT e, desde antes de sua entrada no curso, percorreu um caminho importante para sua vida profissional. Em 2016, participou do SENAI Brasil Fashion 2016 e foi assistente, no ano seguinte, do estilista Lino Villaventura, inclusive na 46ª edição do São Paulo Fashion Week. Também apresentou seus looks no Vitória Moda, além de vestir Julia Konrad para o editorial do site Heloisa Tolipan. As portas se abriram após a participação no projeto de imersão e aprendizado em moda e trouxe momentos marcantes para a vida de Gabriel. 

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Aos 21 anos, o currículo de Gabriel já faz os olhos brilharem ao conhecer sua história. Ainda quando criança, sua paixão pela moda nasceu e veio acompanhada com desenhos de vestidos para todas as pessoas que conhecia. Gabriel tinha apenas 10 anos e não imaginava o que viria pela frente. O sonho pela moda só cresceu. Porém, ao chegar no Ensino Médio, começou a repensar o futuro. “Eu passei a ter muitas dúvidas, principalmente porque era um curso muito caro e há escassez de opções no Rio de Janeiro. E quando eu me tornei adolescente, eu passei a esconder o meu amor pela moda. Não falava para ninguém. Desenhava escondido e guardava, principalmente pelo preconceito. Eu escondi e parei de falar sobre o assunto, acabando por tentar o vestibular para Direito. A minha segunda opção era História da Arte”, explicou o estudante. No caminho para seu sonho, ser da Baixada Fluminense era um fator complexo, principalmente pela questões sociais envolvidas. E, então, o SENAI CETIQT nasceu na vida de Gabriel.

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Gabriel Gil possui muitas experiências na área de moda graças ao SENAI CETIQT (Foto: Reprodução/Instagram)

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Em 2016, ele se inscreveu para o curso técnico em Produção de Moda e logo foi selecionado para o SENAI Brasil Fashion, projeto promovido pela instituição, com o objetivo de fortalecer e divulgar a educação profissional no Brasil por meio de uma plataforma de moda que capacita os alunos através de uma experiência hands on – e que gera visibilidade para o ramo, com a seleção de alunos de todo o Brasil, dos cursos de longa duração em moda sob a orientação dos coaches Alexandre Herchcovitch, Lenny Niemeyer, Ronaldo Fraga e Lino Villaventura. “Viajei para São Paulo onde defendi minha coleção para o consultor criativo Jackson Araujo. Eu fui um dos escolhidos para a edição e orientado pelo coach Lino Villaventura. E foi incrível!”, contou. E, mesmo antes de entrar na graduação em Design de Moda, Gabriel Gil já encontrava o momento em que as portas se abririam para sua antiga paixão. Em sua coleção, a história é política e forte. “Eu me inspirei no livro ‘A Metamorfose’, do Franz Kafka, sobre um homem que se transformou em uma barata e a família o abandonou. Eu fiz uma analogia com as minorias no Brasil, que são tratadas como baratas e que ninguém quer ter uma minoria dentro de casa, um filho gay, uma filha trans. Eu trouxe a questão de como a sociedade trata o pobre e o negro, também. Na minha coleção ‘Alomorfia’, eu quis fazer as roupas como armaduras, porque são peças que trazem seguranças e são fortes. Essa era a ideia: mostrar que as minorias são fortes e elas vão resistir, independente de tudo”, frisou o estudante.

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E o estudante leva a ideia da segurança nas roupas para a vida. “Meu estilo de criação está em construção. Eu tenho muitas referências e os temas que amo abordar, geralmente são envolvidos em questões sociais. Eu gosto de criar roupas estruturadas, porque a roupa é nossa armadura. Ela protege a gente, não só fisicamente, como emocionalmente também. Quando você está vestindo algo que o deixa seguro, você é outra pessoa, então eu realmente aprecio criar roupas que deixam as pessoas seguras”, explicou. Para o seu estilo pessoal, ele conta que depende do humor, mas às vezes curte o colorido e o extravagante. “As pessoas costumam falar que sou muito a vibe Versace, quando opto por estampados. Até porque eu gosto de roupas que chamam a atenção. Mas, também tenho inspiração em Yohji Yamamoto, porque eu gosto de me vestir todo de preto. Mas eu não tenho um estilo definido, acredito que as pessoas em geral tenham estilos que dependem do dia, local e do clima. Nós somos fluidos e a cada dia estamos de um jeito diferente”, completou.

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Com momentos cheios de emoções para Gabriel, ele finalmente entrou na graduação em Design de Moda, o sonho de criança. E, conhecendo o Lino, a paixão só aumentou. “O primeiro grande desfile de moda que eu assisti foi no Rio Moda Rio, que o Lino desfilou em 2016. Eu já gostava do trabalho dele, mas eu fiquei enlouquecido com tudo que eu vi. Depois de alguns meses, eu tive a oportunidade de trabalhar diretamente com ele no projeto e foi uma oportunidade única”, revelou. Sua dedicação pela moda e estilo próprio chamou atenção do estilista, que o convocou para ser assistente no SENAI Brasil Fashion 2017. O trabalho como assistente do coach edificou ainda mais a carreira que Gabriel, com apenas 19 anos, construía, sendo convidado por Lino para ser novamente assistente, mas na 46ª edição da São Paulo Fashion Week, que ocorreu este ano. “Foi mais uma oportunidade de conhecer o trabalho dele mais de perto ainda, como as roupas são desenvolvidas e o processo disso. Eu sou muito grato, porque ele teve comigo um trabalho de orientação constante, disposto a me ajudar sempre”, comentou.

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Os momentos importantes também vieram acompanhados de oportunidades inesperadas. “Eu trabalhei na produção do SENAI Brasil Fashion 2018. E também pude participar do desfile de abertura do Vitória Moda, o maior evento de moda do Espírito Santo, com as coleções do projeto na edição que eu participei. Além disso, também tive a oportunidade de vestir a Julia Konrad para o editorial do site Heloisa Tolipan, o que foi uma honra muito grande. Todas essas oportunidades nasceram pelo SENAI CETIQT e pelo SENAI Brasil Fashion, então sou muito grato pela oportunidade de estar nesses espaços sendo tão novo e apenas começando nesse ramo”, afirmou Gabriel. Sobre o futuro da moda, ele é incisivo no que acredita. “Eu creio que nós estamos caminhando para uma mudança no mercado da moda, principalmente na inserção da juventude, da periferia e da diversidade, mas ainda é muito fechado, principalmente pela questão das localidades onde se concentram. É complicado, porque os detalhes são implícitos. Nós temos que provar dez vezes a mais que nós somos capacitados e somos bons para conseguir uma oportunidade. Mas eu sinto que as coisas estão mudando, porque está vindo uma geração de pessoas, que sai desses lugares distantes e periféricos, para ter essas chances. Nós temos um olhar diferenciado sobre as pessoas que vivem ali, porque nós somos essas pessoas. Os preconceitos são quebrados quando todos começam a conquistar mais. Nós precisamos empregar mulheres, pessoas trans e negras para que essa situação mude. A mudança já começou e vai vir disso”, concluiu. 

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Gabriel compartilha sua marca, composições, participações e fotos no Instagram @gabrielgilbrand e no pessoal @gilgabrielo.