SENAI CETIQT: Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras, no Parque Tecnológico do Fundão, é referência


Novas instalações contam com 3.500 m² , modernos laboratórios e o ISI já se prepara para a Quinta Revolução Industrial e levará para todo o mundo globalizado as nossas inovações nas áreas de biologia sintética, intensificação de processos químicos e têxteis técnicos, com foco na circularidade e sustentabilidade nas cadeias química e têxtil

Uma atuação high tech em sinergia total com a Quarta Revolução Industrial. É o que eu conferi in loco nas novas instalações do Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) do SENAI CETIQT, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. O que vi? Profissionais trabalhando no desenvolvimento de fiação e tecelagem de uma nova fibra celulósica mais sustentável para uso na cadeia do vestuário; em uma fibra anti-chamas para uso em tecidos de uniformes de proteção individual; na criação de fragrâncias de perfumes exclusivas feitas a partir de microrganismos e na aditivação de grafeno em têxteis para a produção de eletrônicos vestíveis. O grafeno permite que os elétrons passem rapidamente, conferindo uma condutividade térmica extremamente alta ao material. Além de efeito antibacteriano, distribui equilibradamente o calor e gerencia melhor o conforto térmico, o suor evapora mais rapidamente e os looks podem ser “interativos” com grafeno no DNA do tecido. A peça muda de cor ao ritmo da respiração de quem estiver usando, a partir de um sensor feito de grafeno, por exemplo, já que estou abordando os  wearables, ou tecidos com funcionalidade.

Nova sede do Instituto SENAI em Biossintéticos e Fibras no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

O novo laboratório é local de identificação e desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, a partir de recursos renováveis e não renováveis, atendendo às indústrias dos setores químico, têxtil e de confecção. Vale ressaltar que a conectividade entre as áreas de Educação, Tecnologia e Inovação é o diferencial do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT, que oferece serviços transversais que o consagram como um dos maiores centros latino-americanos de produção de conhecimento aplicado à cadeia produtiva dos setores Químico, Têxtil e de Confecção e que desde o dia 8 de novembro, o Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) do SENAI CETIQT está funcionando no Parque Tecnológico da UFRJ.

Químicos do Instituto SENAI em Biossintéticos e Fibras (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

As novas instalações do instituto possuem 3.500 metros quadrados e infraestrutura única na América Latina. O ISI está estruturado em quatro plataformas tecnológicas de pesquisa e uma área de inteligência competitiva, modernos laboratórios de Biotecnologia, Engenharia de Processos, Transformação Química e Fibras, em um investimento de cerca de R$ 70 milhões em equipamentos de última geração e únicos na América Latina.

Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade

“Depois de ver tudo o que foi apresentado aqui pelo gerente do Instituto, Paulo Coutinho, fica claro que a indústria precisa e pode se modernizar com apoio de instituições que já fazem um belo trabalho no Brasil. O brasileiro tem capacidade e inteligência para prestar serviço ao mundo inteiro”. As palavras são do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, após descerrar a placa de inauguração da nova sede do Instituto, que estava coberta por um tecido sustentável desenvolvido pelo ISI.

O presidente da CNI lembrou ainda que “o Instituto faz parte de uma rede de 28 centros de inovação criados pelo Sistema Indústria, com investimento da ordem de R$ 3 bilhões”. Segundo ele, o ISI é a prova de que o Brasil tem capacidade e inteligência para prestar serviço para o mundo inteiro. “O Centro acaba de ser procurado por uma empresa chinesa para desenvolver pesquisas de controle biológico do mexilhão-dourado, que se transformou numa praga para as usinas hidrelétricas. Eles entram nas instalações e entopem equipamentos e tubulações. O desafio dos pesquisadores é frear a reprodução descontrolada deste molusco, que não é comestível e se prolifera rapidamente”, pontou.

E o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), general Waldemar Barroso, também visitou as novas instalações do Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Biossintéticos e Fibras, representando o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. Percorreu os laboratórios, conversou com profissionais que atuam na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis e afirmou: “A consciência de que a inovação é o caminho para o futuro do Brasil está disseminada, as pessoas incorporaram esse sentimento. A grande questão é como transformar o espírito inovador que o brasileiro tem em produto, em impacto para a sociedade. O SENAI é um sistema comprometido com resultado, que tem feito inovação, que é integrar a indústria às universidades e institutos de pesquisa”.

Presidente da Finep, general Waldemar Barroso (Foto: João Luiz Ribeiro/Finep)

Presente também à cerimônia de inauguração do novo espaço do ISI, o deputado federal Vinícius Farah (MDB-RJ) afirmou que o país só será potência mundial quando conseguir exportar tecnologia. “O Brasil chegou no limite da ausência de tecnologia e só vai conseguir se colocar no nível dos outros países quando conseguir entregar tecnologia de ponta. E é isso o que o SENAI está fazendo: entregando o que há de mais moderno. Ao ver aqui as novas instalações do Instituto, ficamos esperançosos de que estamos no caminho certo”, disse o deputado.

ISI trabalha para ser referência nacional em inovação

Com planejamento e investimento estratégico, o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT tem como visão de futuro ser, em cinco anos, referência nacional em inovação nas áreas de biologia sintética, intensificação de processos químicos e têxteis técnicos, com foco na circularidade e sustentabilidade na cadeia química e têxtil.

A cadeia têxtil e de confecção na Quarta Revolução Industrial (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

“A atual equipe do ISI é formada por 66 pessoas mas a ideia é que, no prazo de dois  anos, esse número se expanda para 100 pesquisadores, 20 funcionários administrativos e 30 pessoas circulantes, envolvendo as empresas que ‘vão ficar um tempo conosco para fazer seus desenvolvimentos, além de oportunidades que a gente deve dar ao pessoal de ‘startups’ (empresas nascentes) e da própria universidade, mestrandos e doutorandos, para virem trabalhar aqui, com nossos equipamentos de ponta”,  afirmou o gerente do Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Paulo Coutinho, acrescentando que a sinergia já está sendo feita a caminho da Quinta Revolução Industrial com a junção da biotecnologia com a tecnologia da informação.

Gerente do Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Paulo Coutinho (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

Na opinião do vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Leão, “O SENAI é um órgão muito importante no sistema nacional de inovação e necessita de interação com a universidade. Uma das missões da universidade é a produção de conhecimento, e esse conhecimento tem de ser veiculado para o mundo empresarial e o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras é certamente um dos veículos importantes. Além disso, há a possibilidade de nossos alunos interagirem com esse mundo e aprenderem outras coisas que eles não aprendem na universidade”.

O diretor-executivo do SENAI CETIQT, Sergio Motta, disse que as novas instalações do ISI criam novas oportunidades para as indústrias do Rio de Janeiro e do mundo. “Hoje é um grande marco para as indústrias Têxtil, de Confecção e Química: a inauguração do SENAI CETIQT Parque Tecnológico do Rio de Janeiro. Passamos a atuar com o que há de mais moderno em tecnologia, fazendo a inserção da inovação, aumentando a produtividade e criando oportunidades de atuação em novos nichos de mercado. Estamos aqui absolutamente disponíveis para atender a todos”, frisou.

Diretor-executivo do SENAI CETIQT, Sergio Motta

Entre outros projetos em desenvolvimento pelo Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, destacam-se: modificação genética de microorganismos para aplicação industrial na produção de novas moléculas; intensificação de processos de hidrogenação e esterificação para minimização de custos e aumento dos rendimentos da reação e uso de nano celulose em curativos para queimaduras; sequenciamento genético do coral sol; otimização de processo e purificação de um novo solvente; intensificação de processos de hidrogenação e esterificação.

Testes em tecido anti-chama no Instituto SENAI em Biossintéticos e Fibras (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

Desde sua criação, em 2016, o ISI já atendeu mais de 55 empresas e realizou cerca de 100 projetos de inovação para diferentes segmentos da indústria de transformação como química, óleo e gás, cosméticos, papel e celulose, têxtil, saúde, entre outros.

Participaram também da cerimônia de inauguração das novas instalações do ISI, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), José Adriano Ribeiro, e o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Guimarães, e representante do governo do Estado do Rio de Janeiro, Arnaldo Goldemberg, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Vicente Antonio Castro Antonio Ferreira; e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Aguinaldo Diniz Filho, o presidente da Asssociação Brasileira da indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel; o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Thiago Falda, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, além de diretores, coordenadores e professores do SENAI CETIQT.

 Sobre o ISI

Há quatro anos, o Departamento Nacional do SENAI incorporou às atividades do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQT), instituição que, há 70 anos fornece serviços de educação profissional, metrologia e consultoria às indústrias têxtil, de confecção e química, novos serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação realizados pelo Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Biossintéticos e Fibras.

Desde então, o ISI do SENAI CETIQT integra a maior rede de apoio à capacitação tecnológica e à inovação da indústria, estruturada para que as empresas e os produtos brasileiros possam competir em um mercado globalizado. A rede de Inovação do SENAI conta com outros 25 institutos distribuídos por todo o Brasil e só o ISI do SENAI CETIQT já desenvolveu mais de 100 projetos sendo cerca de 50% já concluídos.

O ISI do SENAI CETIQT foi criado para atuar na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, a partir de recursos renováveis e não renováveis, atuando de forma transversal em áreas e temas identificados como portadores de futuro para as cadeias industriais química e têxtil. O Instituto apoia as empresas no desenho da sua estratégia de P&D, no desenvolvimento de produtos e processos em nossos laboratórios, conectando clientes com fornecedores e startups de forma a viabilizar a inovação.

Inauguração do Instituto SENAI em Biossintéticos e Fibras (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação)

Sobre o Parque Tecnológico da UFRJ

O Parque Tecnológico da UFRJ é um ambiente de inovação da UFRJ que permite a interação entre a universidade – alunos e corpo técnico-acadêmico – e as empresas, transformando conhecimento em emprego e renda e oferecendo produtos e serviços inovadores para a sociedade. Inaugurado em 2003, o Parque abriga, atualmente, mais de 60 instituições. Hoje estão instalados no Parque centros de pesquisas grandes empresas nacionais e multinacionais, pequenas e médias empresas, startups e laboratórios da UFRJ.