SENAI CETIQT: economia circular e saberes ancestrais em evento que terá desfile de Almir França com foco no upclycling


O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB) sediará hoje o evento “Pano pra Manga”, que enfatiza a transformação de resíduos têxteis em produtos sustentáveis e inovadores. Trata-se de uma parceria entre a Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e o SENAI CETIQT, que traz apresentações de projetos acadêmicos voltados para sustentabilidade e ancestralidade. Durante a programação, serão exibidas iniciativas que mostram a viabilidade de transformar uniformes, banners e redes de pesca em novos produtos. Entre os exemplos, estão as bolsas e acessórios que serão apresentados no desfile com a assinatura do estilista Almir França

Sustentabilidade, saberes ancestrais e economia circular. Já pontuei aqui, leitor, que, nas minhas idas aos eventos promovidos pelo SENAI CETIQT, ativo no ecossistema de inovações nacional e internacional no que tange aos projetos com tecnologia de ponta em prol do meio ambiente, incluindo um Núcleo de Sustentabilidade e Economia Circular (NuSEC), tenho conversado com alunos das gerações Y e Z que estudam na Faculdade SENAI CETIQT, referência na formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho na indústria da moda e confecção e na área química. Eles estão totalmente inseridos no ambiente digital e conscientes do papel que devem desempenhar desde muito cedo para buscar soluções inspiradoras relacionadas à economia circular por um mundo melhor.

Pois bem, hoje, dia 5, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB) sediará o evento “Pano pra Manga”, que destaca a transformação de resíduos têxteis em produtos sustentáveis e inovadores. A campanha é focada em proteção de dados pessoais e traz temas como economia circular, sustentabilidade e ancestralidade afro-brasileira. A programação também contará com oficinas, rodas de conversa, lançamento de campanha e um desfile de moda sustentável. A entrada é gratuita e está sujeita a lotação.

O evento é uma parceria entre a Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e o SENAI CETIQT, que traz apresentações de projetos acadêmicos voltados para sustentabilidade e ancestralidade. Durante a programação, serão exibidas iniciativas que mostram a viabilidade de transformar uniformes, banners e redes de pesca em novos produtos. Entre os exemplos, estão as bolsas e acessórios produzidos a partir de uniformes da ENEL, que serão apresentados no desfile.

“Pano pra Manga” no MUHCAB promove moda sustentável e economia circular

“Pano pra Manga” no MUHCAB promove moda sustentável e economia circular

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) são produzidas 175 mil toneladas de resíduos têxteis por ano. Só para se ter uma ideia da poluição causada pelo setor moda, uma quantidade de tecidos equivalente a um caminhão de lixo é enterrada ou queimada a cada segundo em todo o planeta. O desperdício causado pela produção de roupas no mundo também é preocupante, pois é responsável por 20% do total de desperdício de água globalmente. A pauta ESG (Environmental and Social Governance) está no centro da discussão mundial. Isso porque os impactos sociais de governança e, principalmente ambiental, gerados por indústrias ficaram mais evidentes para o mercado global. Tais medidas já têm resultado em mudanças reais na cultural organizacional de negócios. A transparência da cadeia de valor proporcionada pelo DPP é fundamental para esta mudança de modelos regenerativos.

Destaques:

  • Oficina de Proteção de Dados Pessoais: Promovida pela Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (10h10 – 10h40).
  • Roda de Conversa sobre Economia Circular, Sustentabilidade e Ancestralidade: Incluindo apresentações dos projetos acadêmicos do SENAI CETIQT (10h40 – 11h30).
  • Lançamento da Campanha de Proteção de Dados Pessoais: Uma iniciativa em parceria com a Secretaria Municipal de Integridade (11h50).
  • Desfile de moda sustentável “Pano pra Manga” (12h10 – 12h40): Apresentando 40 looks assinados pelo estilista Almir França, criados a partir de uniformes reaproveitados. A produção ficará sob responsabilidade dos alunos do SENAI CETIQT.

O evento contará ainda com a participação de representantes das Secretarias do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados e Secretaria Municipal de Cultura, além do estilista Almir França, reforçando a importância da colaboração entre diferentes setores para a construção de um futuro mais sustentável.

Energia gera potencialidades. E é exatamente o que Almir França desenvolve em suas criação a partir do reuso, criação, renovação e o ressignificar peças e materiais: o upcycling. A proposta se baseia em dar nova vida a produtos que seriam descartados, sejam roupas ou sobras da indústria têxtil, diminuindo tanto a quantidade de resíduos lançados no planeta quanto a necessidade de produzir matéria-prima. “Upcycling pode ser definido como ‘(re)design inteligente’ (upcycling = design + sustentabilidade)”.

 

Professor/estilista, cenógrafo, Almir França é graduado pela Sociedade Propagadora das Belas Artes 1986 (licenciatura plena). Tem Pós-graduação em Moda pela Universidade Veiga de Almeida e é Mestre em História da Moda Senac SP 1992. Foi consultor de Moda Sebrae Nacional e desenvolveu pesquisa sobre trabalho escravo com crianças e mulheres na comunidade da Maré-RJ (fundação CeA). Atuou na aplicação do Projeto Ecomoda em mais de 20 unidades em comunidades do Rio de janeiro e interior do estado do Rio e atua como Coordenador de Projetos Culturais do Instituto Arco-Íris.

Nesses últimos 20 anos de projeto, fui entendendo o reaproveitamento como matéria-prima importantíssima para qualidade de texturas e novas possibilidades de criação. O grande ponto positivo do nosso projeto é ter o reuso como metodologia. Hoje temos muitos parceiros, empresas e instituições de ensino que nos apoiam com a ideia de se empreender com os resíduos – Almir França

A indústria da moda, a Indústria 4.0 quer ter uma chancela de transformação digital aliada à sustentabilidade. Como você tem visto ser desenhado este panorama? “Acredito sim em iniciativas dos coletivos, da política reversa, de uma economia circular onde todas as classes estejam envolvidas. Faço roupa com responsabilidade e na continuidade dessa roupa”.