SENAI CETIQT: As ações no Fashion Lab para a indústria e instituições de pesquisas em tempos de Covid-19


Sinergia entre profissionais do primeiro laboratório high tech para experimentação tecnológica no setor têxtil e de confecção trabalha com indústrias, pequenas empresas e instituições de pesquisas para o desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras, como a fabricação de protetores faciais (incluindo máscaras) e vestimentas, em prol da sociedade e profissionais da saúde

Daqui a cinquenta, cem anos, os livros de História trarão informações sobre o período que estamos atravessando: são tempos de Covid-19, pandemia mundial. E o combate ao coronavírus exige união, solidariedade, ação, empatia e esperança. O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQT) – formado pela Faculdade SENAI CETIQT, Instituto SENAI de Inovação e Instituto SENAI de Tecnologia – uniu forças e a resposta está na sinergia e na solidariedade entre seus profissionais, instituições de pesquisas e as indústrias química, têxtil e de confecção. Todos se reinventando neste momento e sempre pensando no social. No Fashion Lab, primeiro laboratório high tech para experimentação tecnológica no setor têxtil e de confecção, profissionais estão colocando à disposição de indústrias, pequenas empresas e instituições de pesquisas infra-estrutura física e intelectual para o desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras, como a fabricação de protetores faciais (incluindo máscaras) e vestimentas, em prol da sociedade e profissionais da saúde. A proposta é criar soluções, em impressão 3-D, por exemplo, para dar suporte à produção de itens que evitam a disseminação do vírus. Mais? Foram desenvolvidas normas técnicas para estas fabricações e que são de suma importância.

(Tumisu por Pixabay)

O Fashion Lab conta com impressoras 3D e 4D multimateriais, cortadora a laser, cortadora de vinil, fresadora de alta precisão, máquina de costura de ultrassom, plotter da Audaces; além de outros recursos para planejar, desenvolver, construir e validar novos projetos e produtos. É possível realizar projetos de manufatura aditiva, fabricação digital para desenvolvimento de produtos, acessórios, aviamentos, calçados, entre outros. Em 2018, quando já estava na reta final para a implantação do projeto, o diretor-executivo do SENAI CETIQT, Sérgio Motta, nos falava sobre o Fashion Lab como um ambiente de coworking no qual alunos, consultores e pesquisadores trabalhariam juntos para a resolução de questões apresentadas por empresas do segmento: “Estes nossos ambientes democráticos estimulam as ideias, o design, a produção e o consumo com destaque para as novas tecnologias. Mais do que nunca, o SENAI CETIQT ocupa o espaço de ser o indutor do salto tecnológico para todo o universo acadêmico e as empresas”.

Todo o espaço é apresentado pelo robô chamado Sara (SENAI’s Advanced Robotic Assistant)

Em um ano pós-inauguração do Fashion Lab, o salto tecnológico de que sempre nos falou Sérgio Motta já era realidade. E, neste momento que estamos atravessando, tem sido vital para as mais diversas ações. Conversei em pleno domingo com o gerente do Instituto SENAI de Tecnologia em Têxtil e Confecção do SENAI CETIQT, Fabian Diniz, e ele, visivelmente emocionado ressalta as inúmeras ações emergenciais: “O propósito transborda o trabalho do dia a dia. Estamos falando de vidas e soluções de proteção para que o vírus não dissemine. Estamos unidos à empresas e instituições que estão utilizando as impressoras em 3D, por exemplo, como confecção dos suportes para protetores visuais. Desenvolvemos normas técnicas para a fabricação de máscaras, aventais e capotes para que empresas possam fabricar esses materiais vitais em tempo recorde. Disponibilizamos ainda um conjunto de informações sobre a confecção de máscara de proteção alternativa para a população, produto foi simplificado e adaptado para a confecção em maquinário industrial ou semiindustrial”.

A Lei nº 13.969, de 06 de fevereiro de 2020 e a Portaria nº 327, de 24 de março de 2020, que estabelecem medidas de prevenção, cautela e redução de riscos de transmissão para o enfrentamento da COVID-19, fixam a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O Ministério da Saúde tem realizado ações para adquirir esses produtos de diversos fornecedores, tanto nacionais quanto internacionais, bem como ações no sentido de descentralizar os recursos para apoiar os estados, municípios e Distrito Federal na compra desses EPIs conforme suas necessidades. Diante do cenário da pandemia pelo COVID-19, há escassez de EPIs em diversos países, em especial das máscaras cirúrgicas e N95/PFF2, para o uso de profissionais nos serviços de saúde (Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 356, de 23 de março de 2020). O Ministério da Saúde recomenda que máscaras cirúrgicas e N95/PFF2 sejam priorizadas para os profissionais para garantir a manutenção dos serviços de saúde.

O uso de máscaras caseiras passa a ser um fenômeno internacional no enfrentamento do COVID-19 visando minimizar o aumento de casos. As pesquisas têm apontado que a sua utilização impede a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário no ambiente, garantindo uma barreira física que vem auxiliando na mudança de comportamento da população e diminuição de casos. Nesse sentido, sugere-se que a população possa produzir as suas próprias máscaras caseiras em tecido de algodão, tricoline, TNT, ou outros tecidos, que podem assegurar uma boa efetividade se forem bem desenhadas e higienizadas corretamente. O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

Imagem de Willfried Wende por Pixabay

 

Ao promover a experimentação de produtos e serviços no segmento têxtil e de confecção em sincronia com instituições de pesquisas nacionais, indústrias e empresas envolvidas em produzir equipamentos para cuidar com afeto e solidariedade de vidas humanas, o Fashion Lab do SENAI CETIQT dá um exemplo de como todos os setores podem se unir em torno da busca de soluções para questões compartilhadas. Para isso, o espaço colaborativo do Fashion Lab fundamenta-se nos conceitos de laboratório aberto e de maker spaces. A ideia é disseminar tecnologia inovadora e sustentável nos processos relacionados a desenvolvimento de produto, modelagem, fabricação aditiva e experiência de consumo.

O ambiente tem espaço de co-working, onde profissionais, empresas e estudantes do SENAI CETIQT (ativos e egressos) trocam experiências para o desenvolvimento de soluções, novos produtos, ou estratégias de sustentabilidade

Norteado pelos três pilares que sustentam o SENAI CETIQT (tecnologia, inovação e educação para o hoje e o futuro), o Fashion Lab trabalha em total sinergia com as empresas no desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras. Com isso, a indústria pode se readequar e pensar em novos produtos ou atuação, por exemplo. “O Fashion Lab é uma novidade para o setor. Conseguimos, por exemplo, desenvolver um novo material ou uma nova aplicabilidade para uma matéria prima, juntamente com o Instituto SENAI de Inovação, dentro dos equipamentos do Fashion Lab. Conseguimos também pensar soluções inovadoras dentro do campo da sustentabilidade e tecnologia, tanto na área de comercialização quanto de desenvolvimento e produção do produto”, frisa Fabian Diniz.

O SENAI CETIQT realizou ainda uma pesquisa com 62 representantes da cadeia produtiva do setor de moda, têxtil e de confecção. A maior participação foi do setor de confecção do vestuário. Por regiões brasileiras, destaque para o Sudeste, Sul e Nordeste. O resultado da pesquisa, realizada entre os dias 24 e 30 de março, mostrou que o setor aposta em mudanças no comportamento do consumo (aumento das compras online) e da parte produtiva (alterações no regime de trabalho e de negócios). A consultora do Instituto Senai de Tecnologia Têxtil e de Confecção, do Senai Cetiqt, Michelle de Souza, ressalta ser essencial que a indústria têxtil e de confecção aproveite o momento para se reinventar investindo em novas tecnologias.

A consultora afirma que “foi gratificantes saber que muitas empresas estão buscando orientações, se engajando na solidariedade e utilizando suas máquinas para fabricação de novos produtos nesse momento”. Pois é em meio às situações mais extremas que testamos nossa capacidade de sentir empatia. É quando precisamos nos colocar no lugar do outro, ser solidários com suas necessidades, dar uma parada no ritmo frenético da vida para doar nosso precioso tempo e ajudar. Estamos passando por um desses momentos em todo o planeta: a pandemia em que o coronavírus nos lançou. O momento é de buscar maneiras criativas, práticas e, sobretudo, humanas para enfrentarmos juntos a situação. A hora é de união.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Como tenho frisado, vivemos um momento em que as pessoas buscam o autoconhecimento para saber compartilhar ações com prazer e solidariedade. Se o movimento global aponta para revoluções tecnológicas, inteligência artificial e a conscientização sobre “quem produziu minha roupa”, “de que forma foi produzida” e “como foi o impacto dessa produção no meio ambiente”, nós também estamos vivenciando um novo tempo na moda e no comportamento humano. Estamos na Era da Empatia ou na Revolução da Empatia. Tempos de se fazer uma reflexão e se unir com o próximo. Tempos do respeito, da inclusão, da diversidade, da resiliência, de se sentir confortável com quem você é. E só assim, com iniciativas e atitudes solidárias, conseguiremos enfrentar – e vencer – o desafio proposto pela pandemia.

Instalado na Unidade Riachuelo do SENAI CETIQT, o Fashion Lab é um espaço destinado à experimentação de produtos e serviços no segmento têxtil e de confecção, baseado nos conceitos de laboratório aberto e de maker spaces. A ideia é disseminar a tecnologia inovadora e sustentável nos processos relacionados ao desenvolvimento de produto, modelagem, fabricação aditiva e experiência de consumo. Um espaço aberto e colaborativo para a realização de experimentos que utilizem tecnologias inovadoras destinadas à indústria da moda.

Além dos laboratórios disponibilizados para pesquisa e novos projetos, como o Fashion Lab, os estudantes do SENAI CETIQT também utilizam o local e aprendem a solucionar problemas reais do mercado. E outra frase do diretor-executivo do SENAI CETIQT, Sérgio Motta dita no comecinho do projeto do Fashion Lab merece ser relembrada. “Queremos posicionar nossos cursos tal qual uma grife e, para isso, os nossos alunos precisam ter um diferencial, que é a nossa aproximação com a indústria nacional. Os estudantes do SENAI CETIQT já saem empregados”, observou. “Sempre estivemos muito atentos ao que acontece no mundo com relação às tendências e como podemos dar suporte ao desenvolvimento da cadeia têxtil e de confecção”.

Como já vem acontecendo em algumas partes do mundo, algumas indústrias adaptaram suas fábricas para produzir equipamentos de proteção para os profissionais de saúde, os mais expostos ao vírus. O grupo fabricante de peças de alto luxo francês HMLV, por exemplo, adaptou sua indústria de perfumes e passou a fabricar álcool em gel, que estava em falta no país. Montadoras de carros americanas vão confeccionar ventiladores. No Brasil, um bom exemplo de solidariedade está sendo dado pelas indústrias que se propuseram a alterar suas linhas de produção para fabricar itens para o setor de saúde hoje em falta no mercado. Protetores faciais, aventais e ventiladores mecânicos são alguns exemplos.

O Fashion Lab é um ambiente de co-working no qual pesquisadores, indústrias, represetantes de empresas e universitários trabalharão em consonância para a resolução de questões apresentadas por empresas do segmento: “O que você puder pensar de mais moderno e de alta tecnologia voltada para o desenvolvimento do setor têxtil e de confecção e de toda a cadeia da moda, iremos transformar em algo tangível”, sempre frisou Sérgio Motta. E dito e feito.

O Fashion Lab é utilizado por todos os elos da cadeia têxtil e de confecção. São 400m² de área destinada à criatividade e inovação. No espaço há impressoras 3D e 4D multimateriais, cortadora a laser, cortadora de vinil, fresadora de alta precisão, máquina de costura de ultrassom, plotter da Audaces; além de outros recursos para planejar, desenvolver, construir e validar novos projetos e produtos. Os usuários contam também com uma área de ‘Simulação de Ponto de Vendas’. Em um ambiente de realidade virtual é possível pensar estratégias de comercialização e interação entre consumidor, produto e marca. Há um ponto de vendas híbrido, onde em uma vitrine digital é possível fazer simulações virtuais para exposição de produtos nos pontos de venda, a fim de ampliar o engajamento e a experiência de compra de um e-commerce ou loja física, por exemplo.

Já em outro ambiente fica a Fábrica Modelo, com maquinário completo e novas tecnologias para experimentação de técnicas mais enxutas de confecção. Neste espaço, são ofertados serviços como aplicação dos conceitos Lean, fluxo contínuo, estudo de tempos e métodos, balanceamento da célula, menor desperdício, maior produtividade; além de integração dos processos, padronização do produto com qualidade assegurada, confiabilidade nos processos, menor índice de não conformidade devido a otimização dos métodos, entre outras questões.

“Com o Fashion Lab e a Fábrica Modelo, a indústria não precisa parar sua produção para explorar um novo produto ou pensar em um novo nicho de atuação. Nós do CETIQT daremos todo o suporte para isso”, ressalta o gerente do Instituto SENAI de Tecnologia em Têxtil e Confecção do SENAI CETIQT, Fabian Diniz. Mais um passo nessa poderosa Quarta Revolução Industrial, pois está instalado ao lado da primeira Planta de Confecção 4.0. É a síntese do que há de mais moderno com tecnologia de ponta e sustentável com o objetivo de promover a experiência, o aprendizado e a inclusão de soluções tecnológicas de maneira colaborativa para as demandas da indústria. Estamos falando de uma revolução e que já conta com a participação de players de grandes indústrias, marcas, designers e estudantes. Como nós temos contado em nossa imersão no SENAI CETIQT, a instituição é, atualmente, o maior centro latino-americano de produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil e de confecção e da área Química. E o Fashion Lab é esse espaço colaborativo, democrático e funcional com o objetivo é inspirar a criatividade de todos que contam com espaço de prototipagem digital de novos produtos, utilizando impressoras 3D, fresadoras e máquinas de corte a laser até novas experiências de consumo com lojas virtuais com interação entre consumidor, produto e marca. Com o intuito de traçar novas soluções de automação e otimização da produção, a Fábrica Modelo ainda apresenta exemplos funcionais para melhorar todo o resultado na linha de produção de forma a evitar desperdícios.

O SENAI CETIQT é referência em fashion mentoring e a direção da instituição sentiu a necessidade de criar um espaço no qual as inovações para a criação e a produção de moda fossem exemplificadas para ajudar a posicionar as empresas da melhor forma possível. O Fashion Lab representa um universo de novas possibilidades.