Inovar para aprender e… aprender para ensinar. É o que define a participação do SESI-MG e SENAI-MG na 23ª edição do Minas Trend “Agora e Para Sempre”. As duas das principais entidades de fomento da indústria mineira levaram para o Expominas geniais projetos e exposições, que contribuem para o pensar tecnológico de hoje para o amanhã, em total sintonia com o evento mineiro. Entre fotografias, robôs e indústria 4.0, existe um mar de novidades que saltam aos olhos e atiçam a curiosidade dos visitantes. A parceria com a Federação das Indústrias de Minas Gerais – FIEMG, que promove o Minas Trend, possibilita a inserção da agenda diversificada nos estandes, que também envolve oficinas e bate-papos sobre o mundo atual da indústria e das relações com o novo.
As iniciativas presentes, em todos os segmentos, fazem parte do perfil de incentivo à educação transformadora do SESI e do SENAI, entidades de fomento da indústria de produção mineira. Durante todo o evento, apresentam os serviços disponibilizados e as atividades para o público, além de oferecer oficinas e demonstrar tecnologias para profissionais e aprendizes de uma gama de setores industriais.
Aberto ao público, presente no estande SENAI-MG, o mundo da indústria 4.0 se abre de forma entusiasmante. O robô desenhista, por exemplo, faz sucesso. O braço robótico produz croquis de peças utilizando programação e princípios da mecânica, apresentando uma nova forma de produção que já é parte de um futuro 4.0. O robô desenha modelos, bolsas e sapatos em tempo real, com apenas um clique no painel de controle. Segundo o consultor de desenvolvimento industrial, Avelino Resende, a tecnologia é um caminho para modificar relações de trabalho e linhas de produção. “Com a indústria 4.0, o que será muito exigido do ser humano é a criatividade, porque a máquina faz a produção e com precisão. Mas o homem cria. Então, o trabalho humano não pode ser substituído. Apenas vai mudar a relação em confecção”, contou Resende.
No mesmo estande, a criatividade mostra ainda a caneta 3D. O aparelho, utilizado para criar protótipos e peças em diversos setores industriais, proporcionou aos visitantes a oportunidade de criar sapatos, bolsas, óculos, formas geométricas e até brincos, com diferentes cores e que puderam estar em exibição para todos. O princípio da caneta é o mesmo da impressa tridimensional, mas em escala anatômica para que cada pessoa possa utilizar com a precisão do desenho à mão, sendo ideal para projetos criativos e profissionais. Na moda, é o aparelho que funciona principalmente para prototipagem e desenvolvimento de jóias, acessórios e objetos de decoração.
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O SENAI-MG prioriza a educação profissional e de mercado, além do fortalecimento da indústria mineira. Com as tecnologias que chegam aos olhos dos visitantes do Minas Trend, o SENAI-MG abre ainda mais espaço para pensar a Revolução Industrial 4.0, que vem caminhando com elementos como a caneta 3D e os robôs com funções profissionais. Uma novidade incrível também estava presente: os óculos de realidade virtual, que simulavam em primeira mão o funcionamento da Planta de Confecção 4.0. A iniciativa é uma parceria do SENAI-MG com o SENAI CETIQT, pioneiro no desenvolvimento da planta, que produz com precisão e velocidade peças feitas por medida, diminuindo o desperdício, a produção exagerada e o desgaste da linha de produção. “Através da robótica e da internet, nós conseguimos fazer tudo interligado e com apenas um botão a linha de produção terá mais produtividade, otimização e personalização dos produtos”, disse a técnica industrial do SENAI Raissa Patrocínio, integrante do núcleo do SENAI que conta com cursos para as áreas industriais têxtil e de confecção de moda. De acordo com Raissa, o pensar sobre a tecnologia favorece o campo. “Nós já estamos mostrando para os grandes empresários que existem atualizações no modo de operação do mercado e que eles fiquem atentos ao que está acontecendo na revolução da tecnologia atualmente”, revelou a técnica.
Logo ao lado, o aprendizado em moda e tecnologia continua. Com a iniciativa “Conheça o SESI”, o espaço traz oficinas, bate-papos, demonstrações e exposições. A mostra fotográfica “Photon – Fotografia na Escola” é uma das primeiras que vemos e é composta por produções de alunos do SESI e SENAI de Vesparsiano, visando uma forma diferenciada de olhar os espaços do cotidiano e suas variadas funções. Para isso, a professora de artes da unidade SESI Vespasiano, Aloma Batista, idealizou o projeto e os alunos fotografaram com seus celulares momentos e locais do cotidiano que passam despercebidos, ligados ao meio industrial e que se transformaram em imagens para contemplar olhares de cada fotógrafo. A genialidade do projeto levou uma parte das fotografias a ser selecionada pelo Edital da Casa do Baile, na Pampulha, e ficam expostas até o dia 30 de novembro. A outra parte, também incrivelmente contemplativa desse cotidiano, estreou no Minas Trend. “Esse projeto engajou os alunos para a utilização do celular além do entretenimento da internet. Eles também estão profissionalizando a partir de conteúdos didáticos e estão vendo a produção exposta. Isso resgatou até questões sociais, habilidades socioemocionais, principalmente pelo trabalho com autoestima, convivência e coletividade”, afirmou a analista de projetos educacionais do SESI-MG, Isabela Horta.
As fotografias incríveis ficam ao lado do robô que representa a indústria da moda, construído com LEGO pelos alunos da Educação Tecnológica do SESI, utilizando blocos de montar aliados à robótica e programação. O objetivo da ideia é divulgar o investimento da rede educacional do SESI em tecnologia e no pensamento computacional preparando para o mercado de trabalho, desenvolvendo a cultura da inovação, da criatividade e do empreendedorismo. Para este projeto, Isabela conta que os alunos de 13 a 15 anos participaram da montagem. “A partir de 7 anos, os alunos já possuem no currículo a educação tecnológica envolvendo programação e robótica. E, nessa exposição, temos os robôs de uma trançadeira e uma plotadora, maquinários que estão realmente na indústria”, declarou a analista.
Como parte essencial do estande, o Museu de Artes e Ofícios, mantido pelo SESI-MG, é representado pelo recorte do seu acervo relacionado à indústria da moda. Com peças, maquinários e ferramentas, o Museu resgata a memória e a importância das atividades do couro, fiação, tecelagem, lapidação e ourivesaria. Para o assistente técnico do museu, Kevin Martins, a memória é um caminho e uma parte da moda e do pertencimento. “A ideia da memória está ligada à identidade. Quando a pessoa sabe de onde veio e suas origens, ela sabe quem é, principalmente como parte da sociedade. Em relação ao universo do trabalho, hoje as pessoas se definem muito como trabalhador, ou seja, com sua função em um emprego. No Museu, nós lidamos muito com identidade e nosso objetivo é que toda pessoa que conheça o acervo se sinta representada de alguma forma. Para qualquer indústria, é importante nos colocarmos como pertencentes dos locais que vivemos”, declarou o assistente. O Museu é um espaço cultural que abriga uma coleção representativa do universo do trabalho, das artes e ofícios de todo o Brasil e conta a história de atividades profissionais que originaram a indústria mineira. De acordo com Kevin, as técnicas marcam a evolução de um mundo. “Nós trouxemos para o Minas Trend os ofícios de confecção do passado, em que sapatos e bordados eram exclusivamente feitos à mão. Se pensarmos na indústria de calçados, por exemplo, muitas marcas replicam exatamente essa confecção de bordados que parecem manuais, mas são automatizados”, completou.
Além das exposições, SESI e SENAI apresentam seus serviços aos visitantes, em educação, saúde, cultura, esporte e atividades física, empresariais e de responsabilidade social. Em parceria com o Minas Trend, a visão do diretor criativo do evento, Ronaldo Fraga, se fortalece: o presente e o futuro em simbiose com o eu, o novo, o autoral e o coletivo pensando em inovação como nunca antes. A importância de plataformas e de trocas como essas realizadas pelo SESI e SENAI é criar um espaço cada vez mais forte para a indústria mineira, sendo um exemplo para todo o país. “O SESI e o SENAI atendem a indústria e quando pensamos em 4.0, a indústria da moda é a que está mais próxima do conceito da customização. Hoje, temos a roupa fabricada com uma determinada numeração. E com essa revolução, você pode pedir a sua roupa, seu modelo e tamanho, sem precisar de ajustes. É uma revolução que precisa estar no Minas Trend e no olhar visionário daqui para frente”, disse Avelino Resende.
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