*Por Alessandro Martins
Há séculos, homens e mulheres buscam a célebre fonte da juventude, cujas águas seriam capazes de rejuvenescer quem as bebesse. Até que se prove o contrário, essa maravilha jamais foi encontrada – mas diversos tratamentos estéticos que podem retardar ou prevenir o envelhecimento facial foram criados. Mas, quando se deve começar sua prevenção?
Sabemos que o envelhecimento da face é multifatorial. Temos os nutricionais, étnicos e cuidados específicos com a pele. Em relação a hábitos de vida, o não ganho de peso, a manutenção de uma dieta saudável, o não tabagismo, o não abuso de álcool, a exposição limitada ao sol e com protetor solar são fatores que previnem o envelhecimento da pele.
Só que a pele não é o único fator que envelhece: as estruturas faciais também envelhecem. Atualmente, vemos pacientes muito jovens já preocupados com isso. A mídia, os procedimentos estéticos, as redes sociais (principalmente hoje em dia, com muitas fotos de face) promovem um padrão de beleza no qual a pele lisa, as projeções faciais entram em um modelo. Um dos grandes fatores preventivos do envelhecimento facial seria a toxina botulínica, conhecida como botox, um dos melhores tratamentos surgido nas últimas décadas.
Em relação aos tratamentos preventivos em pacientes jovens, é claro que existem exageros. Há pacientes muito jovens que já estão preocupados com rugas quando, na verdade, têm apenas expressões faciais que até crianças possuem. Esse não ajuste dos excessos, não controle de limites, acaba levando a exageros e tratamentos desnecessários.
Sou a favor do tratamento preventivo com a toxina butolínica, desde que tenhamos um pouco de coerência. Alguns pacientes, principalmente homens, desde jovens, por volta dos seus 24, 25 anos, já apresentam marcas de expressão fixas. A musculatura facial, por vezes, com as expressões repetitivas, pode levar a fraturas de pele – e essas fraturas são permanentes se não forem tratadas. Principalmente para pacientes homens jovens, o início precoce é bastante indicado.
E para mulheres também. Algumas mulheres fazem expressões faciais e já têm linhas de expressão fixas mesmo quando jovens. E, nesse caso, estamos falando tanto de prevenção de rugas estáticas ou de rugas mantidas quanto de tratamento. É claro que, quando falamos de pacientes de 16, 18 anos que já estão preocupadas com isso, entramos numa margem de exagero ou de terapêutica desnecessária.
E vêm perguntas que nos causam dúvidas até mesmo na literatura. Existe algum fator de risco, alguma preocupação com o início muito precoce do uso da toxina botulínica? Na verdade, eu não diria que temos um risco por sua utilização precoce. Alguns pacientes, com o uso repetitivo e, principalmente, não respeitando os intervalos de aplicação – temos um protocolo que diz que este intervalo deve ser sempre entre três e quatro meses – fazem aplicações em períodos inferiores a esse, o que pode levar à produção de anticorpos contra a toxina botulínica. Dessa forma, criam resistência, tornando a toxina com pouco efeito ou com uma duração muito curta.
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Uma medida para se tratar uma possível resistência é a mudança do fabricante. Apesar de ser a mesma medicação, a toxina tem formulações, construções do produto diferentes de uma marca para outra. Uma forma de corrigirmos essa resistência é fazermos intervalos mais longos de aplicação e, por vezes, mudar o fabricante. Porque se o paciente criar resistência, ele perde a chance de usar toxina botulínica. Ela não vai ter mais efeito e, assim, perderá um grande tratamento pelo abuso da exposição à toxina e pelo não respeito aos intervalos de aplicação.
É muito comum hoje em dia o paciente achar que precisa retocar a toxina botulínica a qualquer retorno da ruga. Não é assim. Ao longo dos três, quatro meses, em alguns pacientes com a musculatura um pouco mais fraca, ao longo de cinco ou seis meses, algumas movimentações vão retornado gradativamente, o que é natural e não é indesejado como alguns acreditam.
Em relação a essa busca eterna da juventude, da nossa falsa fonte da juventude, não adianta apenas aplicar a toxina botulínica. Os cuidados com a pele e a saúde são muito importantes (nossa pele expressa a nossa saúde corporal). E outros procedimentos também retardam o nosso envelhecimento, como os preenchedores e os bioestimuladores de colágeno, que devolvem elasticidade e textura à pele.
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O uso do bioestimulador de colágeno hoje em dia não tem por função tratar uma flacidez facial instalada, porque ele não vai conseguir esse resultado. A ideia é que a gente consiga uma reposição de colágeno de forma que essa pele se mantenha por mais tempo jovem, com uma elasticidade melhor. Hoje em dia, as agulhadas preventivas (botox, bioestimuladores) têm exatamente essa função: retardar o envelhecimento facial. Uma vez instalado o envelhecimento, não dá para querer estimular colágeno para contrair pele e tratar flacidez. Não vai conseguir. A ideia dessa reposição de colágeno é exatamente prevenir o envelhecimento.
Entre outros tratamentos, também temos os ácidos hialurônicos, que devolvem volume. Nosso envelhecimento facial não é só feito de rugas e flacidez de pele, também é feito de perda volumétrica. Os volumes, as proporções faciais se alteram ao longo dos anos. E áreas de projeção facial, que são comuns no paciente jovem, como as maçãs do rosto mais projetadas, um rosto mais arredondado, mais quadrado ou mais triangular, dependendo do biotipo facial, isso acaba se perdendo ao longo dos anos. E os ácidos hialurônicos conseguem repor esses volumes. Uma vez reposto o volume, você traz de volta aquela estrutura facial mais jovial.
Os tratamentos preventivos são muito bem-vindos, sim. Eles só devem ser aplicados no momento adequado. É importante que se faça um protocolo de envelhecimento facial com o seu paciente. Qual é o objetivo dele? Prevenir, mudar ou tratar o envelhecimento? Para cada uma dessas opções temos um protocolo de tratamento. Temos um pool de técnicas, inclusive utilizando tecnologias como laser, ultrasom microfocado, fios, que também se aplicam à prevenção e à manuteção do rejuvenescimento facial.
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