Na festa das Havaianas, em São Paulo, Domingos Montagner transforma Mirandas em Valescas!


No lançamento da sua linha de roupas, a marca delimita território com casual wear colorido e o ator global fazendo o mulherio suar na camisa!

* Por Alexandre Schnabl

As Havaianas resolveu dar uma chinelada no desânimo geral que tem tomado conta do país nestes últimos tempos. Como assim? Bom, ela desenvolveu uma linha de roupas e acessórios tendo como ponto de partida suas famosas rasteiras coloridas que fazem sucesso no mundo inteiro. E, partindo do conceito de que faz um produto universal com levada brazuca, a marca criou peças em casual style e beachwear perfeitas para serem usadas com suas sandálias de tiras em qualquer que seja o balneário. Como a grife transita pelo cosmopolita, podendo vestir bem qualquer tipo de público em qualquer lugar do mundo (desde que se mantenha esse espírito praiano), foram privilegiados algodões em malhas e tricolines, lycra, sedinhas e tactel como matérias-primas em modelos confortáveis para o dia a dia, antes ou depois de pisar na areia – ou até dentro dela, já que os biquínis e sungas são numerosos –, mesmo que nem faça sol. Regatas, camisetas, pólos, vestidos longos e curtos, shorts, bermudinhas, saias e calças em sarja são a base dessa moda descomplicada, para pegar do armário, montar um jogo de cores esperto, combinar com os chinelos de tira, alpargatas ou tênis em lona e sair por aí, sem eira nem beira, pegando uma brisa no rosto e dando aquele rolé.

A loja-conceito da Rua Oscar Freire, em São Paulo, foi inaugurada nesta terça-feira (20/5), e a filial carioca no Leblon será aberta na próxima sexta (23/5). A ideia, óbvio, é se espalhar, que nem o povo se esparrama pela praia. As lojas, bem amplas, apresentam curiosidades que provam que a Havaianas tem potencial para se difundir não só no Brasil, mas no mundo todo com sua leva de roupas, assim como fez com os chinelos de dedo coloridos. Tanto a coleção quanto o merchandising visual dos pontos de venda primam pelo seu DNA característico, com blocos de cores contrastantes e detalhes tropicalistas. Isso sem falar nos prints corridos que coordenam com as impressões nas bases das sandálias, permitindo composês alegrinhos.

A atmosfera de feira livre, com barraquinhas de toldo listrado ­– e varais para exibir a moda praia, além de muitas pilhas de produtos em bancas, caixotes, barris ou cachepôs – se encarrega de imprimir a leitura lúdica, aproximando o mercado de rua ao ambiente praiano, duas coisas que são a cara do Brasil, com frutas e flores cenográficas convivendo com os produtos. O resultado lembra um pouco aquele encantamento visto na virada dos anos 1980/1990, quando se firmaram mundo afora aquelas redes de experiências sensoriais com sabonetes de glicerina e águas de cheiro variadas nesse clima de mercearia, tipo a Lust. E, para quem imagina que tudo agora se restringe às coleções de roupa e sandálias, a marca demonstra fôlego e investe em complementos e quinquilharias que evocam sua memorabilia: chaveirinhos coloridos em plástico injetado, maxi boias em forma de chinelo colorido para as piscinas, chapéus, meias, bonés tradicionais e australianos, capas de celular com o relevo típico do solado dos chinelos e até toalhas de praia, que já existiam e agora ganham mais destaque. Nem é preciso ressaltar que o todo na loja evoca o mesmo viés lúdico de redes descoladas que fazem sucesso lá fora, como a Urban Outfitters. Só que, ao invés daquele universo meio casa velha, prevalece aqui o calçadão.

 

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Fotos: Divulgação

Para lançar a coleção, a marca fez mega festa com desfile nesta noite de segunda-feira (19/5) no Pavilhão das Culturas Brasileiras – Museu da Cidade de São Paulo, um prédio em arquitetura modernista, na pegada da Bienal, também no Ibirapuera. E, para arrematar a cenografia que acompanha o visual da loja, ela caprichou no deque de madeira e chegou a pintar colunas e as paredes que acomodavam os telões de LED. Com bufê de Morena Leite, do Capim Santo, e direção de Carlos Pazetto, 70 modelos desfilaram as montagens, com 6 atores caracterizados como feirantes gajos se encarregando de dar o tom teatral, cujo ápice foi Domingos Montagner recitando a trajetória da Havaianas em ritmo de literatura de cordel. Nem é preciso dizer que as atiradas gritavam “gostoso” da plateia, provando que, quando se trata de homem, Miranda Priestley vira Valesca.

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