Terapeuta analisa a exposição dos conflitos entre Luana Piovani e Pedro Scooby por conta da criação dos filhos


Maria Rafart observa as consequências comuns, do ponto de vista comportamental para as crianças, de pais que tornam suas divergências públicas, com o alcance das redes sociais

Na manhã desta terça-feira (3), Luana Piovani continuou compartilhando os desdobramentos dos conflitos com Pedro Scooby em relação às incompatibilidades no modus operandi da criação dos filhos e outros assuntos mais, desta vez compartilhando prints de uma conversa com Scooby por whatsapp. Na segunda-feira, a atriz já havia postado um desabafo em seu Instagram sobre a pensão alimentícia dada pelo ex-marido, com quem tem Dom, 10 anos, e os gêmeos Bem e Liz, de sete anos. Scooby também acabou de se tornar pai de Aurora, no final de dezembro passado (27). A bebê é fruto da união do surfista com Cíntia Dicker. No vídeo, Luana relata que o surfista agora pretende pagar o valor que acha justo de pensão, e não o combinado quando ele ainda morava em Portugal. Para além de todo ‘reality’ familiar, o que podemos tirar de aprendizado de uma situação como essa? “O primeiro referencial social de uma criança é a sua família. A figura do pai e a figura da mãe são igualmente importantes para que ela se sinta protegida e acolhida, e servem como parâmetro para suas ações no futuro. Quando pai e mãe estão separados, e em especial quando há embates entre eles, o que pode acontecer é que a criança se sinta na obrigação de torcer por um ou por outro, como se fossem times adversários em um esporte”, alerta a psicóloga Maria Rafart. “Este tipo de escolha é particularmente dolorosa quando há uma exposição grande em redes sociais, pois o alcance dos temas em discussão é gigantesco e atinge outros ambientes, como escola e amigos”.

Luana levanta a bandeira da mãe solo, que precisa batalhar pelo o que é de direito dos filhos, e tem sido apoiada por muitas mulheres na internet. Por outro lado, muita gente tem criticado a exposição da vida privada realizada pela atriz, inclusive avaliando sua atitude como ‘insensível’, já que a filha recém-nascida de Pedro ainda está em um CTI, após duas cirurgias. Roupa suja se lava em casa? Mas e quando a ‘roupa a lavar’ é de uma pessoa pública, que pode utilizar a voz ampliada para chamar atenção para o que deseja resolver, e também para jogar luz no debate para a sociedade? Vale? E vale mesmo quando têm crianças envolvidas? “Pais maduros, deveriam discutir suas divergências como adultos, entre si, e não de forma midiática”, diz Rafart.

Pedro Scooby e Luana Piovani falam de vida familiar na internet (montagem)

Pedro Scooby e Luana Piovani falam de vida familiar na internet (montagem)

Desde o Natal

Desta vez, os conflitos começaram a acontecer no Natal, quando as crianças vieram para o Brasil ficar com Pedro Scooby. Luana se queixou nas redes que ele deu celulares de presente para os filhos sem consultá-la. De lá para cá, os dois vem trocando farpas, ela de forma mais detalhada, e ele com pronunciamentos mais breves. A atriz chegou a mencionar que o surfista pode até contratar um advogado em Portugal, e por conta da jurisprudência do país, ela teme que sua guarda das crianças esteja ameaçada: “Ele pode contratar um advogado que vai sugerir que ele está apto a tirar a guarda. Mas eu não acho que o Pedro seja apto a criar os meus filhos e mais a filha dele, recém-nascida. Eu acho que ele precisa de mim. Claro que vão ter que arrancar os meus olhos e os meus órgãos para tirarem meus filhos de mim, porque eu priorizo a educação dos meus filhos. Enquanto ele prioriza a vida irada e a curtição”.

Prints da conversa de whatsapp entre Luana Piovani e Pedro Scooby (Reprodução/ Instagram)

Prints da conversa de whatsapp entre Luana Piovani e Pedro Scooby (Reprodução/ Instagram)

A especialista opina sobre a escolha de Luana de trazer os temas à tona. “Não é de hoje que Luana Piovani age de forma impulsiva, quando traz a público detalhes sobre sua vida particular. Mesmo que a proposta inicial não seja estender a discussão, o preço de atos impulsivos é que eles tenham consequências em outros temas também”, analisa.

E aponta impactos comuns no comportamento das crianças quando acontece esse tipo de exposição dos conflitos familiares: “Toda forma agressão deixa marcas. Sendo públicos os embates, provavelmente os comentários sobre o assunto se somarão ao sofrimento das crianças. E elas, no meio deste tipo de discussão, costumam relatar sentimentos de vergonha, podem ter sintomas de ansiedade, e se tornar adultos com apego pouco seguro”.