O mundo caminha na transição para uma economia de baixo carbono e o Brasil tem características geográficas e climáticas que permitem assumir o papel de maior produtor de créditos de carbono do mundo. E o Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) realizou o Workshop “Caminhos Verdes: Parcerias na Bioeconomia Brasil-Holanda“, na Unidade do Parque Tecnológico. O evento teve como objetivo reunir representantes de empresas, entidades governamentais, órgãos de fomento e institutos de pesquisa da Holanda e do Brasil, para explorar oportunidades de colaboração e networking, nos campos da bioeconomia, indústria química e química verde.
O SENAI CETIQT oferece à indústria e ao mercado um leque de serviços transversais nas áreas de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação que o consagraram como um dos maiores centros latino-americanos de produção de conhecimento aplicado à cadeia produtiva da indústria química e têxtil e tem feito História pelas mais diversas ações para a inovação firmando, inclusive, acordos de colaboração para projetos internacionais. Para fomentar a tecnologia e a inovação, o SENAI CETIQT tem realizado uma série de iniciativas por meio do seu Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras.
O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI), instalado em um prédio de última geração no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, é considerado um hub de inovação, onde pesquisadores e empresas de todos os portes podem trabalhar oportunidades de negócios. Foi criado para ações na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, atuando de forma transversal em áreas e temas identificados como portadores de futuro para as cadeias industriais química e têxtil. O Instituto apoia as empresas no desenho da sua estratégia de P&D, no desenvolvimento de produtos e processos nos laboratórios de forma a viabilizar a inovação. O ISI, integrante do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – CETIQT, e estruturado em plataformas tecnológicas de pesquisa e uma área de inteligência competitiva, conta com os mais modernos laboratórios de Biotecnologia, Engenharia de Processos, Transformação Química e Fibras, em um investimento em equipamentos de última geração e únicos na América Latina.
Na primeira apresentação, Leonardo Teixeira, coordenador da área de Inteligência Competitiva do Instituto, falou sobre a bioeconomia no Brasil. Ele destacou como o país pode ter uma posição proeminente na bioeconomia através de sua grande biodiversidade, presença de cadeias de valor de renováveis jáestabelecidas – por exemplo, cana-de-açúcar, biodiesel e papel e celulose – e sua matriz energética de baixo carbono. Leonardo também elencou exemplos de iniciativas na bioeconomia no Brasil, em biotecnologia, química e eletroquímica. Por outro lado, destacou que ainda há necessidade de ações mais articuladas para que o país consolide seu potencial nessa área.
João Bruno Bastos, Gerente do Instituto, falou sobre a rede dos Institutos SENAI de Inovação no Brasil, suas especialidades e sobre o ISI Biossintéticos e Fibras. João também apresentou alguns projetos relevantes do Instituto, destacando os já realizados com empresas da Holanda e Suécia, além de projetos com empresas multinacionais relacionados à transição energética e bioeconomia. Sobre a vinda da comitiva para o Workshop, afirmou que os Institutos de Inovação do SENAI possuem uma infraestrutura competitiva com as melhores instituições de pesquisa aplicada do mundo.
Este tipo de visita é fundamental para apresentarmos nosso potencial. Podemos aqui estreitar laços e encontrar pontos de interesse comuns para nossas agendas de PD&I – João Bruno Bastos
Jacqueline Vaessen, Presidente do Top Team ChemistryNL e Chefe da Delegação, realizou uma apresentação sobre os focos estratégicos em renováveis, na Holanda. Ela falou sobre a ampliação de aplicações de alto valor, como produtos químicos e biomateriais; aplicações orientadas para a transição energética em setores como a aviação e o transporte marítimo, onde não estarão disponíveis alternativas a médio prazo; eliminação progressiva dos incentivos para aplicações de baixo valor, como a produção de eletricidade e de calor; entre outros temas.
Perguntada sobre o que achou da visita, Jacqueline afirmou que ficou realmente impressionada com o que foi construído no ISI em apenas oito anos de sua existência. “Fiquei muito feliz por ter a oportunidade de ver os laboratórios, foi realmente ótima essa visita. Ouvi outras pessoas que foram nos laboratórios e todos ficaram impressionados com o fato do ISI, especialmente no laboratório de fibras, ter todos os equipamentos da indústria em pequena escala. Tínhamos quatro startups conosco e vi todas elas conversando com o pessoal do SENAI, procurando possibilidades e focadas nas matérias-primas que estão aqui no Brasil”, afirmou Jacqueline Vaessen.
Esperamos que em 2024 estabeleçamos mais colaborações entre o Brasil e a Holanda. Na sessão de matchmaking deu para ver que as pessoas estão se encontrando, há discussões animadas e interativas e isso é muito legal – Jacqueline Vaessen
João Bruno finaliza afirmando que a visita da delegação consolida o ISI Biossintéticos e Fibras como um dos principais parceiros para desenvolvimento de tecnologias e produtos da bioeconomia no Brasil.
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