Nubia Oliiver exalta o Setembro Amarelo e divide experiências sobre a depressão que trata há 20 anos


“Já cheguei a pensar em tirar a minha vida uma vez na adolescência”, desabafa a modelo, que destacou a importância da campanha de prevenção ao suicídio e conscientização da vida. Ela falou ao site sobre a experiência com a depressão e síndrome do pânico, visando chamar atenção sobre o tema e derrubar tabus ainda existentes: “Sim, sou uma mulher forte, empoderada e sou doente. Tenho uma disfunção cerebral, por qual razão não falar? A minha voz e o meu depoimento podem salvar pessoas”

*Por Brunna Condini

Há oito anos, o mês de setembro é dedicado ao debate da saúde mental no país. A campanha Setembro Amarelo visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento. E esse ano traz o slogan  ‘A vida é a melhor escolha!‘, sinalizando que é um dever de todos atuar pela conscientização do tema. Tratando uma depressão há quase 20 anos, a modelo e musa do OnlyFans – site para maiores de 18 anos – Nubia Oliiver, 48, falou ao site sobre sua experiência, visando chamar atenção sobre a importância do tema. “A síndrome do pânico surgiu em 1993, quando sofri um acidente. Se falava pouco sobre esse transtorno e existia muito mais preconceito sobre o assunto. Foram muitos equívocos no tratamento, então a depressão se instalou. Em 2004, eu fui diagnosticada, sigo me cuidando e mantendo minha fé. Essa campanha é muito importante para a conscientização”, diz.

“Antes disso, lembro que cheguei a pensar em tirar a minha vida uma vez na adolescência. Não sei se nesta idade já tinha depressão, mas sei que a carregava no meu DNA. É preciso mapear a doença, porque ela pode ser familiar. No meu caso, a família da minha mãe tem muitos casos de transtornos mentais. Minha depressão é crônica, não posso parar de tomar remédios, e se a isso se somar uma depressão ocasional, aí pode ser o fundo do poço, onde já estive. Acham que a depressão é incompatível com a imagem que vendo. Sim, sou uma mulher forte, empoderada, e sou doente. Tenho uma disfunção cerebral, por qual razão não falar? A minha voz e o meu depoimento podem salvar pessoas”.

Nubia Oliiver fala da luta contra a depressão e compartilha hábitos para uma vida melhor (Reprodução/ Instagram)

Nubia Oliiver fala da luta contra a depressão e compartilha hábitos para uma vida melhor (Reprodução/ Instagram)

Segundo especialistas, na maioria das vezes, o tratamento para depressão pode ser realizado combinando psiquiatra e psicoterapia e, sob orientação médica, também podem ser utilizados os antidepressivos, que ajudam a regular a química cerebral, sendo aplicados conforme cada caso e paciente. Nubia fala das dificuldades no tratamento. “Como a depressão ainda é tabu, cometi erros ao longo dos anos. Já parei de tomar remédios quando melhorei, e isso não é aconselhável, vira uma ‘gangorra’ emocional horrorosa. O tratamento de depressão é sério, precisa ser mantido”.

Tenho depressão, uma disfunção cerebral, por qual razão não falar? A minha voz, meu depoimento, pode salvar pessoas – Nubia Oliiver, modelo

A modelo exalta a importância do Setembro Amarelo (Reprodução/ Instagram)

A modelo abre o coração e ressalta a importância do Setembro Amarelo (Reprodução/ Instagram)

Com a finalidade de compartilhar aprendizados em relação à doença, ela pontua: “Olha, me pedem muitos conselhos e digo: não erre com você, fique atento ao seu tratamento, aos efeitos que possam surgir e divida com seu médico. Assim vão identificar o que vem funcionando ou não. Além do tratamento, a fé e o acolhimento familiar são muito importantes. Conversar com as pessoas é fundamental. É uma doença que tira a vida e se instalou fortemente nesses dois anos e meio de pandemia. Os exercícios físicos também são essenciais. Eu faço musculação e treino bike. Mas têm dias que não quero fazer nada mesmo. Quando isso acontece, ligo a Netflix e fico na cama, deixo passar, me permito”.

“Aceito a minha depressão, me trato e luto” (Reprodução/ Instagram)

E constata: “Acho que as piores depressões foram ocasionadas pelo luto de um namorado (Paulo Santana morreu em 2016, de insuficiência renal, aos 42 anos); e perdas financeiras, levei um calote de um amigo, depois um calote de investimentos em imóveis de quase R$ 1 milhão. Mas nunca pensei em tirar a minha vida. Aceito a minha doença, me trato e luto. Para quem estiver me lendo aqui, e achar necessário, peça ajuda, corra para um profissional, chame um amigo, um familiar. Grite! Viver é muito bom, é preciso dar valor ao aqui agora, olhar ao redor, se olhar, e isso tudo pode fazer a diferença”.

É uma doença que tira a vida e se instalou fortemente nesses dois anos e meio de pandemia – Nubia Oliiver, modelo

No aqui e agora

Criando conteúdo para a plataforma de conteúdo adulto OnlyFans, Nubia acrescenta: “Também estou no Privacy ( a OnlyFans brasileira). Mas não vivo 24 horas disso. Nunca deixei a gestão da vida só nas redes. Tenho minha fazenda em Minas Gerais, minha filha para criar”. E aproveita para descartar sua participação em ‘A Fazenda‘: “Fui cotada para o reality desde o início, já tive algumas reuniões, mas não me motivo a entrar em algo que não seja diferente do que já fiz (ela esteve na ‘Casa dos Artistas‘ há 20 anos). Teria que ser algo que me desafiasse”.

Em janeiro, a modelo teve sua conta oficial desativada no Instagram, e lamentou perder todo o investimento em conteúdo que produziu para a plataforma . “Ficou uma rede muito chata. Pela divulgação do OnlyFans perdemos a conta. Estou processando o Facebook, e sei que isso vai levar tempo. Perdi em Primeira Instância, mas vou recorrer. Vocês são os primeiros a saber. Quero respeito, por isso peço minha página anterior de volta”.

"Quero respeito, por isso peço minha página do Instagram de volta"(Reprodução/ Instagram)

“Quero respeito, por isso peço minha página do Instagram de volta”(Reprodução/ Instagram)