No Outubro Rosa, Dr. Alessandro Martins tira dúvidas sobre prevenção e tratamento do câncer de mama


Em sua coluna quinzenal no Site HT, o cirurgião plástico revela: “Atualmente, apenas o exame de toque não é mais considerado uma forma eficaz de diagnóstico: nódulos já palpáveis muitas vezes estão relacionados a estágios avançados da doença”

*Por Dr. Alessandro Martins

Outubro é o mês em que, tradicionalmente, temos a campanha de prevenção ao câncer de mama, uma das doenças que mais matam mulheres em fase de vida ativa, comprometendo tanto pacientes jovens como idosas. A ideia da prevenção não passa pela diminuição de hábitos de vida ou de controles ambientais que possam aumentar os casos da doença, visto que a grande maioria está relacionada a fatores genéticos e familiares.

A função da campanha é prevenir os casos graves – e a melhor maneira de fazer isso ainda é através do diagnóstico precoce. Atualmente, apenas o exame de toque não é mais considerado uma forma eficaz de diagnóstico de prevenção: nódulos já palpáveis muitas vezes estão relacionados a estágios avançados da doença. A ideia hoje é diagnosticar na fase microscópica, celular, através de exames de imagem. A mamografia e a ressonância magnética nuclear das mamas são as principais fontes desse diagnóstico, fazendo com que o câncer de mama tenha um tratamento mais eficaz e uma taxa de cura mais elevada.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Fábio Calvi)

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O tratamento é cirúrgico. Não existe outra forma de tratá-lo que não seja através de cirurgia. A quimioterapia e a radioterapia servem para reduzir o tamanho do tumor ou para controlar a doença na fase pós-operatória – mas não são, isoladamente, tratamentos. As formas cirúrgicas para tratar este tipo de câncer variam da retirada de segmentos da mama (segmentectomia ou mastectomia parcial) até a remoção de toda a glândula (mastectomia), associada à retirada de pele, mamilo, aréola etc. Temos, também, a pesquisa da axila – ou seja, dos linfonodos axilares. Pode envolver a remoção de poucos linfonodos (para verificar se há alguma doença) ou a retirada de toda a cadeia linfonodal (no caso de já haver doenças na axila).

Como já dissemos, a quimioterapia e a radioterapia no pós-operatório auxiliam no controle da doença. Para evitar a recidiva do câncer, dispomos atualmente de um tratamento chamado hormonoterapia, que utiliza bloqueadores de receptores de estrogênio (hormônio que alimenta o crescimento do tumor). Se o nódulo tiver receptor de estrogênio, o uso dos bloqueadores faz com que o hormônio não atue nas possíveis células tumorais residuais, levando ao controle da doença e à elevação da taxa de cura.

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Portanto, voltamos a frisar que a principal maneira de prevenção do câncer de mama é através de exames de imagem. Enquanto o acesso a esses exames é facilitado nas redes particular e conveniada, no serviço público a história é outra. As campanhas visam a aumentar também o número de pacientes da rede pública com acesso a esse tipo de tecnologia que leva ao diagnóstico em fases precoces.

O alerta da campanha é muito claro: se você tem histórico na família ou tem mais de 40 anos, procure o serviço de saúde público ou privado e comece o rastreamento do câncer de mama, seja através de exame físico, consulta com mastologista ou ginecologista. Também é muito importante fazer a sua primeira mamografia para rastrear algum tipo de câncer de mama e, principalmente, acompanhar possíveis doenças como nódulos ou calcificações, que podem ser alterações benignas, mas que precisam ser acompanhadas no decorrer dos anos.

Em relação à cirurgia plástica, um aviso importante: o uso da mamografia digital não é mais contraindicado às pacientes com próteses de mama. A ressonância nuclear magnética tem uma ótima especificidade e sensibilidade, sendo capaz de diagnosticar problemas inalcançáveis por uma simples mamografia. A prótese de silicone não dificulta a visualização nem o tratamento do tumor. Pode, sim, dificultar a apalpação, mas, como já vimos, o diagnóstico por toque não é mais preconizado, pois aponta, basicamente, para estágios mais avançados e tardios da doença.

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