Kama Sutra acridoce: o chef Marcos Sodré, do Sawasdee, conta o segredinho para estender o prazer a dois além da mesa!


O restaurante, tocado por ele ao lado da esposa, acaba de abrir filial em Ipanema e é perfeito para aquele flerte com o exótico na medida que o brasileiro gosta

Icônico espaço de comida tailandesa na Cidade-Maravilha, o Sawasdee abriu portas em Ipanema após conquistar o público carioca no Fashion Mall e no Leblon. HT foi conferir as novidades no novíssimo point e aproveitou para bater um papo com o chef Marcos Sodré, que recebeu a equipe junto com sua esposa Sandra na nova filial, projeto de Maurício Nóbrega. O espaço, uma consagração destes 17 anos de atividades, mantém o padrão de qualidade desde quando foi aberto o primeiríssimo restaurante em Búzios, e tem decoração clean e acepipes capazes de fazer os comensais lamberem os dedos de prazer.

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Carioca de 52 anos, Marcos já fez de tudo na vida. Vendeu de artigos de couro a turbina de avião. Apaixonado pelo oriente, abriu mão de tudo para montar o primeiro Sawasdee na charmosa Orla Bardot, no balneário fluminense, ainda em atividade. De lá para cá, a coisa foi sendo elaborada aos pouquinhos. Ele conta o segredo: “Como o paladar do brasileiro é diferente do oriental, o pessoal pensa logo que a pegada é reduzir o excesso de pimenta e pronto. Erro clássico. A onda é equilibrar e reduzir tudo, até porque gastronomia tailandesa sem pimenta não rola. O grande barato sempre é essa levada ‘spicy’ e a mistura do salgado com doce”, afirma, ressaltando que muitas vezes acrescenta toques de gengibre nos pratos para compensar alguma redução de pimenta. “É mais assimilável para o nosso gosto carioca”. A esposa Sandra ainda vai além, brincando: “Tirar a pimenta para quê? Não é brasileiro que curte apimentar relação?”

O chef de cuisine ainda comenta que cozinhar para ele é um misto de pesquisa com intuição. E, claro, muita experimentação em viagens, não só ao Oriente, mas em restaurantes orientais mundo afora. “Sigo muito meu instinto, não foi à toa que um dia tive um sonho, mudei de vida e parti para a gastronomia”. Epifania à parte e paralelo à experimentação sensorial, ele gasta horas do tempo em que não está à frente das panelas garimpando informação na internet e saindo em busca de ingredientes. “Não sossego enquanto não encontro determinado produto. É quase coisa de Indiana Jones”.

Mas, ao contrário do arqueólogo do cinema, ele procura dosar seu flerte com o exótico: “Não dou a mínima para aqueles tira-gostos estranhos que os tailandeses tanto curtem, tipo gafanhotos crocantes, aquelas coisas que encontramos nas feiras de Bangkok. Aqui não ia pegar nunca, é cultural. Mas confesso que acho mesmo que tem gosto de queimado”, ele ri.

Entre aquelas iguarias dignas de impressionar sua cara-metade – ou aquela que nem completa tanto assim, mas que se deseja ardorosamente levar para a cama – é imprescindível saborear as costelinhas caramelizadas com camarão satay e paçoquinha de chili ou o consomê de arroz de jasmim, com ovo, lombo moído, farofinha de panko, tudo na calda de gengibre. E os camarões ao leite de coco com arroz de jasmim e legumes também dão aquele barato que acaba terminando em agradáveis momentos a dois fora da mesa, seja em um delicioso passeio pelo calçadão de Ipanema ou em algo mais picante entre quatro paredes. Tudo ótimo investimento. Por isso, para quem pretende usufruir desses prazeres pantagruélicos até o fim, vale cada colherada do cake de macadâmia com sorvete de canela na calda de doce de leite. Dá barato mesmo!

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