Em sua coluna sobre cirurgia plástica no site HT, Dr. Alessandro Martins fala sobre o contorno corporal: ” É importante respeitar o biotipo de cada um e suas diferenças corporais para se obter uma harmonia”


Dr. Alessandro Martins é um dos nomes mais importantes da cirurgia plástica carioca. Com especialização em reconstrução das mamas, o médico é formado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) e divide a sua rotina entre os procedimentos, as consultas e a vida acadêmica. Com os anos de experiência e o destaque profissional, dr. Alessandro hoje também é coordenador do curso integrado dos serviços de cirurgia plástica no Rio de Janeiro

*Por Dr. Alessandro Martins

O contorno corporal é a alma do brasileiro. É importante não só como nos vemos dentro de uma roupa, mas, principalmente, como nos vemos na praia, com biquínis e sungas. São conceitos que caminham juntos, mas que sofrem influências externas, dependendo da cidade em que se vive, o ambiente preferido, a temperatura e até a da idade e a estrutura corporal. Todas as mulheres e os homens hoje em dia e cada vez mais, desejam ter uma forma física que lhes deixem feliz. Somos um país predominantemente tropical, temos uma cultura brasileira de praia e, por isso, mesmo nas cidades mais frias ou longe do litoral, a forma do corpo se insinua com a roupa. É a projeção vestida do corpo. A ideia de barriga negativa, quadris largos, coxas grossas e glúteos projetados é um padrão bastante procurado pelo brasileiro, mas o importante quando se trata de cirurgia para a melhora do contorno corporal é se compreender que da mesma forma – como todos os tipos de cirurgia plástica –  cada pessoa tem uma estrutura corporal, e isso não pode ser alterado e que não deve ser modificada pela cirurgia plástica. É importante respeitar o biotipo de cada um e suas diferenças corporais para se obter uma harmonia corporal.

Mas muitas coisas podem ser feitas: pacientes que não tem cintura, podem ter a sonhada cinturinha fina, pacientes que sofrem com os culotes, podem vir a não ter mais. Assim acontece também com glúteos e panturrilhas, quem não os tem bem definidos ou torneados poderão sim os ter. Um braço cheinho pode também emagrecer. Porém, você não pode transformar uma paciente com baixa estatura, que tinha um perfil mais cheinho, numa paciente esguia, magrinha, como se fosse uma modelo de passarela. Você tem que seguir o padrão do corpo. Dentre as cirurgias realizadas para o contorno corporal, existem as lipoaspirações, as abdominoplastias,  associadas ou não, os enxertos de gordura e os implantes, que seriam as próteses glúteas, panturrilhas e de peitoral masculino. Já as próteses de mama são um capítulo à parte.

A lipoaspiração é o carro chefe do contorno corporal, e pode ser feita tanto em pacientes jovens ou com mais idade que visam reduzir a indesejada gordura localizada, que não sai, apesar de uma alimentação balanceada e atividade física adequada para uma vida saudável. Aqui um detalhe importante: a lipoaspiração não é uma cirurgia emagrecedora. Não é para o paciente gordinho que quer emagrecer com lipoaspiração. Não é essa a função. Existe um limite do que se pode retirar de gordura de cada paciente. Se o cirurgião exceder essa quantidade, o paciente poderá evoluir com complicações. A lipoaspiração é uma cirurgia que tem que ser feita em ambiente hospitalar adequado e seguro, para melhorar o contorno, a estética, sem causar dano ou sequela ao paciente. Mas para que ela é indicada, então? Ela serve para diminuir medidas, gorduras localizadas, principalmente nas costas, flancos, abdome, braço, parte interna das coxas e culotes.  Esses procedimentos tem um ótimo resultado com a lipoaspiração, porém, existe um item importante que é necessário se atentar: a flacidez de pele. Não é possível resolver a flacidez com lipoaspiração. A pele de um paciente gordinho ou ex-gordinho não tem esse poder tão forte de retração.

Dr. Alessandro Martins é médico cirurgião plástico com subespecialização em reconstrução de mamas pós-mastectomia (Foto: Sergio Baia)

Falando nisso, a cada dia, aumenta o número de pessoas que se submetem a  cirurgias bariátricas, de redução de estômago. Esses pacientes,  além do acúmulo de gordura em locais diferentes – lipodistrofia, também tem um excesso de pele enorme em alguns casos. Estamos falando de  perda de peso muito grande, 40, 50, 60 quilos, e assim por diante.  Já operamos pacientes com perdas de até 80 quilos ao total. É importante destacar que num período muito curto de tempo esses pacientes não tem capacidade de readaptação e retração da pele. Trata-se de um grupo muito heterogêneo de pessoas, de todas as idades e com implicações clínicas causadas pela cirurgia bariátrica que conta muito no preparo pré operatório, no tipo de cirurgia e na recuperação pós operatória. E para eles, quando a retirada do excesso de pele é o mais importante, se faz presente as ressecções de pele e tecido subcutâneo, como as  abdominoplastias clássicas ou em âncora, as cirurgias de pernas e coxas, do dorso, dos braços e axilas, onde você visa melhorar o contorno não só diminuindo gordura, mas melhorando o formato e reconstituindo uma forma adequada. São cirurgias plásticas reparadoras. Devolve-se a forma corporal para o paciente ter melhores condições de higiene, vestimenta e convívio social de roupa ou sem ela.

Pacientes mais magros, mais jovens que tem somente uma gordurinha localizada são boas indicações para lipoaspiração. No caso de pacientes mais velhos, que já tiveram filhos e mais de uma gestação, não é só a gordura que tem que ser retirada. Existe também a perda de elasticidade de pele e muitas vezes da musculatura abdominal enfraquecida e afastada de sua posição original mais mediana. Todos esses aspectos devem ser levados em conta na escolha da técnica para se obter o melhor resultado possível. E claro, um item essencial: o cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é o único profissional habilitado a realizar esses procedimentos.

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