Dr. Alessandro Martins fala sobre os tratamentos de pele mais adequados para cada faixa etária


Em sua coluna quinzenal no site HT, o cirurgião plástico traça um fluxograma de cuidados com a face e explica: ‘O problema de cuidar do envelhecimento facial é quando o paciente não se programa desde cedo e, de uma hora para outra, quer fazer todos os procedimentos. Isso leva a um rejuvenescimento que parece artificial, pois a mudança deve ser gradual e profilática desde uma idade mais jovem’

*Por Dr. Alessandro Martins

Na coluna de hoje, eu vou abordar a questão de um fluxograma de tratamento da face. Atualmente, os procedimentos de cosmeatria são muito comuns. Fala-se muito deles na mídia e em redes sociais. E também se fala muito de harmonização facial. A harmonização das proporções faciais traz beleza e pode até diminuir os sinais do envelhecimento. Então, o que seria um fluxograma de prevenção de envelhecimento? Falando especificamente de rugas, linhas de expressão, descenso dos tecidos faciais, para cada idade há uma forma de se prevenir ou cuidar desses sinais.

O primeiro começa na juventude, na adolescência. É o cuidado com a exposição ao sol e a importância do uso de protetores solares, pois o sol leva ao foto-envelhecimento da pele. É uma medida simples e básica. Entre os 25, 30 anos, alguns pacientes já começam a apresentar linhas de expressão. Principalmente os homens, que as têm muito marcadas na região da testa e, às vezes, na área em torno dos olhos. Isso decorre de uma atividade muito potente da musculatura da expressão, da mímica facial.

Nessa fase da vida, esses pacientes têm rugas consideradas dinâmicas, que não permanecem quando param de contrair a musculatura. Isso quer dizer que ainda não têm fratura de pele, ainda não tem a fratura do colágeno que leva a uma ruga fixa. Nesses pacientes, a principal indicação para a prevenção de rugas seria a utilização da toxina botolínica. Ela paralisa a musculatura esquelética da face (músculos que usamos para fazer a mímica facial). Com isso, evita-se que as rugas dinâmicas se transformem, no futuro, em permanentes. Ou seja, previne-se a fratura da pele.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Fábio Calvi)

Entre os 35 e os 45 anos, começamos a ter perda volumétrica da face por conta da perda de gordura facial. Ela desliza para pontos mais baixos, fazendo com que o sulco da pálpebra fique um pouco mais marcado, olheiras apareçam em pacientes que não tinham e a maçã do rosto comece a perder volume (que desce para a bochecha). O sulco nasogeniano (bigode chinês) também vai ficando mais marcado. Algumas pacientes com 45 anos já têm o sinal da marionete, que é aquela curvinha que vem na sequência do sulco nasogeniano, passando pelo canto da boca e chegando até a porção lateral do queixo. Nesses pacientes de 35 a 45 anos, passamos a utilizar técnicas de preenchimento, visando a repor os volumes da face.

As reposições volumétricas mais utilizadas são a da região malar (maçã do rosto), para recompor o volume que desce naturalmente para a bochecha; o ângulo da mandíbula; o sulco palpebral, numa tentativa de esconder um pouco as bolsas palpebrais e, inclusive, melhorar as olheiras. Usamos alguns preenchedores para lábios, sulco nasogeniano e canto de boca, que podem melhorar os sinais da queda das estruturas faciais e do deslocamento da gordura do rosto para pontos mais baixos.

Nessa fase, também dá muito certo o tratamento de melhora da qualidade da pele, com o aumento da produção de colágeno a partir de substâncias bioestimuladoras, ou seja, que podem estimular a produção de colágeno. Entre eles, o ácido polilático é uma boa indicação. Essas substâncias não produzem volume e são injetadas no plano abaixo da pele. Técnicas como o laser de CO², que são comprimentos de luz que penetram em pontos mais profundos da pele, também estimulam a produção de colágeno, provocando a melhora da cor da pele, de manchas e rugas finas.

Outro tratamento que se aplica entre 35 e 45 anos é a ultrassonografia microfocada, que causa uma lesão térmica na gordura profunda do rosto. Essa gordura sofre uma retração e traz os tecidos um pouco mais para sua posição natural.

Quando passa dos 45 anos, o paciente geralmente já não se beneficia tanto apenas com procedimentos de cosmeatria e tecnologia. A partir desse momento, entramos com os tratamentos cirúrgicos – o face lift e o lift cervical, cuja função é reposicionar todas as estruturas faciais, desde os planos profundos até a pele. A cirurgia termina com o ajuste da pele que sobra, que é cortada.

Resumindo, esse seria um fluxograma para acompanhar o paciente dos 25 até em torno dos 65 anos a fim de manter um resultado de rejuvenescimento facial bonito nas várias etapas da vida, sem grande estigmatização e sem grandes mudanças. O problema de tratar o envelhecimento facial é quando o paciente não se programa desde cedo e, de uma hora para outra, quer fazer todos os procedimentos. Isso leva a um rejuvenescimento que parece, para quem observa, artificial, quando a mudança deve ser gradual e profilática desde uma idade mais jovem.

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