Dr. Alessandro Martins fala sobre assepsia e cuidados pós-operatórios em tempos de Covid-19 e também para toda a vida


Em sua coluna quinzenal, o cirurgião plástico recomenda cuidados na antissepsia das mãos para lidar com atividades diárias e com curativos pós-operatório. “Ainda que o momento que estamos vivendo seja considerado extraordinário, é importante lembrar a importância da lavagem das mãos em todos os tempos. Pois várias transmissões de doenças estão relacionadas à contaminação das mãos e a relação oral, levando germes à boca. É o caso não só dos quadros virais, nos quais se encaixa a pandemia de coronavírus, mas também as gastroenterites e até a hepatite A”

Dr. Alessandro Martins

Nesse período de isolamento e de prevenção que estamos vivendo, em razão da pandemia do coronavírus, um assunto foi muito levantado: a higiene das mãos. A higiene ideal que tem sido propagada é baseada na repetição do exercício de lavar as mãos diária e constantemente. E incluindo o uso de soluções antissépticas como o álcool, cada vez que tocamos algum objeto. Além da degermação de superfícies e embalagens. Todas são medidas extremas para combater um vírus que tem dispersão pelo ar.

Mas ainda que o momento que estamos vivendo seja considerado extraordinário, é importante lembrar a importância da lavagem das mãos em todos os tempos. Pois várias transmissões de doenças estão relacionadas à contaminação das mãos e a relação oral, levando germes à boca. É o caso não só dos quadros virais, nos quais se encaixa a pandemia de coronavírus, mas também as gastroenterites e até a hepatite A.

Já no pós-operatório precisamos pensar nos cuidados com os curativos. Eles devem ser feitos sempre com as mãos limpas. O paciente ou familiar que porventura fizer os curativos precisa ter isso em mente antes de agir. Não há necessidade do uso de luvas estéreis após 48h de cirurgia, porque desenvolvemos uma barreira epitelial na região da lesão, que impede a entrada de micro-organismos externos, mas ainda assim é preciso manter as mãos limpas para entrar em contato com o paciente.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

Nesse caso, a fim de evitar contaminação biológica no contato com alguma secreção ou sangue que possa vir da ferida, os familiares podem utilizar luvas de procedimento, que são luvas não estéreis e são encontradas nas farmácias. Também deve-se usar gases estéreis para fazer a limpeza dos ferimentos.

Quanto ao álcool 70, seu uso em pós-operatório tem sido menor, porque o contato com a pele provoca ressecamento. A exemplo de substâncias como povidine e rifocina, muito utilizados no passado. O que, na verdade, prejudica o processo cicatricial. As feridas devem ser lavadas no banho, com água e sabão, ou mesmo com soro fisiológico.

Dessa forma, percebemos que a higiene das mãos é importante não só nos períodos de surto, como estamos vivendo agora, como também no dia a dia. Para lidar com os alimentos, com feridas operatórias, com a rotina de crianças e animais. Então se temos um lembrete positivo de todo esse período difícil que estamos passando ele é a primordialidade da higiene das mãos na saúde.

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