Dicas preciosas para não ceder a pressões em 2023 e manter a saúde mental em dia com tudo o que vem pela frente


Sentimos já o ‘cheirinho’ de 2023! E para jogar luz na famosa ‘síndrome do fim do ano’, a psicóloga Maria Rafart dá orientações para evitar a pressão nesta fase e que façamos um ‘carinho’ em nossa saúde mental no período. E finalizar um ciclo para começar o outro com mais clareza e bem-estar. Vem saber!

*Por Brunna Condini

É inegável que os últimos anos foram bem puxados. E a chegada do fim de mais um ciclo sempre acaba mexendo com as pessoas. Tem gente esperançosa pelo porvir, outros ficam apreensivos, e tem também quem fique bem abalado com toda a pressão que envolve o momento, fazendo questionamentos bem comuns, do tipo: o que fiz do que planejei? Que promessas cumpri? O que transformei? E isso, somado às possibilidades e demandas dos novos dias que chegam, pode abalar a saúde mental. “As datas comemorativas costumam marcar o psicológico das pessoas como uma espécie de oportunidade de balanço – é a hora de avaliar vitórias, derrotas, e de recalcular trajetórias, se for o caso. Há quem passe praticamente o ano todo adiando decisões importantes”, diz a psicóloga Maria Rafart. “Todo rito representa uma passagem. No final de ano, há uma espécie de contabilidade. Para algumas pessoas é mais dolorosa em virtude de vivências do passado. Uma visão negativa também provém de metas que não foram alcançadas. Outros interpretam as festividades como quebra de ciclos e reinício de outros. Para quem é ansioso, a dica é prestar atenção nos pequenos passos, os baby steps: quando a gente divide metas em etapas, a ansiedade diminui bastante”.

Ela também chama atenção para o fato de que no período muitos se forçam a badalar, ir às festas, até mesmo sem estarem confortáveis com isso ou identificarem o que realmente desejam fazer na data. “A maturidade traz formas mais genuínas de passar as festividades. Desaparece a necessidade de agradar a todos e sobrevém o posicionamento e a realização da própria vontade. Até lá, ou seja, até a chegada da maturidade, vamos seguindo o fluxo sem fazer com que isso seja muito pesado”.

E comenta até mesmo sobre quem costuma passar a virada sozinho, alternativa mais comum na atualidade: “Hoje fala-se muito nos conceitos de solidão em contraposição à solitude. Na solidão há uma falta, na solitude há o bem-estar de estar consigo mesmo. Isto deve ser encarado como uma opção”.

Maria Rafart dá dicas para manter a saúde mental na virada e no ano que chega (Divulgação)

Maria Rafart dá dicas para manter a saúde mental na virada e no ano que chega (Divulgação)

O que seria a tal ‘síndrome do fim do ano’? “Nem sempre é fácil fechar para balanço, daí falar-se muito de pessoas que se sentem mal quando estão cara a cara com a contabilidade da própria vida”, esclarece a terapeuta. E frisa que outro fator importante é lidar com a ansiedade alheia nesta época: “É muito importante separar o que é meu do que é do outro. Quando se faz essa correta separação, o que o outro faz da própria vida não me afeta tanto”.

Fechar para balanço e abrir-se ao novo

“Os rituais tendem a nos organizar, e é isto o que acaba acontecendo com as festas de final de ano: por mais que se tente ignorar, o balanço mental aparece”, diz Maria Rafat. “Traçar objetivos, sonhar, sempre é benéfico, fazer o planejamento é melhor ainda! Nada como aproveitar esta fase para planejar e depois por em prática”.

E orienta, de forma simples, como evitar a pressão nesta fase: “É preciso pensar que estamos em uma excelente época para fazer planejamentos. É uma ótima oportunidade para colocar coisas no papel e para começar a realizar os primeiros passos para um futuro brilhante”.

A especialista também fala como pode ser dado o pontapé para uma atenção maior em relação ao autocuidado nos próximos 365 dias: “Sugiro acompanhar bons perfis de profissionais que falem sobre saúde mental nas redes sociais, muitas vezes este é o primeiro passo para a autoconsciência”.