Tony Ramos, de volta em ‘Mulheres Apaixonadas’, fala sobre ganância e violência contra idosos retratadas na trama

*Com Bell Magalhães

Teremos o prazer de reencontrar Tony Ramos mais uma vez nas telinhas, mas agora com outra roupagem. ‘Mulheres Apaixonadas’, de Manoel Carlos, estreia hoje no catálogo de novelas do Globoplay como parte de uma iniciativa do serviço de streaming de resgate de clássicos da dramaturgia. Nela, Tony interpreta o saxofonista Téo, casado com a protagonista, Helena, vivida por Christiane Torloni e esconde um segredo de sua esposa: um filho que teve com Fernanda, interpretada por Vanessa Gerbelli. A novela ganhou destaque e reconhecimento por abordar temas tabus e necessários como o alcoolismo, violência contra mulher, preconceito e violência contra idosos, e a homossexualidade, algo pouco falado em 2003, quando foi exibida pela primeira vez. 

Tony Ramos volta às telas em ‘Mulheres Apaixonadas’, que estreia hoje na Globoplay (Divulgação)

O ator, que está a espera do lançamento do seu próximo filme, ‘45 do Segundo Tempo’, ao lado de Cássio Gabus Mendes, Ary França e com direção de Luiz Villaça, acredita que o sucesso do folhetim foi pelo vínculo com o telespectador  justamente ao tratar de assuntos tão densos: “Família,  ganância, ciúmes e relapso com a vida pessoal de alguns personagens geram uma conexão imediata com o público. O próprio Téo é rico, amoroso e simpático, mas ao mesmo tempo é autocentrado. Ele tinha a contradição de um homem de caráter muito agradável, mas que, ao mesmo tempo, acreditava que ajudar financeiramente as pessoas que precisam dele, já resolvia o problema. Isso muda quando ele é atingido por uma bala na rua, um momento de grande dor na vida dele e que o faz refletir”.

Tony Ramos e Christiane Torloni em ‘Mulheres Apaixonadas’: A vida pessoal de alguns personagens geram uma conexão imediata com o público”(Divulgação)

De acordo com um estudo realizado pela Nielsen Brasil em parceria com a Toluna, empresa que realiza pesquisas remuneradas, assistir conteúdos em plataformas de streaming se tornou um hábito diário para 42,8% dos brasileiros desde o ano passado. De acordo com o grupo Consumoteca, no mesmo ano, 67% das 2 mil pessoas entrevistadas estavam assistindo a reprises de programas de televisão, incluindo novelas, durante o período de isolamento social. O que dizer dessa nova forma de as pessoas assistirem às tramas? “Elas contam um pouco da história brasileira e estabelecem uma cumplicidade muito forte com o nosso público. O fato de termos novelas no streaming é fascinante e acho ótima essa nova opção de consumir esses conteúdos , onde as pessoas podem escolher uma cena, um capítulo, ou reverem a seu tempo a novela inteira”, compartilha o artista. 

“As novelas contam um pouco da história brasileira e estabelecem uma cumplicidade muito forte com o nosso público” (Divulgação)

Segundo o ator, os bastidores eram ‘os melhores possíveis’, e não deixa de tecer elogios ao autor da novela: “Só tenho boas lembranças dessa época, dos colegas e desse grande autor brasileiro que é Manoel Carlos”, diz. As memórias sobre o set e eventos da novela são especiais para o artista. A cena da bala perdida é uma que diz que sempre irá destacar como ‘um momento que mais me lembro com muita emoção’: “A cena foi gravada em dois dias, em plena rua, no Leblon. No final das gravações, o povo que assistia a tudo começou a bater palmas nas lojas, prédios e restaurantes, como se fosse um teatro grego a céu aberto. Esse foi, sem dúvidas, um momento de grande emoção para mim”, comenta, emocionado.

“O povo que assistia a tudo começou a bater palmas como se fosse um teatro grego a céu aberto. Foi um momento de grande emoção para mim”(Divulgação)