Nathalia Dill está no longa Incompatível e diz: ‘É uma linha tênue saber até onde pagamos para ver numa relação’


A atriz lança ‘Incompatível’, ao lado de Giovanna Lancellotti e Gabriel Louchard. O longa aborda, entre outros temas, a questão da compatibilidade nas relações amorosas. Casada com o músico Pedro Curvello, Nathalia fala sobre os pontos dos quais não abre mão em um relacionamento, e da escolha de ter ou não outro filho. E também dos novos trabalhos, como a peça ‘Três Mulheres Altas’, em que estará ao lado de Nathalia Thimberg e Déborah Evelyn. Ela revela ainda, que curtiu sua versão comunicadora nas lives que realizou em seu Instagram, e gostaria de experimentar mais: “Adoraria ser chamada para fazer algo na área de comunicação, na TV. Quem sabe participar do ‘Saia Justa’?”

Nathalia Dill está no longa Incompatível e diz: 'É uma linha tênue saber até onde pagamos para ver numa relação'

*Por Brunna Condini

Após emendar 11 novelas em 12 anos, desde o final de 2021, Nathalia Dill não é mais uma contratada do elenco fixo da TV Globo. A decisão foi tomada de forma madura e, a partir de agora, a atriz trabalhará por obra certa. De lá pra cá, Nathalia tem investido nas telonas, já tendo lançado ‘Um Casal Inseparável’ este ano, e vem aí ‘Incompatível‘, em 28 de abril, ao lado de Giovanna Lancellotti Gabriel Louchard. O longa aborda, entre outros temas, a questão da compatibilidade nas relações amorosas. “O casal tem que achar o que afina, porque milhões de atitudes não vão afinar. Olha você pode até consultar os astros, os signos, mas não é isso que define o sucesso do casal, apesar de eu sempre achar que bate. Por exemplo, meu signo é Áries, e o do Pedro é Libra, são os opostos complementares. E muitas coisas se afinam”, diz, sobre o casamento com o músico Pedro Curvello.

“Isso também não quer dizer, que casais muito diferentes não possam dar certo. Acho muito válido quando se busca orientação, um terapeuta, para se afinar, reafinar. Porque todos nós mudamos, o mundo muda, e que o casal consiga fazer transformações junto também”. A atriz destaca o que para ela não tem negociação em uma relação. “Não topo um desequilíbrio grande entre dar e receber. E também violências que se estabelecem, como no trato ao falar, por exemplo. Agressões verbais, desrespeito. Isso vira uma bola de neve. Estou sempre atenta neste sentido de preservação”.

"O casal tem que achar o que afina, porque milhões de coisas não vão afinar. Você pode até consultar os astros, mas não é isso que define o sucesso do casal, apesar de eu sempre achar que bate" (Foto: Vinicius Mochizuki)

“O casal tem que achar o que afina, porque milhões de coisas não vão afinar. Você pode até consultar os astros, mas não é isso que define o sucesso do casal, apesar de eu sempre achar que bate” (Foto: Vinicius Mochizuki)

Nathalia se prepara para ensaiar a peça ‘Três Mulheres Altas’, com previsão de estreia para o segundo semestre de 2022. Na produção, com texto de Edward Albee e direção de Fernando Philbert, ela estará ao lado de Nathalia Thimberg e Déborah Evelyn. “Estou muito animada. Minha volta ao teatro. A Nathalia é uma deusa. Estou feliz e nervosa (risos). A gente fica se perguntando porque gosta de fazer isso, essa tensão para estrear, mas é maravilhoso. Em TV, daqui a pouco começo a fazer uma série. Mas ainda não assinei o contrato”, comenta.

"Nas lives foi a primeira vez que experimentei esse lado repórter, ‘hóspede’ de algum tipo de conversa. Foi muito bom" (Foto: Vinicius Mochizuki)

“Nas lives foi a primeira vez que experimentei esse lado repórter, ‘hóspede’ de algum tipo de conversa. Foi muito bom” (Foto: Vinicius Mochizuki)

Nasce uma comunicadora

Durante a pandemia, ela experimentou uma versão entrevistadora durante as lives que realizou em seu Instagram, e curtiu a novidade. “Antes usava minhas redes muito atreladas ao meu trabalho, o que seriam os bastidores dele. Com a pandemia, as redes se tornaram veículo para outros tipos de comunicação. Comecei a mostrar a gravidez, a maternidade. O conforto de falar diretamente com o público veio através dessas lives. Foi a primeira vez que experimentei esse lado repórter, ‘hóspede’ de algum tipo de conversa. Foi muito bom”, observa.

"A maternidade já é uma grande mudança, e ainda teve a pandemia. O mundo está muito diferente. Agora estou com o desejo de que as coisas voltem um pouco para o prumo" (Foto: Vinicius Mochizuki)

“A maternidade já é uma grande mudança, e ainda teve a pandemia. O mundo está muito diferente. Agora estou com o desejo de que as coisas voltem um pouco para o prumo” (Foto: Vinicius Mochizuki)

“Achei muito interessante experimentar o outro lado, a produção das perguntas, a condução do bate-papo, com preocupações que eu como entrevistada nunca tive, as questões são outras. Vi como dá trabalho, consome energeticamente, mas ao mesmo tempo me senti muito alimentada. Buscava uma energia dobrada para realizar, aquela de quando estamos em um palco no teatro, por exemplo. Foi incrível. Mas não sei se gostaria de continuar fazendo entrevistas neste formato. Acho que curto uma coisa mais triangular de bate papo, uma roda de conversa, que flua melhor, com mais gente. E aí me veio a ideia de fazer um podcast, nesse formato mais triangular”.

"Adoraria ser chamada para fazer, experimentar algo na área de comunicação, em TV" (Divulgação)

“Adoraria ser chamada para fazer, experimentar algo na área de comunicação, em TV” (Divulgação)

“Nas lives que fiz, por exemplo, morria medo de não ter algo pra dizer no meio de determinado assunto. Ficava agoniada com o formato, mas tinha muito prazer. E fico pensando que em outro formato vou me sentir melhor, em que eu divida mais o protagonismo de anfitriã. Adoraria ser chamada para fazer, experimentar algo na área de comunicação, em TV. Vamos jogar para o universo. Curtiria muito participar de um ‘Saia Justa’, por exemplo. Quem sabe ser uma quinta ‘saia’? Olha aí, Astrid (Fontenelle)! Vamos lançar a ideia”.

O filme

Nathalia fala das inspirações para viver Patricia‌ ‌Bacchi, youtuber que ensina a testar se sua alma gêmea é ‘Incompatível‘. “Adoro a Jout Jout. Curto a espontaneidade e o humor dela. Além disso, tive muita liberdade, a direção e o roteiro me deixaram à vontade para improvisar, para dar esse clima mais espontâneo”, conta.

"Ninguém é totalmente compatível ou incompatível. É uma linha tênue, saber até onde pagamos para ver numa relação" (Divulgação)

“Ninguém é totalmente compatível ou incompatível. É uma linha tênue saber até onde pagamos para ver numa relação” (Divulgação)

“No filme, ela coloca tudo muito fatalista, se o cara serve ou não. É bem radical. E mostra esse lado da internet do cancelamento, que não propõe um meio do caminho, uma conversa. Mas o casal reflete, se questiona, e vai para um outro lugar. E isso mostra que ninguém é totalmente compatível ou incompatível. É uma linha tênue saber até onde pagamos para ver numa relação”.

Mãe da Eva

Sua filha, Eva, está com 1 ano e três meses, e Nathalia confessa que não pensa em outros filhos a curto prazo. “Ainda não entendo como as pessoas têm o segundo filho. Talvez daqui a pouco eu entenda. Neste momento, um outro filho, sem ser por ‘acidente’, não entendo. São muitas mudanças”, divide.

"Fiquei mais à flor da pele, pela maternidade e pela pandemia. Bem ou mal você está lidando com a vida, então precisa estar atenta. Não dá mais para viver no flow" (Reprodução Instagram)

“Fiquei mais à flor da pele, pela maternidade e pela pandemia. Bem ou mal você está lidando com a vida, então precisa estar atenta. Não dá mais para viver no flow” (Reprodução Instagram)

“A maternidade já é uma grande mudança, e ainda teve a pandemia. O mundo está muito diferente. Agora estou com o desejo de que tudo volte um pouco para o prumo. Assentar mais. Estou desejando que as coisas se normalizem mais antes de pensar nisso”.

E conclui: “Além do mais, trabalho em uma profissão que tem muitas demandas. É muita entrega, não posso fazer home office. Parece clichê, mas é uma doação de corpo e alma. O trabalho que escolhi é muito errático. É mais assustador, mais desafiador de planejar com filhos. Até emocionalmente é mais complexo, tanto para mim, quanto para ela. Me transformei muito. E um exemplo foi o meu estado de alerta. Parece bobo, mas é que sempre dormi muito. Agora, não consigo mais dormir à tarde. Fiquei mais à flor da pele, pela maternidade e pela pandemia. Bem ou mal você está lidando com a vida, então precisa estar atenta. Não dá mais para viver no flow”.