Larissa Manoela investe cada vez mais na carreira de cantora e lança álbum A Milhão


“A Milhão” é o terceiro álbum de Larissa Manoela. Neste projeto a atriz e cantora mostra sua personalidade e ousa revelar-se numa proposta mais adulta e em estilos contemporâneos. Além da carreira musical, Manoela celebra sua parceria com a Globo, na bem sucedida “Além de Ilusão” e comenta sobre a personagem que a revelou no cenário artístico brasileiro, a mimada Maria Joaquina de Carrossel. Sobre cidadania, Manoela trata da necessidade do posicionamento dos artistas em relação às temáticas sociais que pipocam tanto nas redes como na sociedade, especialmente num ano de eleições gerais. “Acho que podemos compartilhar coisas de uma forma positiva, sem ser agressiva, e trazer ao debate público o que possa agregar, sem destilar ódio”, afirma

*Por Vítor Antunes

Protagonizando a primeira novela na Globo, depois de outras duas no SBT e lançando o terceiro álbum musical. Aos 21 anos, após crescer diante das telas, Larissa Manoela define este momento da vida como “especial”. Colhendo os louros do sucesso de uma carreira meteórica, a jovem atriz segue investindo na verve cantora e lança o disco “A Milhão”, cuja produção iniciou em 2019. Neste projeto, a artista revela sua versatilidade e amadurecimento em canções que tratam sobre o empoderamento feminino e traz faixas com os ritmos que estão bombando no momento, como reggaeton, pop e funk. “Larissa Manoela A Milhão” promete ser mais um dos inúmeros sucessos da prolífica carreira da menina, que aposta muito neste álbum: “As pessoas ainda não me viram por completo como artista e eu acredito muito no potencial desse projeto. As faixas são únicas e muito dançantes, têm muito a ver com o que eu acredito, com o que eu me identifico, com o que eu já passei e é este o recado que eu quero dar com as canções”, revela.

“A Milhão” conta com 10 faixas, sendo uma delas um feat de Manoela com o cantor de reggaeton panamenho Joey Montana, “Travessura”, e outra, “Tenho o Poder”, parceria dela com o MC paulistano ZAAC, famoso pelo hit “Bumbum Granada”.

“A Milhão” é o terceiro álbum de Larissa Manoela (Foto: Fred Othero/Divulgação)

Sobre a novela “Além da Ilusão”, na qual vive as personagens Elisa e Isadora, a atriz diz ser “uma alegria. Sou muito grata por estas personagens. É, de fato, um trabalho muito desafiador, pois que são personagens complexas e que têm muitas questões. Eu estou amadurecendo junto com elas”. A entrada da atriz no folhetim, bem como as gravações e os preparativos da novela sofreram várias intercorrências por conta da pandemia de Covid e do recrudescimento da doença: “Essa minha entrada na Globo, que foi muito oportuna, segue sendo agora nessa reta final. Minha intenção é que eu cumpra esse processo de evolução e descoberta de uma forma muito especial e importante e que seja um marco na minha vida”. Além desta questão, a atriz viu-se obrigada a mudar-se para o Rio de Janeiro. Embora dedique boa parte de sua vida à sua profissão, ela não se priva das atividades inerentes àquelas das meninas de sua idade: “Eu saio com os meus amigos, aproveito a minha juventude na medida do possível, faço minhas atividades físicas, yoga, vou às festas… É necessário se divertir e ser feliz”, pondera.

Larissa Manoela e Rafael Vitti vivem Elisa e Davi, em “Além da Ilusão” (Foto: Paulo Belote/ Divulgação TV Globo)

Embora a novela esteja cronologicamente ambientada na década de 1940, a personagem de Larissa tem um forte posicionamento, justamente numa fase em que a mulher não tinha tanta voz ativa. Sob este recorte, a atriz considera: “Embora seja uma novela de época, as histórias são contadas no tempo de hoje. Então a gente usa este precedente para falar de temas contemporâneos. Eu acho de extrema significância pois que alguns assuntos precisam cada vez mais ser abordados, como o empoderamento feminino, por exemplo. E que bom que a gente pode comunicar isso para um país inteiro, trazer mulheres de personalidades tão fortes e tão inspiradoras. Sou muito grata por ter o privilégio de estar vivendo nessa geração, de poder quebrar paradigmas e mostrar ao que viemos”, argumenta.

Até mesmo quando era ainda muito criança, a atriz viveu um grande desafio. Maria Joaquina, sua personagem em “Carrossel”, do SBT, era uma menina voluntariosa, arrogante e etnicamente preconceituosa com um colega de classe, Cirillo, vivido por Jean Campos.  Cientes da repercussão que a prática da personagem poderia refletir à jovem atriz, tanto os pais dela como a emissora foram cuidadosos: “Eu tinha 11 anos à época e todo o elenco era de crianças, então a temática do bullying já era discutida na escola. O SBT foi igualmente zeloso, disponibilizando-nos os profissionais de psicologia e preparadores de elenco, afinal, éramos crianças que se encaminhavam para a adolescência e a gente já teria que encarar esses temas, que eram muito fortes. Fui preparada psicologicamente sobre o que eu poderia vir a enfrentar diante do comportamento da minha personagem. Eu tinha um certo receio mas foi um trabalho muito especial. Esse processo foi muito bem aceito e este trabalho foi um divisor de águas na minha carreira”. Larissa conta-nos que crianças e pais chegaram até ela e participaram desse debate. Ela acredita ter sido importante haver composto esta discussão, já que as crianças que a acompanhavam em “Carrossel” hoje tem a sua idade, 21 anos, e já são cidadãos.

Em “Carrossel”, Larissa Manoela vivia Maria Joaquina (Foto: Divulgação/SBT)

Ainda sobre cidadania, Manoela trata da necessidade do posicionamento dos artistas em relação às temáticas sociais que pipocam tanto nas redes como na sociedade, especialmente num ano de eleições gerais: “A classe artística atende um público muito grande. Há poucos dias falava-se sobre os baixos índices de adesão da população jovem quanto à emissão do título de eleitor. Auxiliei através das minhas redes incentivando os jovens a emitirem o documento, já que este é um ano importante, e os índices (de emissão de títulos eleitorais) subiram muito. Eu acho que cabe a nós, como temos muita visibilidade, o fato de inspirar os jovens a estarem neste lugar e entenderem-se enquanto cidadãos. Acho que podemos compartilhar coisas de uma forma positiva, sem ser agressiva, e trazer ao debate público o que possa agregar, sem destilar ódio. Falar sobre o que é importante, sobre o nosso lugar, sobre a consciência na hora do voto, e de fazer diferença na hora de escolher a pessoa que melhor combine com o nosso país nesse momento”, analisa.

Sobre o momento de plenitude em seu trabalho, Larissa se considera “muito feliz, realizada, e na expectativa de que as pessoas recebam-no de uma forma bacana, que elas consigam ouvir, se identificar, dançar. Se elas conseguirem se apropriar do que é dito eu acho que isso vai ser bem importante pra mim!”, declara.

Larissa Manoela iniciou sua carreira aos quatro anos de idade. Estreou na TV aos seis, momento em que fez o seu primeiro musical. Pouco tempo depois estreou na Globo, num personagem pequeno, embora importante, vivendo a protagonista da série “Dalva e Herivelto”, em sua fase infantil. Dublou a Narizinho do “Sítio do Picapau Amarelo”, em sua versão desenho animado. Em 2011 fez seu primeiro filme, “Essa Maldita Vontade de Ser Pássaro”, dirigido por Paula Fabiana e Adrian Steinway. Logo depois fez, “O Palhaço, de Selton Mello. Em 2012 estreou em “Carrossel”, como Maria Joaquina, num papel importante, e em 2015 viveu as gêmeas protagonistas de “Cúmplices de Um Resgate”. Hoje, tanto na ficção como na vida, encarna uma mulher à frente do seu tempo. Uma carreira meteórica. Um fenômeno. A milhão.