Isadora Ribeiro retorna à TV e solteira dispara: “Estou praticamente uma santa, homem bom está escasso”


A atriz, que nos últimos anos se dedicou mais ao teatro e a dar palestras motivacionais, matará a saudade dos fãs na telinha em um episódio do programa Plantão Sem Fim, com Rodrigo Sant’Anna, no Multishow. Ela se preparava também para voltar a encenar o espetáculo solo Diário de Bordo, mas, na semana passada, Roberto Innocente, diretor da peça, morreu vítima da Covid-19. Aos 55 anos, e avó de Catarina, de um ano, Isadora está solteira. “Tem mulher que fala que precisa transar, eu não tenho esse fogo. E sem carência afetiva. Eu amo minhas filhas, minha netinha. Tenho meus contatinhos, mas estou sem tempo. Então, se aparecer um homem maravilhoso que eu me apaixone, ok. Mas homem bom está difícil, escasso. Transar por transar, prefiro copo de água. Mata a sede”, pontua

Este ano, Isadora retorna à TV em um episódio de Plantão Sem Fim, do Multishow (Foto: Ale Maya)

Este ano, Isadora retorna à TV em um episódio de Plantão Sem Fim, do Multishow (Foto: Ale Maya)

* Por Carlos Lima Costa

Isadora Ribeiro começou a chamar atenção do grande público, na década de 80, emergindo da água na abertura do Fantástico. Logo em seguida, exibindo os seios desnudos e as curvas perfeitas, em agosto de 1989, na abertura da novela Tieta, no horário nobre da Globo. A partir daí, atuou em uma série de tramas como Pedra Sobre Pedra, Mulheres de Areia, Fera Ferida, Explode Coração e Torre de Babel. Após integrar o elenco de Amor e Revolução, seu mais recente folhetim, exibido até janeiro de 2012, ela fez raras aparições na TV. Mas nunca abandonou a profissão e estará de volta em Plantão Sem Fim, programa com Rodrigo Sant’Anna. A TV que serve como vitrine, mas ela sempre quis se dedicar ao que mais ama: as filhas, a estudante de Medicina Maria Sampaio, de 23 anos, e Valentine, 14. 

Isadora Ribeiro na abertura do Fantástico (Arquivo Pessoal)

“Não sonhava com a maternidade, mas foi tão incrível. É algo divino. Eu era uma pessoa antes e virei outra depois que tive minha primeira filha, comecei a priorizar as meninas, virei mãezona. Não conseguia me afastar delas. Tinha babá para fazer papinha, mas quem cuidava era eu. Custou caro, fui diminuindo espontaneamente os meus trabalhos na TV. Por outro lado, fui me qualificando, fiz vários cursos com os de mímica e canto. Não tenho mais aquele frisson de ficar aparecendo na telinha, mas quero ganhar dinheiro, pagar as contas. Eu nunca parei de trabalhar. Com as meninas eu diminui para dar atenção a elas, então, fiz muito teatro”, explica ela, aos 32 anos de carreira.

Isadora com Maria, e a neta, Catarina: “Vejo na Catarina a Maria pequenininha, é muito especial. Ela veio para aumentar a família, para iluminar depois de muitas perdas”, explica (Foto: Arquivo Pessoal)

E Isadora ganhou um novo amor para chamar de seu, em outubro de 2019, com o nascimento da primeira neta, Catarina. “Minha filha estava cursando faculdade e com o marido (o cientista Bruno Paranhos) estava cheia de planos que não incluíam filhos naquele momento. Mas, eu nunca imaginei que ia me apaixonar tanto pela minha neta. O amor é tão grande que chega a doer no peito. Fico arrumando desculpa para ir na casa da Maria. Levo comida ou vou lá cozinhar. Outro dia, disse que ia lá para limpar a casa, só para passar o dia com a Catarina, mas ela estava na escola, chegou somente às 18h”, recorda, rindo da situação e acrescenta: “Ela veio para iluminar. Tivemos muitas perdas, sabe”. 

Em 2008, Isadora já havia ficado viúva, com a morte do marchand Marcus Aurelius (pai de sua caçula), aos 49 anos, de infarto. “Foi uma avalanche de perdas. Sou extremamente espiritualizada. A fé fortalece. Se não tivesse fé em Deus, talvez eu tivesse sofrido mil vezes mais”, desabafa ela, que há oito anos, chorou a morte do pai, Mateus. Há seis anos, perdeu a mãe, Helena, e há cinco, sofreu com a repentina partida do irmão Daniel, em um acidente de moto.

No momento, Isadora mora com a caçula e com o cachorro Tom. A atriz está há três anos sem um relacionamento sério. “Minha última relação longa foi em Curitiba, mas foi um equívoco. Quando mudei para lá, resolvi produzir a peça Diário de Bordo para ficar perto dele. Aí resolvemos morar juntos. Seis meses depois, eu já queria me separar. Aguentei mais um ano e meio”, relembra.

Isadora Ribeiro voltou ao Rio depois de um relacionamento amoroso em que optou em morar em Curitiba (Foto: Reprodução/Instagram)

“Fico sempre direcionada para as minhas filhas, minha neta, e para o trabalho (ela tem feito muitas palestras motivacionais). Não quero trazer namorado em casa, nem sair. Se me apaixonar eu namoro, mas não tenho espaço para dar tempo aos contatinhos. A canonização aqui está em alta (risos), praticamente uma santa. Tem mulher que fala que precisa transar, eu não tenho esse fogo. E sem carência afetiva. Eu amo minhas filhas, minha netinha. Então, se aparecer um homem maravilhoso que eu me apaixone, ok. Mas homem bom está difícil, escasso. Transar por transar, prefiro copo de água. Mata a sede”, afirma.

“Tenho meus contatinhos, mas não tenho tempo. Fico sempre direcionada para as minhas filhas, minha neta, e para o trabalho”, garante (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 55 anos, Isadora continua em plena forma. “Não tenho essa vaidade toda, mas tenho um Deus que me ajuda. Acho que vem da minha ancestralidade negra. Tenho a pele firme. Não bebo, gostava de um vinho, mas há dois anos eu não tomo. Eu não fumo, tomo bastante água, tenho uma alimentação regrada. Comia muita feijoada, rabada, dobradinha. Agora, como muita salada, legumes, inhame, bebo chá de louro com hortelã e limão. Minha filha mais nova é extremamente vaidosa e eu embarco na carona dela e me cuido com máscaras no rosto. Todo dia faço ginástica, dançamos com aquele Just Dance. E levo vida regrada, prezo pela qualidade de vida. É o que prego nas palestras que sou convidada a participar”.

“Não tenho essa vaidade toda, mas tenho um Deus que me ajuda” (Reprodução/Instagram)

Nesse período de pandemia, Isadora realizou algumas palestras de forma online. “Falo sobre qualidade de vida. Empresas promovem para conscientizar os funcionários de que eles têm que se alimentar bem, ter qualidade de vida. Minha palestra (ela as realiza desde 2007) é a injeção de ânimo emocional, abordo qualidade de vida, autorespeito, valorizar o que tem, ter gratidão, agradecer todos os dias. Deus vai ter dar forças para enfrentar as adversidades. Sou muito de ficar em casa em comunhão com Deus, oro muito”, ressalta.

A chegada da pandemia atrapalhou a vida profissional e a pessoal também. Como a filha vinha trabalhando em UPA, então, durante um período ela não conseguiu ver a neta. “A Maria não deixava eu me aproximar muito. Hoje, já recebeu as duas doses da vacina. Mas ela tinha medo, Aí quando liberou o contato eu já não aguentava de saudade, sou louca pela Catarina”, diz. “Nunca fui de muita noitada. Quando não era mãe, saía, tinha meu grupo, a Inês Galvão, a Carla Daniel, mas voltava cedo”, recorda.

Isadora é produtora associada da Flora Filmes. “Íamos filmar em março do ano passado, o longa Subúrbio. Mas por conta da pandemia passou para fevereiro, agora para junho, nem sei como vai ser. Minha personagem é uma dona de casa. Vamos falar sobre a história dos jovens dos anos 80, como se comportavam, o que sentiam, o que pensavam”, adianta.

No final do ano passado, participou de um episódio de Plantão Sem Fim, programa com Rodrigo Sant’Anna, que em breve vai ao ar no Multishow. Sua mais recente passagem na TV, havia sido República do Peru, seriado do Canal Brasil, em 2019. No decorrer da pandemia, ela teria encenado novamente o espetáculo solo Diário de Bordo, baseado no livro Crônicas de Viagem, escrito por sua filha Maria, e que teve sua primeira montagem, em 2016.

Na quinta, dia 8, em seu Instagram, ela homenageou Roberto Innocente, diretor da peça, mais uma vítima da Covid-19. “Fiquei arrasada com a morte dele, que deixou dois filhos pequenos. Brilhante diretor, mestre em Commedia Dell’Arte e ópera, na qual além de me dirigir no teatro, foi meu mestre em um curso de máscara e mímica. O Brasil perdeu uma joia da arte do teatro. É desesperador ver tantas pessoas indo embora”, desabafou ela, que em 2019, interpretou um travesti na peça Dei a Elza Em Você – Um Tributo a Laura de Vison. “Posso não estar nas novelas, mas estive no teatro e quando estava em cartaz fui a vários programas de TV”, revela.

Isadora também pôde ser vista também  no cinema, como no filme Travessias, dirigido por Salete Machado. Sua atuação como Isolda, lhe rendeu, em 2015, o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no 8º Festival de Cinema da Lapa, em Curitiba, Paraná, sua terra natal. Em Travessias, sua filha Valentine interpretou sua sobrinha na história. “A diretora adorou, disse que ela leva o maior jeito. E pinta lindamente, tem jeito para a dança”, conta Isadora, orgulhosa, e lembra, que a caçula também participou de uma apresentação especial de Diário de Bordo.

“Não sofri assédio de ninguém. Os diretores que tinham superstatus não iam perder credibilidade para cantar uma atriz iniciante”, explica Isadora (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde o início da pandemia, Isadora vem se resguardando bastante. “Mas no início do ano, fui fazer umas fotos em um hotel em Piracicaba. Fiquei morrendo de medo. Entrei no avião com máscara, face shield, passando álcool em gel na poltrona. Lavava mão, rosto, me cuidei bastante. Quando troquei de roupa no hotel, eu coloquei a usada em um saquinho até lavar. Graças a Deus, nem eu nem ninguém da minha família teve Covid-19”, conta.

Quando perguntada sobre assédio, garante que nunca sofreu. Pouco depois de gravar a abertura de Tieta, ela começou a namorar o designer gráfico Hans Donner, responsável pela abertura de inúmeras novelas e programas da Globo. E acredita que isso possa ter lhe blindado. “Eu sempre comprometida. Então, não sofri assédio de ninguém. Os diretores que tinham superstatus não iam perder credibilidade para cantar uma atriz iniciante ou conseguir algo. Na minha época eu não ouvi falar disso. Por isso, nunca acreditei em teste do sofá”, conclui.