Felipe Roque já estreou nas telinhas em uma novela das 21hs da Rede Globo, mas, apesar de estar ganhando cada vez mais visibilidade do grande público graças ao seu Kim em “A regra do jogo”, o ator já se dedica à interpretação há anos e tem até sua própria produtora. Com a vasta experiência no teatro e mergulhando no mundo das câmeras, ele sabe bem como é difícil viver de arte no Brasil, mas não tem medo de se arriscar ao fazer o que ama. “Eu sou apaixonado por isso. A sensação de estar no palco, representando e olhando a plateia nos olhos, sentindo aquilo no momento é insuperável. É o grande prazer e o grande tesão da profissão. Sou suspeito, porque fui mordido pelo bichinho do teatro cedo. Hoje em dia viver dessa arte é difícil, estou correndo atrás, produzindo, mas, agora, surgiu a oportunidade na televisão, porque dá uma visibilidade muito maior. É uma plataforma que te põe em evidencia e, se Deus quiser, vou poder, com isso, trazer as pessoas para o teatro e para a internet, porque na minha produtora a gente faz muitos projetos online também”, contou.
Aliás, a produtora, comandada por ele e pelo sócio Luca Pougy não podia ter nome mais descritivo: a “Agentejunto Filmes” é justamente isso. Juntar apaixonados pela arte para que, unidos, consigam levantar fundos estar nos palcos. E o próprio Felipe já tem vários projetos para depois de abril, quando acabam as gravações da novela. “Eu e o Luca fizemos a direção de fotografia do último longa do Domingos Oliveira que tem um elenco incrível de nomes como Caio Blat, Sophie Charlotte, Pedro Cardoso, Daniel Dantas, Maria Ribeiro e outros. Eu cheguei a fazer uma participação também. O ‘Barata Ribeiro – 716’ é um longa baseado na história real do Domingos”, explicou ele, que abriu a “Agentejunto Filmes” com a intenção de se produzir para estar em cena. “A produtora tem quatro anos e meu sócio e eu somos atores e queremos interpretar. Temos essa parceria com o Domingos Oliveira que é nosso padrinho dentro do cinema, fizemos também o making of de ‘Infância’, filme dele com a Fernanda Montenegro e dirigimos juntos o curta ‘GoEstudoPro’, com Isaac Bernat e Soraya Ravenle”, listou. Além disso, Felipe já tem duas peças engatilhadas. “Depois de abril não tenho nada para televisão ainda, mas queremos voltar com a ‘Sexo grátis, amor a combinar’ e ‘Crônicas do amor mal amado’”, adiantou.
Hoje, com tantos projetos, Felipe ainda lembra com carinho da época em que tinha um “plano B” para o caso de não conseguir realizar seus sonhos. “Viver de arte no Brasil é dureza. Em crise então, nem se fala. Mas, de uma forma geral, eu sempre quis ser artista. Fiz engenharia civil na UFRJ e engenharia de produção no Cefet porque sempre fui bom aluno, mas comecei a trabalhar de modelo para me bancar no teatro. Vi que não dava para ficar em casa esperando o telefone tocar”, contou.
Se a novela trouxe visibilidade, rendeu também boas parcerias que ele fez questão de destacar. “Eu estou muito feliz de estar com pessoas tão experientes e generosas. É meu primeiro trabalho com continuidade na televisão e está sendo uma escola, temos um núcleo maravilhoso. Eles me abraçaram, estamos realmente juntos”, disse ele, que acredita que seu personagem é um cara do bem. “A novela é uma obra aberta e eu acredito na essência do Kim. Ele tem valores legais, apesar das referências conturbadas, de algum desvio em uma sociedade mais careta”, analisou.
Para Felipe, seu personagem tem um papel importante: explorar os limites de uma questão que ainda é tabu na sociedade. “Ele está aí justamente para mostrar essas linhas tênues que existem no julgamento alheio. Eu sou totalmente a favor de ele ficar com essa mulher mais velha. O Kim não é garoto de programa nem michê, ele se apaixonou, eu acredito nisso. Ele foi para a cama com ela antes de ela oferecer qualquer tipo de benefício, mas juntou o útil ao agradável. Por que uma mulher mais velha, rica, que ele gosta, não pode ajudar a família dele? Ele é um garoto apegado, amoroso. Eu defendo ele sem partido porque sei sua essência. Essa questão do romance dele ainda é bem difícil, principalmente se é a mulher que é mais velha. Se o homem é mais velho, é normal, mas ao contrário há um preconceito”, defendeu o intérprete.
E no lugar do Kim, será que o Felipe namoraria uma mulher com tanta diferença de idade? “Com toda certeza! Acho que o amor não tem idade, não tem cor, não tem sexo, religião, nada. O amor é livre, é o que move a vida. É espontâneo e a coisa mais linda do mundo”, declarou ele, que afirmou, aos risos, que, na vida real, a fama não ajuda na hora da conquista. “Quem dera”, brincou. Ser galã também não estava nos planos de Felipe. “É legal falarem que sou galã, mas sou contra rótulos. Faço o que me derem para fazer, quero trabalhar”, garantiu. E nós queremos vê-lo muito por aí.
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