Em entrevista exclusiva, Júlio Rocha afirma: “Sou romântico, sensível e gosto de falar sobre relacionamento”


O ator (e galã) afirma que seu espetáculo “Tudo Por Ela”, que chega a Vitória neste fim de semana, marca a fase mais feliz de sua carreira e bate um papo com HT

*Com Léo Fávaro

Por onde passa, Júlio Rocha chama a atenção por sua beleza e carisma. O ator acumula em seu currículo mais de sete novelas, diversas participações em séries, filmes e peças de teatro.  Sua última aparição na televisão foi no papel do ambicioso médico Dr. Jacques na novela “Amor à Vida”, da Rede Globo. No folhetim, o personagem interpretado por Júlio deu o que falar: ficou com Pilar (Suzana Vieira) e deu em cima de Paloma (Paola Oliveira), tudo para crescer profissionalmente no hospital da família das duas. Na vida real, contudo, Júlio carrega outros valores.

Ele se diz um homem sensível e romântico, além de um completo fã das mulheres, que são homenageadas em seu espetáculo “Tudo Por Ela”, idealizado por ele mesmo e com texto de Mara Carvalho. No monólogo, Júlio dá vida ao popstar Eddie Cosby, conhecido por sua autenticidade, irreverência e estilo – características que são comuns ao próprio ator. Às vésperas de apresentar a montagem em Vitória, Júlio Rocha bateu um papo com HT e você lê isso tudo abaixo.

 

Júlio Rocha estreia "Tudo Por Ela" em Vitória (Foto: Divulgação)

Júlio Rocha estreia “Tudo Por Ela” em Vitória (Foto: Divulgação)

HT: O que mais o motivou a pôr em prática este projeto pessoal?

JR: Há muito tempo estava buscando um projeto que realmente me movesse e algo que eu acreditasse muito. Eu vinha pesquisando há algum tempo e consegui reunir nesse trabalho um pouco de tudo que eu curto: stand up, música, dança, a própria historia do Eddie Cosby, que foi escrita pela Mara Carvalho… são várias referências de coisas que eu curto bastante.

HT: E qual a trama por trás do personagem?

JR: Eu falei com a Mara Carvalho e a gente acabou criando esse personagem pop star. Ele vai fazer um show, mas não consegue porque, cinco minutos antes da apresentação, a namorada dele termina o relacionamento pelo telefone. Ao pisar no palco, ele chega e já começa a conversar com o público, mostrando esse seu lado romântico e frágil como homem apaixonado pela sua companheira. É muito bom ver o teatro cheio e a galera participando. Eu gosto desse contato com o público, e no espetáculo tem isso desde o início. Quando a plateia se dá conta, já estão todos envolvidos com a história e participando de certa forma.

HT: Como tem sido, então, esse contato direto com o público?

JR: Esse é o momento mais feliz da minha carreira. É um projeto idealizado por mim e [Eddie Cosby] é bem próximo, ainda mais depois de tantos anos na TV com papeis distantes. Quando digo que é algo parecido comigo, jamais gostaria de ver alguém constrangido [na plateia], então ela participa de forma bem positiva, tudo muito saudável. E tem sido um sucesso. Isso tem me deixado muito orgulhoso!

Júlio Rocha estreia "Tudo Por Ela" em Vitória (Foto: Divulgação)

Júlio Rocha estreia “Tudo Por Ela” em Vitória (Foto: Divulgação)

HT: O espetáculo trata do amor de que maneira?

JR: É uma grande celebração do amor, das pessoas acreditarem que existem relações duradouras, histórias de relacionamentos bem-sucedidas e que o amor existe de fato. A gente brinca muito com isso. É um negócio muito louco! (Risos)

HT: De que modo o personagem de “Tudo Por Ela” se assemelha a você?

JR: A autenticidade do personagem em assumir o que está vivendo e a incapacidade de se apresentar naquela noite é algo que é semelhante ao Júlio. Sou assim com meus amigos e com as pessoas mais próximas: muito transparente. E isso, de uma forma mais exagerada, acabei levando para o teatro. No trabalho, eu já tive momentos muito difíceis, não deixei transparecer e mandei bala, diferente da peça. No trabalho, somos que nem médicos: pode acontecer o que for, mas faremos nossa parte.

HT: Acaba que Júlio Rocha e Eddie Cosby se confundem ali no palco.

JR: É um personagem que ama o público, isso é notório! E o Júlio também é assim. É romântico, sensível, e eu também sou. Tem um lado que expõe essa faceta mais frágil do homem dentro do relacionamento, diferente desse ideia de cara machão e ignorante, que acha que a mulher sempre sofre mais e questiona com as amigas… Não, o homem tem muito  disso e o Júlio é assim. Eu gosto de falar de relacionamento, se tiver que falar de namoro eu também vou falar.

HT: Você acredita que a mulher é mais forte que os homens?

JR: A mulher é muito mais forte em negociação e de uma maneira espiritual. Elas são muito mais fortes em tudo, aliás, muito mais iluminadas e poderosas que os homens em vários sentidos. Eu sou um fã das mulheres e acaba que a peça é uma homenagem a elas. Elas dominam o mundo, eu tenho certeza (risos)! Não que sejamos reféns, mas elas dominam!

HT: Falando em admiração, tem alguém com quem você gostaria de contracenar?

JR: Eu gostaria de fazer uma peça com a Fernanda Montenegro. Essa mulher é incrível! Eu trabalhei com muita gente boa, mas com ela seria uma oportunidade incrível.

HT: E se fosse para fazer um personagem icônico, a quem gostaria de dar vida?

JR: Eu cresci vendo tantas coisas interessantes que é até difícil falar. Muitas histórias me fascinam. Quem sabe Rei Lear para daqui uns 30 anos?! Eu atuei na peça ao lado de Raul Cortez e foi incrível.

HT: Você estudou na New York Film Academy (NYFA) mas fez poucos trabalhos no cinema. Por que?

JR: Há nove anos eu trabalho na Globo, e todos os convites [para atuar no cinema] surgiram quando estava filmando e não tinha agenda disponível. Quando sobrou tempo suficiente, eu não curti o trabalho. Eu havia morado nos Estados Unidos por seis meses, mas era difícil me relacionar com a galera do meio artístico. E quando estudei na NYFA, foi mesmo para praticar inglês e fazer um intercâmbio cultural. Então, conheci muitas pessoas. Foi produtivo, uma experiência muito válida. Foi bom em relação à escola, mas as do Brasil são muito fortes.

HT: Como você enxerga aqueles atores que ficaram marcados por um personagem?

JR: Al Pacino, que fez “Scarface” e “Perfume de mulher”, tem aqueles personagens que ficarem na memória das pessoas, de alguma forma. Ele sempre vai ser lembrado por aquilo. Grandes papeis ficam marcados na vida artística do ator. Mas depende muito do ator e do que ele quer fazer com aquilo.

HT: A fama de galã o incomoda, de alguma forma?

JR: Não. Eu era só um cara que era feio até o dia em que pisou na Globo para fazer novelas. Não posso achar ruim. (risos)

HT: E o que você gosta de improvável que as pessoas não imaginam?

JR: Eu gosto muito do Chaves, amo! De vez em quando, vejo no YouTube (risos).

 

SERVIÇO

“Tudo Por Ela”

Comédia com Júlio Rocha

Local: Theatro Carlos Gomes (Praça Costa Pereira, centro, Vitória – ES)

Ingressos: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia), à venda no site www. ingresso.com

Informações: (27) 3132-8398 – www.wbproducoes.com.br