Susana Vieira chama atenção durante coletiva de “A Regra do Jogo” e fala sobre paquera, mudanças no visual e Adisabeba, sua nova personagem


O aplique até a cintura foi um pedido da diretora Amora Mautner para a atriz, que acatou sem pestanejar: “Faço qualquer coisa por um personagem”

Os cabelos longos presos numa trança chamavam a atenção para Susana Vieira durante a coletiva de “A Regra do Jogo”, que rolou nessa terça-feira (18/08). A atriz colocou um aplique até a cintura para viver Adisabeba, uma mulher de personalidade forte, considerada a rainha do Morro da Macaca, que vive em uma imensa casa na comunidade e é proprietária do hostel onde funciona a boate mais famosa da região. “Eu coloco e tiro o que for preciso para viver um personagem. Eu nunca imaginei usar um cabelo até a cintura, mas a Amora Mautner pediu e eu pus”, contou.

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O nome da personagem é uma referência à capital da Etiópia, Adis Abeba, que significa “nova flor”. “Eu não sei se existe alguma homenagem, mas os nomes da novela não são muito comuns né? Tem a Atena também. O João Emanuel Carneiro tem explicação, com certeza. Ele é muito culto, faz novelas irreverentes”, elogiou a veterana. Conhecida por interpretar grandes personagens na televisão, Susana afirmou estar muito feliz com o convite. “Adorei ter sido convidada para fazer essa novela e estou muito feliz de interpretar uma mulher pobre depois de tantas ricas. Estou animada porque vou fazer um pouco de mim, não tenho nada daquelas madames ricas politicamente corretas”, analisou a atriz.

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Susana Vieira contou que aprendeu muito em “Senhora do Destino”, quando interpretou Maria do Carmo, e que depois disso todos os outros são muito bem-vindos. “Depois que eu fiz ‘Senhora do Destino’, a personagem mais difícil da minha carreira, que era uma mulher muito pobre do Nordeste, com sotaque e carga dramática, faço qualquer outro papel”. A atriz explicou ainda que o novo desafio é entender Adisabeba, já que, pelo fato de as cenas terem sido gravadas fora de ordem, ela ainda não teve muito tempo de construção da personagem.

“A gente começa a gravar muito picado, acho que só vou pegar o jeito mesmo do primeiro mês para frente. Mas, pelo menos no vídeo, a Adisabeba já veio”, disse, referindo-se ao clipe oficial apresentado na coletiva. A personagem é uma ex-prostituta, vive um triângulo amoroso com Zé Maria, vivido por Tony Ramos, e Djanira, de Cassia Kis e é mãe de Mc Merlô, personagem de Juliano Cazarré, que é fruto de uma relação com um cliente no passado e a quem ela mima muito. “A Adisabeba é uma mãe maravilhosa, chama o filho de ‘meu neném’, é daquelas que não tem vergonha de demonstrar sentimentos”.

Durante a coletiva, a atriz elogiou o texto de João Emanuel Carneiro e declarou que torce para que todos os personagens tenham defeitos. “Na vida todo mundo é mocinho e vilão, todo mundo pisa na bola. O que acontece é que a vida é tumultuada e, às vezes, acabamos sendo injustos com alguém. Eu espero que não tenha nenhum personagem que seja absolutamente bonzinho, quero que todos se aproximem do público”. Ela afirmou que entende a necessidade do espectador de querer ser amado, mas que ver personagens tão dúbios pode ser positivo. “Aqui tem bandido que acha que é mocinho, é tudo junto e misturado. Lógico que todo mundo gostaria de ser amado na vida real, mas não é assim que as coisas funcionam”.

Aos 72 anos e esbanjando boa forma, a atriz está solteira e conta que não recebe muitas cantadas. “Hoje em dia está difícil de arrumar namorado em lugares públicos. Acho que uma relação só pode começar quando as pessoas conversam”, disse. A atriz criticou ainda a atual preocupação excessiva da sociedade com o corpo. “Hoje se dá mais valor à juventude e ao sexo, ninguém liga mais se a gente fala línguas, então vamos continuar gostosas. Eu não vou contar que li ‘A Divina Comédia‘, vou falar de beijo na boca e colocar uma minissaia. Infelizmente aqui no Brasil o povo só pensa nisso”, lamentou. Susana sendo rainha, não é, amores?