Os passos de José Padilha para depois de “Narcos”? Uma imersão, em forma de série, no sistema carcerário americano abarrotado de neonazistas. Vixe!


O diretor carioca está envolvido na direção e produção executiva de uma série sobre o crescimento das gangues entre as décadas de 70 e 80, com foco nas formadas por neonazistas (que pregam a supremacia branca), quando um boom de encarceramento aconteceu decorrente da luta da polícia americana contra o tráfico de drogas

No maior estilo não para, não para, não para não. Assim está o nosso cineasta José Padilha. O motivo? É que os ventos que sopram dos Estados Unidos trazem a boa nova de que ele está trabalhando em “The Brand” (“A Marca”, na tradução livre), uma série com 10 episódios sobre a ascensão de gangues em presídios americanos para a emissora gringa Showtime. O roteiro tem assinatura de Padilha – como produtor executivo, além do cargo de diretor -, mas foi escrito a quatro mãos, já que Alessandro Calmon, de “O Mensageiro”, também colaborou.

A obra é inspirada num artigo do americano David Grann, datado de 2004 e publicado na incensada revista “The New Yorker” sobre o crescimento das gangues entre as décadas de 70 e 80, com foco nas formadas por neonazistas (que pregam a supremacia branca), quando um boom de encarceramento aconteceu decorrente da luta da polícia americana contra o tráfico de drogas. O FBI, por exemplo, dá conta de que existem cerca de 10 mil membros dessa irmandade ariana espalhados pelo sistema prisional americano. “The Brand”, segundo a imprensa americana, a priori, seria um filme dirigido por Kimberly Peirce (de “Carrie – A Estranha”), tanto que o primeiro tratamento do script, antes de Padilha entrar em cena, foi feito por Ric Roman Waugh (de “O Acordo”).

O diretor - e também roteirista - José Padilha (Foto: Divulgação)

O diretor – e também roteirista – José Padilha (Foto: Divulgação)

A notícia do envolvimento de José Padilha nesse projeto acontece não muito tempo depois de que complicações na preparação da segunda temporada de “Narcos”, que ele dirigiu e escreveu para o Netflix, vieram à tona.

Como HT contou, as gravações estão atrasadas e, diante a pressão do público, a Netflix parece ter dado um ultimato em forma de grito nos bastidores para que tudo ganhe os devidos rumos. Muitos problemas se agravaram após a saída de Adam Fierro como showrunner (roteirista) da produção. Para tentar ajudar, Padilha assumiu as canetas e, ao lado do americano Eric Newman (de “Filhos da Esperança”), está dando continuidade o mais rápido possível. Até o momento, o consenso é: não há história que sobreviva mais que a segunda temporada, vide o esgotamento da primeira. Pablo Escobar que, na próxima leva de episódios só terá mais cerca de 18 meses de vida, não resistirá para que uma terceira seja contada.

Em tempo: “The Brand” não tem data de estreia ainda definida.