Hellen Formaggini tem uma trajetória linda na moda e que a gente aqui do site acompanha há anos. A designer analista de tecnologia e inovação do SENAI Horto sempre foi pura paixão trabalhando em tantas frentes, como assinando a criação e desenvolvimento de coleções de inúmeras marcas mineiras e nacionais, incluindo ainda a sua própria label. E é essa expertise e muito mais que ela compartilha durante a palestra “Sustentabilidade x Novos Espaços Digitais” , hoje, quarta-feira (dia 20), às 14h, no Minas Trend, o maior Salão de Negócios da América Latina, promovido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). “Sou apaixonada pela construção das roupas e seus materiais. Com a pandemia, tive a oportunidade de repensar e percorrer um novo caminho e hoje atuo em projetos de inovação e iniciativas para fomento à indústria de moda. Levo minha experiência de mercado e conhecimento técnico para marcas que necessitam e têm potencial de crescimento”, diz.
A analista vai falar sobre o mercado da moda em transformação e a relação da sustentabilidade com os novos espaços digitais. “A moda hoje tem procurado repostas de como trabalhar a sustentabilidade dentro das marcas e nos produtos. Na realidade, é um grande desafio, pois ainda dependemos de insumos e outros recursos para produzir. Existem várias formas de percorrer um caminho mais sustentável e, um deles é começar a pensar: ‘Como posso ter o menor impacto possível com essa peça?’. Vários nichos de mercado com impacto mínimo vêm crescendo também, como por exemplo o mercado de revenda de moda”, aponta. Trata-se de um dos modelos de negócio sustentável que está em ascensão. Conhecido ainda como resale ou second hand, ele faz com que o ciclo de vida de um produto seja muito maior e, assim, diminuindo o impacto do descarte. Estamos falando da transição da moda brasileira do atual sistema linear de produção e consumo para um modelo circular. E vemos o exemplo de diversas marcas e plataformas digitais que fazem mega sucesso com peças second hand ou investem no upclycling.
É de suma urgência também no mundo e no Brasil o gerenciamento de resíduos têxteis. E a revenda de insumos, deadstock, já tem se mostrado uma realidade em muitos países. O gerenciamento de resíduos é uma grande oportunidade para a indústria do vestuário. E temos visto casos crescentes de empresas com know-how de logística para transformar em moda toneladas de sobras de tecidos das indústrias, por exemplo, que seriam aterrados ou incinerados. O Brasil representa hoje a quinta maior indústria têxtil do mundo.
Temos pontuado sempre que a questão da reciclagem pré e pós-consumo, o ecossistema de inovação, a transparência na cadeia de fornecimento e as estratégias para o desenvolvimento de produtos circulares e ambientalmente responsáveis são sinônimos de soluções mais limpas em prol do planeta.
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