Luciana Lobo e Brunna Condini lançam livro sobre ode à vida em Bienal do Rio


Autoras lançam livro presencialmente na Bienal do Rio de Janeiro neste domingo (5), que este ano tem o tema ‘Que história queremos contar a partir de agora?’, com a ideia de aproveitar o evento para que as pessoas reflitam sobre as perdas e imposições trazidas pela pandemia da Covid-19 e pensem sobre o futuro que desejam construir daqui para a frente

Bienal Livro Rio é o maior evento literário do país e, para o leitor, é a oportunidade de aproximação dos seus autores favoritos e de conhecer muitos outros. Até 12 de dezembro, o Riocentro sedia a festa da cultura, da literatura e da educação. E neste domingo (5), Luciana Lobo e a jornalista Brunna Condini, lançam, agora presencialmente, o livro “O que aprendi com minhas células rebeldes?”, no stand da Editora Autografia, das 18h:30 às 19h:30. A obra fala da jornada de Luciana do diagnóstico de um câncer de mama aos 41 anos, passando pelo tratamento, que a inspirou para a criação de três projeto sociais. “Chamei meu câncer assim, de ‘células rebeldes’, porque o que dá origem a ele é a rebeldia de uma célula, que passa a se comportar como uma célula de vida livre e se torna um câncer. Ela se reproduz de forma desordenada sem se preocupar com a saúde do organismo”, explica.

Luciana Lobo e o livro “O que aprendi com minhas células rebeldes?”, que escreveu com a jornalista Brunna Condini (Divulgação)

Luciana Lobo e o livro “O que aprendi com minhas células rebeldes?”, que escreveu com a jornalista Brunna Condini (Divulgação)

“Várias vezes, durante o processo deste livro, me perguntei o porquê de estar escrevendo essa história. Percebi que não se trata apenas de um relato da minha trajetória, mas sim, de contar como identifiquei que os aprendizados deste caminho poderiam ser úteis. Não tenho pretensão de ensinar ninguém a passar por uma doença. Quero compartilhar o que vivi e o que veio disso, porque percebo mais ganhos do que perdas”.

Não tenho pretensão de ensinar ninguém a passar por uma doença. Quero compartilhar o que vivi e o que veio disso, porque percebo mais ganhos do que perdas” (Divulgação)

Não tenho pretensão de ensinar ninguém a passar por uma doença. Quero compartilhar o que vivi e o que veio disso, porque percebo mais ganhos do que perdas” (Divulgação)

Luciana Lobo e Brunna Condini escreveram o livro lançado neste domingo na bienal do Rio (Divulgação)

Luciana Lobo e Brunna Condini escreveram o livro lançado neste domingo na bienal do Rio (Divulgação)

Professora de yoga, com mestrado em Ciências (Microbiologia) e diretora do YOGAPICs, um espaço onde a yoga, a meditação e outras práticas integrativas e complementares (PICs), são realizadas para prevenir doenças e se aliar a algum tratamento médico, Luciana buscou passar da melhor forma possível pelo pesado tratamento contra o câncer, que incluiu quimioterapia e radioterapia. E encontrou inspiração nas noites insones, devido ao excesso de corticoides no organismo, para desenvolver três projetos sociais que levam a pacientes com câncer práticas de bem-estar e saúde. “Ficava pensando que eu poderia transformar o que estava vivendo em algo bom. Um dia, quando praticava yoga restaurativa, constatei como era abençoada por ter as ferramentas da prática, que me ajudavam no processo de recuperação. Desejava dividir isso com outras mulheres que estavam passando pela quimioterapia e não tinham nenhum tipo de atividade deste tipo para auxiliá-las. Foi em uma dessas madrugadas que nasceu o Instituto ZENcancer”, conta, sobre o projeto, sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo atender pacientes oncológicos e proporcionar bem-estar através das práticas oferecidas. Ela também criou o Com Fiar, que auxilia parentes de pacientes oncológicos, e na mesma época, desenvolveu um projeto de extensão na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), batizado de ‘Vamos falar de câncer?’.

Luciana convidou Brunna Condini para colaborar na construção do livro e as duas trabalharam durante cinco meses para que o texto tomasse a forma que tem hoje e transportasse o leitor para dentro da história, quase como um participante/observador. “Para escrever com a Luciana, tive que me permitir uma experiência muito diferente. Precisei tentar verdadeiramente estar em seu lugar. E, muitas vezes, nossos textos se misturavam. O que mais me tocou é que em nenhum momento ela pensou apenas na própria vida. Sempre quis mostrar que as pessoas que passavam pelo mesmo não estavam sós. Acho que o mundo precisa dessa empatia”, relatou a jornalista.