No ano passado, Kirsten Dunst deu uma entrevista ao “Net-a-Porter’s” e, entre muitas polêmicas, falou sobre o sexismo na indústria cinematográfica e chegou a declarar que “é mais fácil para diretores do sexo masculino medíocres entrarem no meio” e que “uma mulher pode até ser diretora, mas tem que ser surpreendente”. E quem acabou de fazer eco ao posicionamento foi a cantora e atriz Jennifer Lopez. Prestes a estrear a série “Shades of Blue”, em que viverá uma policial informante do FBI, ela fez um apelo durante uma entrevista na TV americana, “Estou nessa área desde os meus 20 anos, e sempre há momentos em que eles vão tentar te excluir. Não nos excluam quando chegamos a certo ponto das nossas vidas. Nós temos muito a oferecer”, declarou, aos 46 anos.
HT lembra que quem também já endossou o gripo pelas mulheres foi Meryl Streep, que recentemente fez uma participação no longa “As Sufragistas”, filme que aborda a luta das mulheres pelo direito ao voto no Reino Unido no século XIX. Ela aproveitou o tema para declarar que a falta de mulheres em posição de comando perdura nos dias de hoje: “O que eu gosto nesse filme é que ele não é sobre mulheres de uma determinada classe social. É sobre todas nós. O tema não deveria ser um assunto feminino. Todos temos de nos unir uns pelos outros”, comentou, emendando “a falta de poder feminino em todas as instâncias da sociedade”: “Avançamos um bocado, mas ainda há muito o que conquistar. Nos Estados Unidos mais da metade dos universitários são mulheres e, ainda assim, elas são minoria nas esferas decisivas das empresas, governos, sindicatos e indústrias”, observou. Ela, aliás, fez sua parte fundando a Female Filmakers Initiative, um concurso que incentiva mulheres roteiristas acima de 40 anos a submeterem roteiros que possam ser filmados. “Em 2015 foram tantas inscrições que o concurso vai se repetir por muitos anos”, declarou.
E não só. Engajada em causas sociais, Angelina Jolie também já comentou o sexismo na indústria. Em novembro do ano passado, a estrela comentou em entrevista ao “New York Times” que foi a primeira diretora mulher a trabalhar com Brad Pitt. “Isso não parece certo se pensarmos a respeito. O machismo está em todos os setores e precisa ser combatido. Mas eu tento não focar no negativo, e sim no lado positivo do que podemos trazer. Quero apoiar outras mulheres pelas oportunidades que eu tive”, disse ela, que, com seu trabalho, pretende lançar luz nessa questão. “O que eu tento como diretora mulher é fazer o melhor trabalho que eu puder e paralelamente trazer atenção para outras diretoras e roteiristas mulheres”, contou.
Ah, e elas tem razão. Um estudo publicado pela revista “Variety” em 2015 e conduzido pelo Centro de Estudos sobre Mulheres na Televisão e no Cinema, da Universidade de San Diego, revelou a ausência feminina entre diretores, roteiristas, produtores, editores e câmeras. Em todos os cargos de destaque, os homens eram maioria absoluta, com menos de 20% de participação das mulheres por trás de 250 filmes líderes de bilheterias.
O debate está em alta e elas não estão dispostas a ficarem quietas. Poderosas, não?
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