Inclusão social na passarela de João Pimenta: “Trazer os atletas do paratletismo para a SPFW é contar uma história de superação e diversidade”


O estilista João Pimenta levou um casting para lá de especial para sua passarela: atletas da equipe brasileira de paratletismo: ” Todos desempenharam bem demais o papel. São pessoas delicadas e fáceis de lidar. Fiquei superfeliz”

Em ano de Jogos Olímpicos sediados no Rio de Janeiro, foi em São Paulo que os paratletas bombaram. É que o estilista João Pimenta levou um casting para lá de especial para sua passarela: atletas da equipe brasileira de paratletismo riscaram a catwalk com as peças da nova coleção. “Tenho um projeto com a Braskem, que patrocina os atletas e a direção nos ajudou a viabilizar a presença desses meninos, os heróis do esporte. O resultado é fruto de uma parceria e é uma oportunidade de contar a história deles de superação e diversidade”, explicou João Pimenta, que acha que falta uma inclusão maior na moda: “Com certeza falta e é nosso papel mudar isso. Foi meu primeiro contato com a Braskem e eu fiquei muito impressionado com o movimento todo e honrado de eles participarem de tudo isso comigo”, declarou ele, rasgando elogios: “Foi uma oportunidade. Todos desempenharam bem demais o papel. São pessoas delicadas e fáceis de lidar. Fiquei superfeliz”, comemorou.

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Claudiney Santos, um dos atletas, contou que, ao receber o convite, levou um susto: “É uma experiência ímpar, achei maravilhoso. Foi minha primeira vez em uma semana de moda, mas quando soube que ia desfilar achei meio assustador. Só que é um ambiente bem descontraído. Fiquei muito feliz por conhecer novas pessoas e, principalmente, divulgar nosso esporte”, disse ele, que acha essencial a democratização da moda: “Ela está aí para todo mundo. Vai muito do gosto da pessoa. Cada um cria sua própria moda”, disse ele. Mateus Evangelista, recordista mundial de salto, recordista das Américas nos 100 metros e recordista brasileiro nos 200 metros, contou que ficou mais nervoso ao encarar a passarela do que os esportes. “Disputar na saída do bloco é tenso, mas, assim como aqui, é uma experiência única. Somos acostumados com adrenalina, mas na passarela é muito diferente”, explicou ele, que acredita que a inclusão é necessária na moda. “Foi a primeira vez em uma semana de moda. Nós aceitamos o convite com o maior prazer e viemos prestigiar esse evento. Aqui no Brasil isso ainda precisa melhorar um pouco. Essa foi a minha primeira semana de moda e espero que tenham outros convites para mostrarmos não a nossa deficiência, mas eficiência”, disse ele, que tem paralisia cerebral no lado direito desde nascença.

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Silvania Costa, que é deficiente visual, endossou a opinião de Mateus: “Acho que sou boa saltadora, então o desfile dá mais nervoso, sim”, confessou, aos risos. “Para mim isso foi um grande desafio, de trocar saltos e pistas por uma passarela. Apesar do meu trabalho ter que ter todo um rebolation e aparência de público, acho que conseguimos fazer um excelente desfile. Estou feliz e emocionada por essa oportunidade e por mostrar nossa capacidade. É a primeira vez que um paralímpico participa de um evento tão grande de semana de moda, então para a sociedade e para todos que olham foi sensacional. Acho que vai ser comentado daqui para frente”, disse. Não temos dúvidas.